terça-feira, 1 de março de 2016

Thiago de Mello comemora 90 anos de poesia e luta política

1 de março de 2016 - 10h52 

No próximo dia 15 de março, Thiago de Mello comemora seus 90 anos de vida. Cidadão do Brasil e do mundo, o poeta vai compartilhar este momento com leitores e amantes da poesia e da literatura em uma solenidade realizada na Biblioteca Mário de Andrade, no centro da capital paulista. 

Thiago de Mello comemora seu aniversário no próximo dia 15 de março em São Paulo Artista identificado com a cultura do Amazonas, morou em vários países — Argentina, Chile, Portugal, França, Alemanha — mas, terminada a ditadura no Brasil, optou por voltar à pequena Barreirinhas, cidade amazônica onde nasceu e vive até hoje.

Preso e torturado durante a ditadura, exilou-se no Chile. Lá conheceu Pablo Neruda, de quem se tornaria amigo e tradutor, tendo também sua obra traduzida pelo chileno. Thiago de Mello é reconhecido como um dos maiores nomes vivos da poesia de caráter social.

Sua obra sofreu influência da revolta, provocada em um momento histórico no qual a repressão se generalizou na América do Sul. Marca desse período, o livro Poesia Comprometida com a Minha e a Tua Vida, rendeu-lhe, em 1975, o Prêmio de Poesia concedido pela Associação Paulista dos Críticos de Arte e que o apresentou internacionalmente como um intelectual engajado na luta pelos Direitos Humanos.

Muitos de seus poemas mais populares tomam o partido dos pobres e dos oprimidos do mundo, tais como Faz Escuro Mas Eu Canto (1968), Os Estatutos do Homem (1973) e Canto do Amor Armado (1975). Já Campo de Milagres (1998) trouxe com força a preocupação ecológica em sua poética.

Em visita à Fundação Maurício Grabois, em 2014, o poeta falou de seu profundo desejo de ver a construção de uma sociedade mais humana e solidária no Brasil. Abordou a realidade da Amazônia, alertando para a exuberância da floresta na qual existe, injustificadamente, uma população empobrecida.

Naquela ocasião, Thiago de Mello discorreu ainda sobre a realidade da América Latina e sobre a mobilização popular “que derrubou a ditadura” no Brasil como uma evidência da força do povo. “Quando uma parcela de um povo se conscientiza, sabe as razões porque este povo está sendo oprimido, a primeira coisa que ele faz é querer se organizar para lutar. Esse povo conscientizado vai crescer e vai ser invencível”, afirmou.


Do Portal Vermelho, com Fundação Maurício Grabois

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