domingo, 15 de março de 2009

IMPERFEIÇÃO - Alfredo Brochado

IMPERFEIÇÃO

Sou eu poeta? Às vezes, penso e digo,
Não sou poeta, não.
Não sou poeta porque não consigo
Vencer o que em mim há de imperfeição.

Sou eu poeta? E muitas vezes penso
E sinto que o não sou.
Ser poeta é ter um voo mais extenso,
É ter um outro voo.

Sou eu poeta? Às vezes isso mesmo
Me custa acreditar.
Que ser poeta é amar a vida inteira, a esmo,
E infelizmente eu não a posso amar.

Sou eu poeta? Um vento de sol-posto
Passa junto a mim, numa vertigem.
E como o vento eu sofro de um desgosto
De que não sei nem saberei a origem.

Mas ser poeta é qualquer coisa mais.
É ter sublimes adivinhações.
É ser, tal como são os imortais,
Da estirpe de Camões.

ALFREDO BROCHADO
.
Enviado por Moranguinho Pereira (hi5)
.

Sobre Alfredo Brochado (biografia) numa pesquisa com o Google encontrei apenas duas breves referências:

http://www.citador.pt/poemas.php?poemas=Alfredo_Brochado&op=7&author=21237

http://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rico_Cortez_Pinto

Victor Nogueira


1 comentário:

"O trabalho é mais importante e é independente do capital. O capital é apenas o fruto do trabalho, e não existiria sem ele. O trabalho é superior ao capital e merece a consideração mais elevada." (Lincoln, Presidente dos EUA)