Declaração
de Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP
Sobre os
resultados das Eleições Legislativas de 2025
18 Maio 2025, Lisboa
Nesta
campanha eleitoral, nesta luta por tudo quanto importa na vida dos
trabalhadores, do Povo, da juventude e do País, afirmámos a CDU como força de
coragem, de seriedade e de confiança.
Saudamos os
activistas da CDU, e em particular os nossos companheiros de coligação o
Partido Ecologista “Os Verdes” e a associação Intervenção Democrática.
Saudamos os
comunistas, ecologistas, mulheres e homens sem filiação partidária que fizeram
desta campanha eleitoral uma notável jornada em defesa de um novo rumo para o
País.
Saudamos a
juventude, a quem nos dirigimos de forma particular ao longo da campanha e que
com a sua participação deu força, alegria, criatividade a uma campanha
eleitoral assente na denúncia dos problemas e nas soluções para o País.
Saudamos
todos os que votaram na CDU e em particular os que o fizeram pela primeira vez.
O resultado
da CDU marcando resistência num quadro particularmente exigente e face a
múltiplos vaticínios, não reflecte nem a expressão de apoio e reconhecimento
que a campanha mostrou, nem o que a situação do país exigia de uma CDU mais
reforçada para responder aos problemas, para enfrentar as forças e
projectos reaccionários.
Um
resultado inseparável de factores objectivos e subjectivos em que pesaram a
difusão de elementos de preconceito, a recorrente falsificação e menorização da
CDU e das suas propostas, uma opção eleitoral ditada não pela resposta aos
problemas de cada um mas condicionada por alegadas disputas de maiorias
eleitorais.
Como
afirmamos em toda a campanha, cada voto na CDU conta.
Nenhum voto
na CDU será desperdiçado.
Nenhum voto
na CDU será traído.
Cada voto
na CDU é uma expressão de compromisso com um outro rumo na vida política
nacional, um voto de exigência de ruptura com a política de direita e que
contarão para enfrentar com coragem a direita e a extrema-direita e os
interesses do capital.
Podem os
trabalhadores e o povo contar com iniciativa e intervenção da CDU para dar
resposta e solução aos problemas que aí estão.
Salários,
pensões, saúde, habitação, educação, direitos das crianças e dos pais, das
mulheres, da juventude, o ambiente, a conservação da natureza, a solidariedade
com a Palestina.
Podem
contar com a CDU para defender a liberdade, democracia, a constituição e a
Paz.
A
composição da Assembleia da República tem uma evolução negativa, marcada pelo
crescimento da AD (PSD e CDS), do Chega e da IL.
O resultado
obtido pela AD foi alcançado a partir da instrumentalização da ideia de
“estabilidade governativa” a partir de uma política que promove todos os dias a
instabilidade na vida de cada um, do uso e abuso ilegítimo de actos de um
governo em gestão, da vitimização que procurou fomentar, associado à falta de
credibilidade do PS que, não só não assumiu uma perspectiva de caminho e
soluções distintas às da AD como, antecipadamente se mostrou disponível para
viabilizar um seu governo.
O resultado
obtido pelo Chega é inseparável dos meios – financeiros, mediáticos e outros -
que hoje estão colocados pelo capital ao serviço da promoção de um quadro de
valores reaccionário e anti-democrático, favorecendo forças que alimentam a
demagogia, a mentira, a manipulação e o ódio, elementos amplamente evidentes
nesta campanha.
O quadro
institucional agora resultante, com uma maioria na AR de PSD, CDS, Chega e IL,
independentemente dos arranjos que venham a verificar-se entre estas forças,
comporta o perigo da intensificação da agenda retrógrada, neoliberal e
anti-social.
Este é o
momento para cada um dizer com clareza e coragem, sem tactismos, ao que está e
ao que vem.
Face a
estes resultados eleitorais que não subestimamos, este não é tempo de
conformação ou de entendimento com a direita e as suas concepções
reaccionárias, retrógradas e antidemocráticas. Este não é o tempo de dar a mão
à direita, de dar suporte à sua política anti-popular.
Este é o
tempo de combate à política de baixos salários e pensões, de ataque aos
direitos dos trabalhadores e aos serviços públicos, de negação do direito à
habitação, de privatizações e outras grandes negociatas, de mais e mais
injustiças e favores ao capital, de submissão nacional e corrida aos
armamentos.
Este é o
tempo de democratas e patriotas assumirem o caminho da resistência e da luta
contra o retrocesso e abrir o caminho de que Portugal precisa.
Desenganem-se
os que acham que o neoliberalismo e a acção reaccionária se vão impor, que a
luta dos trabalhadores e do povo vai deixar arrasar os seus direitos e fazer
regredir o País.
A situação
evidencia ainda mais o papel decisivo da luta dos trabalhadores e do povo, a
necessidade da acção comum de democratas e patriotas, a importância da CDU e
dos seus deputados para enfrentar a política de direita e o governo que a
concretize, para enfrentar os projectos reaccionários e a revisão subversiva da
Constituição da República.
Os
trabalhadores, o povo e a juventude, contam com o PCP e a CDU e nós contamos e
confiamos na sua força, capacidade e luta.
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"O trabalho é mais importante e é independente do capital. O capital é apenas o fruto do trabalho, e não existiria sem ele. O trabalho é superior ao capital e merece a consideração mais elevada." (Lincoln, Presidente dos EUA)