domingo, 10 de julho de 2011

Poesia de Bertold Brecht


O nalfabeto Político-Bertold Brecht 

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 O pior analfabeto  é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala,nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe  que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel,do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto Politico é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política.
Não sabe o imbecil que da sua ignorância política,nasce a prostituta, o menor abandonado,
o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista,pilantra, corrupto e lacaio ds empresas nacionais e internacionais.



Postado por: nena às 22h35
 



01.03.06

Regar o Jardim-Bertold Brecht 


Regar o jardim, para animar o verde!
Dar água às plantas sedentas! Dê mais que o bastante.
E não esqueça os arbustos,também
Os sem frutos,os exaustos
E avaros! e não negligencie
As ervas entre as flores,que também
Têm sede. Não molhe apenas
A relva fresca ou somente a ressacada;
Refresque também o solo nu


Postado por: nena às 14h08
 



24.02.06

Geraçoes marcadas-Bertold Brecht 

Bem antes de sobre nós aparecerem os bombardeiros
Eram já inabitávies
Nossas cidades,Canalização nenhuma
Nos livrara da imundície.
Bem antes de cairmos em batalhas sem sentido
Ainda andando por cidades ainda intactas
Nossas mulheres
Eram já viúvas
E nossos filhos já órfãos.
Bem antes de nos lançarem em covas aqueles também marcados
Eramos sem alegria.Aquilo que a cal
Nos corroeu
Já não eram rostos


Postado por: nena às 22h34
 


21.02.06

Grande Tempo, Desperdiçado 

Eu sabia que as cidades eram construídas
Não fui até lá
isto pertence à estatística, pensei
Não à história.
Pois o que são cidades, construídas
Sem a sabedoria do povo?


Postado por: nena às 02h03



16.02.06

O Parto da Grande Babel-Bertold Brecht 

Ao chegar sua hora, ela retirou-se parao mais íntimo de seus aposentos e cercou-se de médicos e adivinhos.
Havia sussuros.Na casa entraram homens importantes com rostos sérios, é saíram com rostos preocupados, empalidecidos.E o  preço da maquiagem branca  dobrou nas lojas de beleza.
Na rua juntava-se o povo e permanecia de manhã à noite, de estômago vazio.
A primeira coisa que se ouviu como um forte peido nos caibros do telhado, seguida de um forte grito de "PAZ!", depois do que o mau cheiro aumentou.
Imediatamnete após, sangue jorrou num jato fino e débil.
E agora  vinham  outros sons em sucessão interminável, cada um mais terrível que o outro.
A Grande Babel vomitou e  aquilo soou como  LIBERDADE! e tossiu e aquilo soou como JUSTIÇA!, e peidou novamente e aquilo soou como  BEM-ESTAR!.E levaram à sacada envolta num lençol uma criança aos berros e mopstraram ao povo sob o som dos sinos, e ela era a GUERRA.
E tinha mil pais.


Postado por: nena às 00h01
 


10.02.06

ELOGIO DO PARTIDO-Bertold Brecht 

O indivíduo tem dois olhos
O Partido tem mil olhos
O Partido vê sete Estados
O indivíduo vê uma cidade.
O indivíduo tem sua hora
Mas o Partido tem muitas horas.
O indivíduo pode ser liquidado
Mas o Partido não pode ser liquidado.
Pois ele é a vanguarda das massas
E conduz a sua luta
Com o método dos Clássicos,  forjados a partir
Do conhecimento da realidade.


Postado por: nena às 22h31
 


03.02.06

O Camponês cuida de seu Campo-Bertold Brecht 

 O camponês cuida de seu campo
Trata bem do gado,paga impostos
Faz filhos para poupar trabalhadores
E depende do preço do leite.
Os da cidade falam do amor à terra
Da saudável linhagem camponesa
E que o camponês é o alicerce da nação.
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Os da cidade falam  do amor à terra
Da saudável linhagem camponesa
E que o camponês é o alicerce da nação.
O camponês cuida de seu gado
Trata bem do seu gado, paga impostos
Faz filhos para poupar trabalhadores
E depende do preço do leite.



Postado por: nena às 23h05
 


27.01.06

Facilidade-Bertold Brecht 

Vejam só a facilidade
Com que o rio poderoso
Rompe as barragens!
O terremoto
Com a mão indolente
Sacode o chão.
O fogo terrível
Toma com graça
A cidade de mil casas
E a devora com gosto:
Um comilão treinado
 

 


25.01.06

Procura do velho e do Novo-Bertold Brecht 

Quando lerem seus papéis
Pesquisando, dispostos ao assombro
Procurem o Velho e o Novo, pois nosso tempo
E o tempo de nossos filhos
É o tempo das lutas do Novo com o Velho.
A astúcia da velha trabalhadora
Que toma ao professor seu saber
Como um fardo pesado demais, é nova
E deve ser mostrada como Novo.E velho
É o medo dos trabalhadores,durante a guerra
De aceitar os panfletos que tem o saber, deve
Ser mostrado como Velho.Mas
Como diz o povo: na mudança de lua
A lua nova segura a lua velha
Uma noite inteira nos braços.A hesitação dos receosos
Anuncia o novo tempo. Sempre
Determinem o Já e o Ainda!
As lutas de classes
As lutas entre o Velho e o Novo
Ocorrem também dentro de cada um.
A disposição de ensinar do professor:
O irmão não vê, o estranho vê.
Examinem todas as ações e emoções de seus personagens
Na busca de Velho e de Novo!
As esperanças da mercadora Coragem
São fatais para seus filhos: mas o desespero
Dos mudos com a guerra
Pertence ao Novo. Seus movimentos desamparados
Ao arrastar o tambor salvador para o telhado
A grande ajuda, devem enchê-los
De orgulho ,a energia
Da mercadora que não aprende, de compaixão
Pesquisando , dispostos ao assombro
Alegrem-se com o Novo, envergonhem-se do Velho!




Postado por: nena às 20h36
 


23.01.06

Em toda parte Há muito para ver-Bertold Brecht 

O que viu, viajante?

Eu vi uma paisagem aprazível, ondev havia um monte de cinza contra um céu claro, e a relva oscilava no vento. No monte se encostava uma casa, como uma mulher se encosta num homem.

O que viu, viajante?

Eu vi uma elevação , boa para abrigar canhões.

O que viu, viajante?

Eu vi uma casa, tão arruinada que apenas o monte a mantinha de pé; mas assim ficava o dia inteiro na sombra. Passei por ela em horas diferentes.e jamais saía da chaminé, que indicasse comida sendo cozinhada.
E eu vi as pessoas que lá viviam.

O que viu, viajante?

Eu vi um campo ressecado de chão pedregoso. Cada talo de relva era solitário. Pedras havia na grama. Desmaiada sombra de um monte

O que viu, viajante?

Eu vi uma rocha que erguia os ombros da grama do chão como um gigante que não se deixa vencer. E a grama firme e reta, com orgulho, no chão ressecado,E um céu indiferente.

O que viu, viajante?

Eu vi uma dobra no chão.Aqui , há milênios,devem ter ocorrido grandes movimentos da superfície da terra.O granito estava à mostra

O que viu, viajante?

Nenhum banco para sentar, estava cansado.
 

Postado por: nena às 13h30
 


19.01.06

Em Tempos Negros-Bertold Brecht 

Não se dirá: Quando a nogueira balançou no vento
Mas sim:Quando o pintor de paredes esmagou os trabalhadores
Não se dirá: Quando o menino fez deslizar a pedra lisa pela superfície da correnteza
Mas sim: Quando preparam as grandes guerras
Não se dirá: Quando a mulher foi para o quarto
Mas sim:Quando os grandes poderes se uniram contra os trabalhadores.
Mas não se dirá: Os tempos eram negros
E sim: porque os seus poetas silenciaram?
 

Postado por: nena às 11h31
 


15.01.06

Soube que vocês nada querem aprender_Bertold Brecht 

Soube que vocês nada querem aprender
Então devo concluir que são milionários
Seu futuro está garantido-à sua frente
Iluminado. Seus pais
Cuidaram para que seus pés
Não topassem com nenhuma pedra.Neste caso
Você nada precisa aprender.Assim como é
Pode ficar.

Havendo ainda dificuldades, pois od tempos
Como ouvi dizer,são incertos
Você tem seus líderes, que lhe dizem exatamente
O que tem a fazer, para que vocês estejam bem.
Eles leram aqueles que sabem
As verdades válidas para todos os tempos
E as receitas que sempre funcionam.
Onde há tantos a seu favor
Você não precisa levantar um dedo.
Sem dúvida, se fosse diferente
Você teria que aprender
 


Postado por: nena às 19h20
 


14.01.06

A Queima de Livros-Bertold Brecht 

Quando o regime ordenou que fossem queimados publicamente
Os livros que continham saber pernicioso , e em toda parte
Fizeram bois arrastarem carros de livros
Para as pilhas,um poeta perseguido
Um dos melhores, estudando a lista dos livros quiemados
Descobriu, horrorizado.que os seus
haviam sido esquecidos.A cólera o fez correr
Célere até sua mesa, e escrever uma carta aos donos do poder.
Queimem-me! Escreveu com pena veloz.Queimem-me!
Não me façam uma coisa dessas! Não me deixem de lado! Eu não
Relatei sempre a verdade em meus livros? E agora tratam-me
Como um mentiroso! Eu lhes ordeno:
Queimem_me!
 

Postado por: nena às 23h56
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13.01.06

Nada digo contra Alexandre-Bertold Brecht 

Timur,ouvi dizer, deu-se ao trabalho de conquistar a terra.
Eu não o entendo:
Com um pouco de cachaça a gente esqueçe a terra.
Não digo nada contra Alexandre.
Apenas
Conheci pessoas nas quais
Era notável
Muito digno de admiração
O fato de que
Simplesmente vivessem
Os grandes homens transpiram suor demais.
EU vejo em tudo apenas a prova
De que não aguentariam ser sós
E fumar
E beber
E coisas assim.
E devem ser muito mesquinhos
Para que lhes possa contentar
Fazer compnhia a uma mulher
 


Postado por: nena às 23h22


11.01.06

cançao de uma enamorada-Bertold Brecht 

Quando me fazes alegre
Penso por vezes:
Agora poderia morrer
Então seria feliz
Até o fim.

E quando envelheceres
E pensares em mim
Estarei como hoje
E terás um amor
Sempre jovem.
 

Postado por: nena às 21h32 

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