quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

‘Cadernos de Memórias Coloniais’, de Isabela Figueiredo

Surfing in Luanda disse...
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Boa noite, sugiro a leitura de uma recensão deste livro, em http://ma-schamba.com/roupa-velha/no-sofa-com-a-filha-do-electricista-da-matola/
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No Sofá com a Filha do Electricista da Matola

António Botelho de Melo

19 de Janeiro de 2010 (....)
Caderno de Memórias Coloniais
É neste contexto global que, com base em várias peças colocadas na imprensa nos últimos dias, surgiu recentemente a publicação, por uma obscura editora sediada em Coimbra, de uma obra soi disant de cariz memorialista, intitulada Caderno de Memórias Colóniais (aqui, CMC), pela mão de Isabela Figueiredo, uma ex-jornalista e professora portuguesa, nascida na actual Maputo em 1963, que cresceu no maior anonimato na Matola desse período e que deixou Moçambique definitivamente com 12 anos, a 22 de Novembro de 1975, para não mais voltar.
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Há vinte anos, publicara uma obra, também sobre o tema africano colonial, premiada, mas de que hoje não reza a história.
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O seu relato, em formato de uma sequência de textos numerados, cobre o que supostamente viu e sentiu entre os sete e os doze anos de idade.
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O Tema de CMC Segundo a Crítica e a Autora
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A acreditar pelos textos e entrevistas de Fernanda Câncio, uma articulista do Diário de Notícias, de Eduardo Pitta, um intelectual e poeta de origem moçambicana na revista Ler (transcrito para um blogue com o mesmo nome), de Francisco José Viegas, e de Alexandra Prado Coelho num suplemento do Público, os temas desta obra seriam, mais ou menos por esta ordem, o passado pessoal da autora e um diálogo post-mortem com o pai racista, uma caracterização sua do racismo da sociedade lourenço-marquina entre 1970 (quando efectivamente a autora inicia no seu texto o fio à meada, assumidamente biográfica) e o assumir de um estatuto de “retornada” já em Portugal e no final dos anos 70, com vários comentários feitos com referências posteriores.
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À cautela, há algumas nuances no que surge através dos comentários e afirmações feitas nas entrevistas, quer da autora, quer dos seus comentadores.
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Sobre CMC, Eduardo Pitta referiu no seu texto na Ler que, apesar de uma certa abundância de informação sobre o período, “faltava, porém, um relato na primeira pessoa. Foi isso que fez Isabela Figueiredo (…), sem poupar nos detalhes”, considerando que CMC “é uma obra imprescindível para compreender o sentido (ou sem sentido) da nossa presença em África”.
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Na sua peça, publicada no DN no dia 9 de Janeiro de 2010, Fernanda Câncio refere que CMC “é uma carta de amor a um pai racista”(…)“é a história de uma retornada que assume o racismo português” que “desfaz o postal da África colonial mitificada”. Cita a autora, segundo a qual “comecei a escrever e a gostar do que estava a escrever. Achei que estava a sair bem, Com ternura mas também com violência. Claro que tenho medo de ser mal interpretada. Mas sinto muito alívio. Libertei-me de um fardo que carreguei comigo a vida toda.” O fardo? Ela prossegue: “a verdade é que nós vivíamos num país onde se podia atropelar um negro e não ir para a prisão”.
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Câncio refere que a autora foi mais longe: “houve uma espécie de justiça nos massacres dos brancos. Mesmo se ela sabe que quando em Setembro de 1974 mataram famílias conhecidas à catanada, espalhando-lhes os restos pelas machambas, animais e pessoas, tudo o que era branco, à mistura, só por sorte inaudita ela e os pais não fizeram parte das contas”. E cita novamente a autora: “nós não podiamos dar-nos com os pretos e tudo o que eu queria era dar-me com eles”.
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Inescapável, o tema do pai, em que Câncio refere o seguinte; “o homem enorme que a pegava ao colo e a levava para todo o lado, para as obras onde era electricista e onde dirigia “os seus muitos pretos” e os agredia com palavras e porrada, para as tardes de camarão grelhado e penalties com os outros homens em que aprendeu a linguagem do racismo, (…). À laia de explicação para a sua escrita, a autora refere a Câncio “tinha de gostar dos meus pais e ao mesmo tempo lidar bem com a minha consciência”.
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Na sua peça, Francisco José Viegas, autor do romance Lourenço Marques, considera que CMC é “um dos livros mais tentadores da estação”. E ainda que a autora “é rápida no gatilho, escreve muito, muito bem – melhor do que todos os rendilhados que andam por aí, em súplicas desatendidas.”
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Na entrevista com Alexandra Prado Coelho no Público, a autora referiu razões e motivações por detrás da obra, Cita-se abaixo, e na primeira voz.
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Sobre o contexto em que escreve a obra, são de relevo, para se entender a obra:
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“Foi preciso esperar muito tempo, que o meu pai morresse, que eu fizesse o luto dele, que fizesse uma série de anos de psicanálise, para ter vontade de escrever o que está aí. São coisas que precisava de dizer”
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Sobre o assassínio de portugueses e brancos em Setembro de 1974:
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“Quando foram os massacres que se seguiram à independência compreendi que era a justa retribuição.”
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Sobre a sua solidão e conhecimento da realidade que a rodeava:
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“O que acontece é que eu não tinha autorização para brincar com outras crianças, era muito protegida pelos meus pais, provavelmente por ter sido uma filha tardia. Vivia muito encerrada com a minha mãe em casa.”
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Sobre o pai e a realidade sobre a qual escreveu:
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“O meu pai foi um mediador entre mim e a realidade. Eu conhecia a realidade através dele e do mundo que ele trazia até mim. Portanto só posso culpar o meu pai. O colonialismo é o meu pai, a discriminação é o meu pai, porque foi o meu pai que eu vi fazer isso. Eu andava sempre com ele. Ele gostava muito de mim, levava-me para todo o lado.”
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E ainda:
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“Acho que nunca falei verdadeiramente com o meu pai sobre como ele me decepcionou por ser um racista.”
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E ainda:
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“Porque é que eu bato tanto no meu pai aqui? É pela questão do abandono? Não, é porque ele foi mesmo um grande filho da mãe. E porque fez coisas que não devia ter feito, porque as fez à minha frente, porque me magoou, e porque eu nunca lhe disse isso directamente e devia ter dito. E se digo com alguma violência é porque essa violência ainda não está totalmente gasta.”
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Finalmente, mais um comentário extra-livro que ajude o leitor talvez a melhor entender o que escreveu:
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“Fico muito zangada sempre que vou a uma livraria e sou confrontada com um livro sobre essa imagem [idílica de África] – e depois começo a ler como era bom comer papaia, e como tínhamos uns criados que tratavamos muito bem, e como as roupinhas dos nossos filhos iam todas para eles. Acredito que haja pessoas que não tenham participado activamente em acções destas [de discriminação e violência], mas foram cúmplices, como na Alemanha.”
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Presume-se que a autora acima se refere às pessoas que viveram na Alemanha Nazi.
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A Crítica
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Stritu factu, com alguma sobreposição em alguns dos temas acima relevados, depois de uma leitura atenta dos textos de CMC, e pedindo desculpas a alguns exmos leitores que já o referiram, e pelo que nalguns casos já referi eu próprio, acredito que o tema central desta obra não é o colonialismo na Lourenço Marques colonial. Nem tanto a natureza impia do racismo colonial na velha Lourenço Marques. Nem nehuma confrontação titânica com pesadas consciências sobre um passado supostamente tenebroso..
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Este livro não é sobre a experiência colonial de centenas de milhares de pessoas que viveram em África entre 1960 e 1974 e os milhões de moçambicanos que, a breve trecho, bem ou mal, integraram um Moçambique soberano e independente..
Não são as memórias de uma menina simpática e inocente que cresce e apreende a beleza e o amor que a rodeiam num mundo hostil e que não compreende. Não é o Bonjour Tristesse de uma Françoise Sagan.
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Nem é sobre algum vislumbre de empatia e solidariedade com o destino e a miséria e a exploração e a humilhação a que muitos moçambicanos negros (os poucos que a autora refere ter visto na sua caixinha de loucuras) tiveram que se sujeitar perante a prepotência racista e neurótica de gente como os seus pais – e que ainda hoje, quarenta anos depois de independência, ocasionalmente se vê, nem sempre alinhada em termos de raça ou cultura, pelo contrário.
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Só quem não conhece, só quem não sabe, só quem é que não vê, é que não percebe.
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Não.
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Este livro é principalmente, quase unicamente, sobre ódio puro e destilado entre duas figuras trágicas. Entre dois monstros horríveis.
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É um discurso sintetizado e coisificado de dois seres perturbados, limado ao longo dos anos, em que, morta uma das partes, e não tendo havido uma tão apetecida catarse, foi, para o consolo e consumo egoísta e algo psicótico da parte remanescente, cuspido para o papel, que agora é apresentado, sob a pretensa forma de “arte”.
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Quase tudo o resto é apenas, em pano de fundo colonial, um estratagema, um exercício de exibicionismo, um vulgar drag show para mostrar que gosta de chocar, que não se importa de chocar, que não tem barreiras, que pode gritar o que quiser. Os “pretos” aqui são apenas marionetes da tragicomédia, E nós pagamos o bilhete de entrada. Eu paguei.
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O primeiro e principal monstro, é a autora, tão obviamente perturbada, tão quixotescamente transfigurada numa menina loira, delicada e sensível com sete, dez anos de idade (acredite quem quiser) que supostamente vivia fechada numa verdadeira caixa de horrores escondida numa Matola (então) distante, bucólica e rural, e que, com o único fito de tentar chocar e surpreender de uma maneira ou outra o leitor completamente desprevenido (nenhum dos críticos citados parece minimamente perturbado pela forma e conteúdo do que aborda, homenagem lhes seja feita), desfere, ataca, arranha, grita, insulta, achincalha, rasga quase tudo e todos. Nada lhe escapa, nem, no fim, especialmente, ela. Obcecada pelo sexo, obcecada pela raça, uma voyeur politicamente correcta do ocaso do Império. Os brancos são lixo. Os negros não são nada. Para ela a vida aos sete, oito, nove dez anos de idade, é uma orgia pérfida de revolta e sedução, em doses iguais, naquela casinha perdida na Matola.
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A abordagem não impressiona por um segundo. Se o relato era verdade, era caso de polícia. Se é apenas literatura memorialista, aprende-se muito pouco. Talvez apenas que, em qualquer comunidade, incluindo as coloniais, há extremos que devem ser exorcizados. Não vão as criancinhas acabar assim, patologias por resolver.
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Tudo isto embrulhado numa prosa ridícula que é de uma tal pobreza, de uma tal falta de graça, de contexto, de sustentabilidade intelectual, de equilíbrio emocional, que desafiam a inteligência e a sensibilidade de quem como eu teve o rasgo de, avisado, comprar o que só posso qualificar como o pior conjunto de verborreia pretensamente sobre a era colonial em Moçambique que jamais vi. Aquilo é um desatino em cadeia. Esta obra não é uma memória. É a memória de um grito lancinante de ódio contra um pai em relação a quem havia muito e quiçá omitido, unfinished business.
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A exploração, a miséria, o racismo generalizado, o tal pano de fundo em que surpreendentemente tão diligentemente circula e que tanto faz por pintar que parte o pincel, com a excepção rara de foder o filho do vizinho preto na Matola, de cujo nome não recorda, ao contrário do idiota do Luisinho branco (ah mas este tem nome) que por cima dela se deitou.
Ainda por cima a autora tem o gáudio de, à propos,  vir referir que está convencida de que é muito boa a escrever. Que tem algo para nos dizer de especial. Que dos seus insanes, vulgares, pirotécnicos regorgitares sobre a sua aparentemente doentia e psicótica, sexualmente perturbada versão luso-tropical de Voando Sobre um Ninho de Cucos em cenário colonial, está a fazer literatura. Literatura memorialista.
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Ai sim?
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Mas naturalmente: ganhou um prémio qualquer em 1988 (há 21 anos) e enquanto olhava para ele na prateleria em sua casa, ficou a perceber que, se mais nada saberia fazer na vida para além de nutrir um impenitente, incontido, incontível, ingerível, inexorcizável ódio pelo pai, “apercebeu-se” que o que escrevia tinha alguma qualidade. E como no júri em 1988 estavam a Agustina, o Dinis e a Ondina, que lhe deram o único grande, inebriante prazer na vida – o de um elogiozinho e de umas palavras de encorajamento que a posteriori só posso qualificar de tragicamente equivocados – e depois de uns test flights assistidos por meia dúzia de aficcionados num blogue perdido na internet, achou por bem presentear o seu veneno destilado ao público. E como a Fernanda aplaudiu, e o Eduardo Pitta condescendeu, e o Francisco Viegas recomendou – isto é mais do que bom.
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É três vezes bom.
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Só pode. Pois quem somos nós os outros para julgar poder apreciar?
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A outra figura trágica deste compilar de ódios generalizados, com ressalvas, pois é apenas protagonizado pela sua mão, é o (defunto) pai, cuja relação com a filha – a fazer-se uma leitura atenta – está no centro de uma vasta, doentia, distorcida,  forma de apreender a realidade e de lidar com ela. Por essa lente disforme, com uma ajudazinha da mãe na casa da Matola, tudo capta na inocência dos seus reputados e cristalinos sete, oito anitos de idade. A inocência na gaveta. Como o pai era um racista encartado (filha dixit) logo todos os brancos, toda a cidade branca, era como ele. Como o pai tinha desvarios, assim era tudo o resto. O pai, o corpo do pai, o cheiro do pai, o músculo do pai, o não sei quê do pai….
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Convém um voo rasante para o exmo leitor se poder inteirar do sabor dos textos de que falo e do ambiente deste Ninho de Cucos da Matola:
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Breve excerto do texto 2: “Os brancos iam às pretas. As pretas eram todas iguais e eles não distinguiam a Madalena Xinguile da Emília Cachamba (…) As pretas tinham a cona larga, diziam as mulheres dos brancos (…) A das brancas não, era estreita, porque as brancas não eram umas cadelas fáceis, porque a cona sagrada das brancas só lá tinha chegado o do marido (…) As pretas não eram sérias, as pretas tinham a cona larga, as pretas gemiam alto, porque as cadelas gostavam daquilo. Não valiam nada”.
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Início do Texto 3, supostamente sobre a sexualidade do pai dela e a dela, tema favorito para quem ainda não percebeu: “Foder. O meu pai gostava de foder. Eu nunca vi mas via-se. “. E mais adiante, “Quando o meu pai me levantava no ar como se fosse uma coisa, ou me transportava às cavalitas, sentia-me fraca perante a força total, dominada, possuída por ele”. Mais tarde, no texto 24: “Sem me ensinar, o meu pai iniciava-me no prazer que já havia despontado com o estranho fogo do meu padrinho”. No Texto 28, para equilibrar, anuncia que “a Domingas foi quem me masturbou pela primeira vez”.
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Hum.
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No texto 4, esta pérola, que para variar repete duas vezes, referindo-se à cidade de Lourenço Marques “…era um enorme campo de concentração de negros sem identidade, sem a propriedade do seu corpo, sem existência”.
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Tópico do Texto 5: The first fuck (a da autora com o tal de Luisinho – branco – sete anos de idade, mal explicado, pai descobre e dá-lhe um enxerto de pancada) e que começa assim, para variar: “Foder. Essa descoberta tornou-se algo que me envergonhava e desejava”.
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No texto 10: Mais sexo. “Quase” engravida do “filho do vizinho preto”. Aos dez anos de idade.
No texto 11: “… o olhar dos negros, nunca fica, para os colonos, isento de culpa: olhar um branco, de frente, era provocação directa; baixar os olhos, admissão de culpa. Se um negro corria, tinha acabado de roubar; se caminhava devagar, procurava o que roubar.”
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No texto 14: Sobre a Marília, a quem a autora dá uma bofetaba mas que, como ela era branca e a Marília mulata, a Marília engoliu e calou-se. Isto na Escola Especial em Lourenço Marques.
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No texto 17, sobre a guerra no Norte e as tropas portuguesas: “Também havia soldados pretos. Faziam-nos comandos, para irem à frente e morrerem primeiro; assim se poupava um branco. Que os pretos morressem na guerra era mal menor. Era lá entre eles”.
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Há 16 páginas às voltas com a saída de Moçambique em 1975 (textos  de 29 a 33). Medíocre.
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No texto 34 há um parágrafo inteiro, que constitui o segundo parágrafo inteiro, do texto de Fernanda Câncio no DN. Alguém se esqueceu de pôr lá as aspazinhas e fiquei a pensar que era da autoria de Câncio. Afinal era da autora. E aqui vai: “Todos os lados possuem uma verdade indesmentível. Nada a fazer. Presos na sua certeza absoluta, nenhum admitirá a mentira que edificou para caminhar sem culpa ou caminhar, apenas. Para conseguir dormir, acordar, comer, trabalhar. Para continuar. Há inocentes-inocentes e inocentes-culpados. Há tantas vítimas entre os inocentes-inocentes como entre os inocentes-culpados. Há vítimas-vítimas e vítimas-culpados. Entre as vítimas há carrascos. “
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Texto 40: quatro páginas sobre o corpo do pai. As pernas, a barriga, etc. Fico sem palavras.
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Texto 41: agora é a vez de alguém que vem por via da mãe, uma mulher, que terá dito, já “retornada”, cito “ Os negros, os cabrões, os filhos da puta. Vim de lá há um ano. Nunca deixei que me faltassem ao respeito. Chamavam-me mamã, chamavam-me tia, e eu dizia-lhes não sou tua mãe, que eu não sou puta. Nem tia, ó meu cabrão. E não me assaltas que eu não sou branca e estrangeira e ponho a polícia atrás de ti, meu escarumba de merda.”
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Perto do final, um texto indicado como post chamado Fígado de Porco refere-se ao primeiro aborto que a autora fez, não se sabe quando. Parece que o que saiu pareceu-lhe fígado de porco. Mas este já é tema extra-colonial, é uma espécie de bónus. Não indica quem a pôs assim.
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E no meio do texto 41, o que para mim é o grand finale, o que a autora, na sua análise, destila disto tudo: “Um branco que viveu o colonialismo será um branco que viveu o colonialismo até ao dia da morte. E toda a minha verdade é para eles uma traição. Estas palavras, uma traição. Uma afronta à memória do meu pai. Mas com a memória do meu pai podemos bem os dois.”
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Tirem-me deste filme doentio.
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E como exorcismo merecido, leia-se Noémia de Sousa, José Craveirinha, Mia Couto, Luis Bernardo Honwana, Luis Carlos Patraquim, Calane da Silva, Albino Magaia, Nelson Saúte, Ungulani Baka Kosa, António Pinto de Abreu, Leite de Vasconcelos, Paulina Chiziane, José Eduardo Agualusa. E, last but not least, Carlos Serra. E o meu irmão Amâncio Miguel.
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São gente que demonstra que, por mais que todos os electricistas da Matola houvessem atentado contra a dignidade de um povo, por mais humilhações por que tenha passado, ele superou e ressurgiu forte e sorridente.
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Quanto aos “retornados”, deixe-os em paz. Eles têm as suas histórias, que não são estas.
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São outras.
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http://ma-schamba.com/roupa-velha/no-sofa-com-a-filha-do-electricista-da-matola/
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Victor Nogueira disse...


Grato pela sugestão. Li a recensão, não li nem tenciono ler o livro. Estou na terra de ninguém e sobre isso escrevi vários textos nos meus blogs e um poema: Raízes! Não tenho fantasmas nem preciso de fazer exorcismos. Abraço Victor Nogueira





Victor Nogueira disse...


Em tempo - Sobre Angola acabei de ler dois livros . 1) História de Angola, de Wheller Douglas e Pélissier, René, Edição Tinta da China, Lisboa, 2009 . 2)A Purga de Angola - o 27 de Maio de 1977, de Mateus, Dalila Cabrita e Mateus, Álvaro, Texto Editora, Lisboa, 2009. . Considero o primeiro um trabalho sério, que me permitiu enquadrar muitos acontecimentos recentes, já que os anteriores a 1974 eram do meu conhecimento como estudioso. Quanto ao 2º, vale o que vale, sendo pouco para quem se pretende investigadora social com galões. Trata-se duma visão a meu ver parcelar da realidade mas que explica o rumo que Angola tomou! . E «prontus», aqui fica em retribuição o meu contributo. Victor Nogueira

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