quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Adriano Correia de Oliveira



Adriano Correia de Oliveira (Porto, 9 de Abril de 1942Avintes, 16 de Outubro de 1982), foi um músico português e um dos mais importantes intérpretes do fado de Coimbra. Fez parte da geração de compositores e cantores de cariz político, que foram usadas para lutar contra o Estado Novo e que ficou conhecida como música de intervenção.

História
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Adriano Maria Correia Gomes de Oliveira nasceu em Avintes, em 9 de Abril de 1942, no seio de uma família tradicionalista católica. Tirou o curso do liceu no Porto. Em Avintes iniciou-se no teatro amador e foi co-fundador da União Académica de Avintes. Em 1959 rumou a Coimbra, onde estudou Direito, tendo sido repúblico na Real Repúbica Ras-Teparta. Foi solista no Orfeon Académico de Coimbra [1] e fez parte do Grupo Universitário de Danças e Cantares e do Círculo de Iniciação Teatral da Académica de Coimbra. Tocou guitarra no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica. No ano seguinte editou o primeiro EP acompanhado por António Portugal e Rui Pato. Em 1963 saiu o primeiro disco de vinil "Fados de Coimbra" que continha Trova do vento que passa, essa balada fundamental da sua carreira, com poema de Manuel Alegre, em consequência da sua resistência ao regime Salazarista, e que as suas movimentações levaram a gravar, foi o hino do movimento estudantil.
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Além disso Adriano Correia de Oliveira tornou-se militante do PCP no início da década de 60. Em 1962, participou nas greves académicas e concorreu às eleições da Associação Académica, através da lista do Movimento de Unidade Democrática (MUD).
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Em 1967 gravou o vinil "Adriano Correia de Oliveira" que entre outras canções tem Canção com lágrimas.
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Quando lhe faltava uma cadeira para terminar o Curso de Direito, Adriano trocou Coimbra por Lisboa e trabalhou no Gabinete de Imprensa da Feira Industrial de Lisboa (FIL) e foi produtor da Editora Orfeu. Em 1969 editou "O Canto e as Armas" tendo todas as canções poesia de Manuel Alegre. Nesse mesmo ano ganhou o Prémio Pozal Domingues. No ano seguinte sai o disco de vinil "Cantaremos" e em 1971 "Gente d'Aqui e de Agora", que marca o primeiro arranjo, como maestro, de José Calvário, que tinha vinte anos. José Niza foi o principal compositor neste disco que precedeu um silêncio de quatro anos. É que Adriano recusou-se a enviar os textos à Censura.
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Em 1975 lançou "Que Nunca Mais", com direcção musical de Fausto e textos de Manuel da Fonseca. Este vinil levou a revista inglesa Music Week a elegê-lo como "Artista do Ano".
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Fundou a Cooperativa Cantabril e publicou o seu último álbum, "Cantigas Portuguesas", em 1980. No ano seguinte, numa altura em que a sua saúde já se encontrava degradada rompeu com a direcção da Cantabril e ingressou na Cooperativa Era Nova. Em 1982, com quarenta anos, num sábado, dia 16 de Outubro, morreu em Avintes, nos braços da mãe, vitimado por uma hemorragia esofágica.
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Álbuns
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1969 – O canto e as armas
E de súbito um sino
Raiz
E a carne se fez verbo
E o bosque se fez barco
Peregrinação
A batalha de Alcácer-Quibir
Regresso
Canção da fronteira
Por aquele caminho
Canto da nossa tristeza
Trova do vento que passa n.º 2
As mãos
Post-scriptum
1970 – Cantaremos
Cantar de emigração
Saudade pedra e espada
Fala do homem nascido
O Sol p'rguntou à Lua
Canção para o meu amor não se perder no mercado da concorrência
Lágrima de preta
Canção com lágrimas
Cantar para um pastor
Como hei-de amar serenamente
Sapateia
A noite dos poetas
1971 – Gente de aqui e de agora
Emigração
E alegre se fez triste
O senhor morgado
Cana verde
A vila de Alvito
Canção tão simples
Cantiga de amigo
Para Rosalia
Roseira brava
História do quadrilheiro Manuel Domingos Louzeiro
1975 – Que nunca mais
Tejo que levas as águas
O senhor gerente
As balas
No vale escuro
Tu e eu meu amor
Recado a Helena
Dona Abastança
Cantiga de Montemaior
P'ra a frente




Para saber mais ver:

Jornal «Avante!» : A C O nasceu há 65 anos

1 comentário:

De Amor e de Terra disse...

Gostei muito de ver aqui lembrado o Adriano!
Parabéns Victor e Obrigada

Bj


Maria Mamede