domingo, 12 de julho de 2009

VEM VENTO, VARRE - Adolfo Casais Monteiro


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Vem vento, varre
sonhos e mortos.
Vem vento, varre
medos e culpas.
Quer seja dia,
quer faça treva,
varre sem pena,
leva adiante
paz e sossego,
leva contigo
noturnas preces,
presságios fúnebres,
pávidos rostos
só covardia.
Que fique apenas
ereto e duro
o tronco estreme
de raiz funda.
Leva a doçura,
se for preciso:
ao canto fundo
basta o que basta.
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Vem vento, varre!
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ADOLFO CASAIS MONTEIRO
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From Paula Moranguinho Pereira (hi5)
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