domingo, 2 de março de 2014

Michel Sleiman - Poema crítica à poesia bem acabada de um poeta de que gosto


Poema acabado é poema morto.
Morre quem chega ao fim, o ponto findo
Há que mantê-lo o antes do último
Nem mesmo o penúltimo, que penúltimo
É o termo último que precede o fim.
Sigo minha trajetória, sem eira nem beira,
Feita de escabrosas lacunas, saltando mares e lagos e rios e feriados.
O tempo é um modo de o lugar borrar-se no grande relógio de deus Chronos.
Ele se borra num dos marcos de minuto cheio. Ah pudera.
Não posso terminar o poema, o que faço, agora?

Michel Sleiman é o atual vice-presidente do Instituto da Cultura Árabe. Foi presidente nas gestões de 2009-2010 e 2011-2012. É professor de língua e literatura árabe da Universidade de São Paulo. Autor do livro de poemas Ínula Niúla (Ateliê, 2010) e dos livros de ensaios A Arte do Zajal (Ateliê, 2007) e A Poesia Árabe-Andaluza (Perspectiva, 2000). Editor da Revista Tiraz de Estudos Árabes e das Culturas do Oriente Médio (FFLCH-USP, entre 2004 e 2010).
http://www.icarabe.org/noticias/poema-critica-a-poesia-bem-acabada-de-um-poeta-de-que-gosto

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