segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

"Debaixo de algum céu", de Nuno Camarneiro, vencedor do Prémio LeYa

Diário de Notícias


JÚRI DO PRÉMIO LEYA

Romance destacou-se pela segurança da escrita

por LusaHoje
O romance vencedor do Prémio LeYa, "Debaixo de algum céu", de Nuno Camarneiro, destacou-se pelo "domínio e a segurança da escrita", disse hoje o presidente do júri, o escritor Manuel Alegre.
Ao anunciar o romance vencedor, que vale ao seu autor 100 mil euros, Alegre disse que é o "retrato de uma microssociedade unida pelo espaço em que vivem as personagens".
"O romance organiza-se a partir de um conjunto de vozes que dão conta de vidas e destinos que o acaso cruzou num período de tempo delimitado entre um Natal e um Fim de Ano", afirmou Manuel Alegre.
O júri salientou "a coerência com que é seguido o projeto, a força no desenho dos personagens e destaca a humanidade subjacente ao que poderá ser lido como uma alegoria do mundo contemporâneo".
"O júri apreciou no romance 'Debaixo de algum céu" a qualidade literária com que, delimitando intensivamente a figura fulcral do 'romance de espaço' e do 'romance urbano', faz de um prédio de apartamentos à beira mar o tecido conjuntivo da vida quotidiana de várias personagens -- saídas da gente comum da nossa atualidade, mas também por isso carregadas de potencial significativo", disse Alegre.
Ao Prémio LeYa concorreram este ano 270 originais de autores residentes em Angola, Brasil, Canadá, França, Inglaterra, Moçambique e Portugal, tendo sete sido finalistas.
Manuel Alegre sublinhou a "subida de qualidade" relativamente aos anos anteriores, tendo afirma do que a escolha do premiado, por maioria, suscitou "um diálogo enriquecedor", entre os jurados.
Além de Manuel Alegre, o júri foi constituído ainda pelos escritores Nuno Júdice, Pepetela e José Castello, por José Carlos Seabra Pereira, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Lourenço do Rosário, reitor do Instituto Superior Politécnico e Universitário de Maputo, e Rita Chaves, crítica literária e professora da Universidade de São Paulo.
O Prémio LeYa foi criado pelo grupo editorial que reúne mais de uma dezenas de editoras e chancelas de Portugal, Angola, Moçambique e Brasil, e o intuito do galardão é distinguir um romance inédito escrito em português.
Nuno Camarneiro, 35 anos, nascido na Figueira da Foz, publicou em coletâneas e revistas até se estrear, em junho do ano passado, com o romance "No meu peito não cabem pássaros". Este ano integrou a "embaixada dos [escritores] novissímos" que a LeYa enviou ao Brasil no âmbito do ano de Portugal nauqele país.
Camarneiro é doutorado pela Universidade de Florença em Ciência Aplicada ao Património Cultural e leciona atualmente na licenciatura de restauro e conservação, da Universidade Portucalense do Porto. Integrou o Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra, a banda Diabo a Sete, a companhia teatral Bonifrades
O romance vencedor deverá ser publicado "entre finais de março e príncípio de abril", disse o presidente executivo do Grupo LeYa que instituiu o prémio em 2008, Isaías Gomes Teixeira.

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