domingo, 27 de fevereiro de 2022

Filipe Chinita - breve estarei a viver na rua

* Filipe Chinita


breve estarei a viver na rua

Dom, 23:37


nunca

imaginei...

poder haver seres

que tanto nos bajulem...

- pública e privadamente - pela frente...

tão mal nos mal.dizendo... pelas costas

.

fj

22.34

27.02.2022

Qui, 22:00


comunista

.

(eu)

sou comunista

.

não!

vazo o marxismo

para o plástico lixo dos dias

nem para o caixote do lixo da história

.

mui menos

o seu método dialéctico de pensar e agir

que praticamente já quasi.ninguém

sabe usar... e menos ainda...

pratica

.

comunista.

materialista.dialéctico e histórico

portanto o mais in.comum.e rasteiro dos seres

rente ao chão... qual a pene.planície

em que nasci... levantado

da mesma

.

comunista.

alentejano.

e desde sempre!

benfiquista. e

vermelho!

.

comunista.

da

planície

do latifúndio

- de sol a sol -

da quinta dos pretos.escravos!

.

comunista.

da mineral

milenar - de humanos -

proletária e resistente aldeia/vila de escoural

.

comunista.

p'la construção da sociedade socialista

em todo o planeta/terra

tendo como fito último e primeiro...

atingir a civilização

comunista

.

comunista.

nada pois...

tenho a ver com o.s imperialismo.s


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

Poesia de Filipe Chinita

20.02.2022

e

ainda

me vêm falar... sem corar

de democracia e

liberdade...

decerto!

que apenas... a dele.s

.

e

o malvado... putin

(com o qual nada tenho a ver)

é que... propagandeia

quando só a favor

da ucrâcia

todos!

falam

sempre!

(os) ucraniamos

de cá e de lá...

ouvindo

.

ah

e claro

ainda é... professor universitário

21/02/2022, 00:40

Filipe

Filipe Chinita

ponto da situação política

.

eu

digo-te... qual 

(é) a 'sublime' diferença:

se... não me desviar.em

da minha paz e silêncio

eu passo um inteiro dia

em plena concentração

de mim... escrevendo

em íntegro labor... de

(s)em horas.sem fim

sem me perder

com nada mais

e

inteiramente

feliz.de mim

e do que

faço:

servir o.s

outro.s

.

fj

23.47

20.02.2022

'talento'

é apenas trabalho

e trans/inspiração

.

ah

e mesmo....

de rabo ferido.em sangue

em

casa alheia.sem nada de meu

completamente paupérrimo

de tudo

a

320 euros mês

cuidando

de minha mãe.de 85 anos

(vai para mais de dois anos)

sem liberdade alguma

sem ternura alguma

sem amor

algum

.

inteiramente

dependente...

da boa vontade

de outros.e de outrem

______________________________

ou

ainda... do 'choro':

nunca

te queiras ver na situação

em que me encontro eu

absolutamente

manietado

pela

realidade

concreta

.

inteira

mente livre...

(apenas)

dentro de mim mesmo

sem já o meu próprio corpo

dominar... na sua totalidade


sábado, 19 de fevereiro de 2022

Xoto - Setubalense - Amo-te Setúbal


* Xoto




Música Livre - Esta música é dedicada a todos os Sadines, aos por cá e aos espalhados pelo mundo. Não se deixem desmotivar pelas chapadas da rotina, a vida é nossa. Obrigado a todos os que ajudaram a fazer o video. Saude, familia, amizade, amor e barriga cheia para todos. Instrumental - Spot Letra - Xoto (rapper setubalense ) Video - Luís Malaia


[Verso 1]

Setubalense
Carrego na alma uma garra uma raiva amarrada a uma corrente irreverente dum rio azul
Cresci a correr nu pela praia da Tróia, que saudades..
Meu refúgio, meu casulo..azul..
Areia fina, tarde em família
Falar na bola deriva que adoptei o grande amor da minha vida
Ri, corri, chorei e cai de bina
Comi o que pesquei c'a cana do meu avô
Explorei dunas, observei luas, apanhei navalhas e conquilhas
Foi o meu pai que me ensinou
Esquilhas no assador
Terra de pescadores
Gente humilde, gente simples, gente boa, bons valores
Poucos ricos, muitos trabalhadores
Poucos mimos, muitos mais malandros e sonhadores
Certinhos aqui, não pagam renda
Cada bairro cada lenda
[?] multibancos, bancos, carrinhas da Prosegur
Não te enganes, aqui os gangs têm guns
Obra não para a conta do Jumbo
Margem Sul é um deserto e aqui a bófia aqui anda de camelo atrás de DTRs e Fiat Unos
Setúbal, Cidade Rebelde!
As nossas paredes gritam aquilo que nos apetece
Adoro andar p'as ruas da minha cidade a ver tudo o que é parede a abarrotar de graffs
Mas sinceramente ultimamente dá muito mais vontade de girar pá' arrancar posters do PNR
A rua é de quem usa não é das varejas atrevidas
Pousam na CMS, amo esta cidade!
E nesta ansiedade não é a festa que me satisfaz e me faz acalmar
É a serra é o Sado
É uma sesta cheia de sal, moura
É 'tar em frente à pedra da Anicha com muito amor
A misturar o luar com sexo à beira mar
Com sexo aproveitar o verso
Em cada voar de conversa a deslizar pelo universo
Confesso que hei-de levar uma becs deste lugar para onde quer que eu viajar
Sei que Setúbal hei-de amar e posso contar com o verso



[Refrão]
Onde é que existe um rio azul igual ao meu?
Onde bué'da dias têm a mesma cor do céu
A sonhar alto libertei a minha Arrábida
Senti no rosto uma lágrima que me escorreu



[Verso 2]
Eu fui criado no Sado
Setúbal cidade de poetas
Rimo Sado com peixe assado, levo a cidade nas veias!
Veias salgadas e cheias de cheiro a amêijoa da caldeira
A tinta que me sai da caneta cheira a sardinhas da praça
Setubalense pa' sempre
Setúbal mentes diferentes
Se tu não sentes não tentes
Se fumas menos entendes
Ardam escolas de hotelaria, servir ricos não é pa' nós
Abram escolas de charroco, o meu povo não quer resorts
Os nossos filhos só verão a Tróia dos seus avós em fotos
A bulir pa' Belmiros nem no verão encherão os vossos bolsos
Maior bode é o preço do ferryboat
Ápá sóce, não te sentes um ganda bobo?
Querem-nos ver longe de lá e não sabem como
Eu dizia-lhes onde é que eu lhes enfiava os tacos de golfe
Revolta-me ver a Arrábida esburacada por uma fábrica de cimento
A fazer publicidade que sustentam a biodiversidade
A apoiar colectividades (para acalmar e calar a cidade)
Não inventem
Toda a gente vê aquele buraco à frente men..
Qualquer dia eu...
Faço uma loucura, o meu coração não se segura
Com uma escura visão mergulha em escuridão insegura
Cuidado, ele procura desculpas
Farto...
De observar abutres a rodear a minha linda cidade


[Refrão]
Onde é que existe um rio azul igual ao meu?
Onde bué'da dias têm a mesma cor do céu
A sonhar alto libertei a minha Arrábida
Senti no rosto uma lágrima que me escorreu

[Outro]
Onde é que existe uma cidade igual à minha?
Assim genuína inspira-me em cada esquina
[?] em cada esquina, em cada praia
Dos Special Ones, desde o Viso à Bela Vista, do Miradouro ao Liceu

Worst comes to worst, my peoples comes first
Por mais que eu esteja longe o feeling é one love

https://genius.com/Xoto-setubalense-lyrics

Poesia de Filipe Chinita - um dia... em vão

19/02/2022, 21:46

* Filipe Chinita

um dia... em vão

.

não aguento...

nada

.

(nem) sequer

uma dose

para mim

(habituado... que estou

a tudo dividir...

por dois)

.

estou já mortal...

a todo o tempo

.

como sempre

aliás.somos

.

mas agora

mui mais

.

cheguei

a morrer...

desta aventura

de máquina.s de café

e (de) torradeira.s

no comercial

colombo...

worten

.

peça

de substuição...

nem pensar...

malgré...

tudo feito

na república popular da china

ao preço... da uva

mijona

ao serviço das 'marcas' todas!

do capitalismo

mundial...

.

para que serve então o capitalismo?!

se quasi.tudo! dele... e delas

é produzido na

china

esses malvados... 'falsos comunistas

vendidos... ao capitalismo'

que querem 'dominar'

o ocidental

mundo...

'livre'

.

fj

20.35

19.02.2022

e

assim

se passou mais um dia

só... estirado no sofá...

recuperando

-me

.

um dia

fora dos meus ritmos

é já de si quasi.mortal

.

então sem o meu café

matinal... que

dizer...

?!

foi um dia...

como se não contasse

para a (minha)

vida...

de

tal forma

mal-disposto... fisicamente

que só a minha mãe janta

(o nosso arroz.de sempre)

com

o folhadinho de carne

que lhe... trouxe

da nobel...

versaille.s

pejada

de jovens empregadas

vindas do outro lado

do atlântico

.

fj

20.40

19.02.2022

então...

boa noite.a todos!

20/02/2022, 21:40

Filipe

Filipe Chinita

o

faz tudo.

da 'democracia'

e 'liberdade' de adão e silva

em toda a televisiva

comunicação

pátria

.

ele

é comemorações

dos 50 anos do 25 de abril.

ele

é canal 1.ao domingo.

ele

é canal 6.à semana

aqui.sempre a favor

do sistema

social-democrata

do capital

ismo

.

ele

é sport tv

(como que representando

o sport lisboa e benfica)

aqui.sempre em discurso

contra

o seu dito clube

decerto que

cor de

rosa

.

fj

21.04


domingo, 13 de fevereiro de 2022

João Ramos de Almeida - A lã e a neve liberais do Estado Novo

* João Ramos de Almeida

Deixem-me contar, de forma sucinta, as primeiras cinquenta páginas de um livro que estou a ler. 

"A Lã e a Neve", do Ferreira de Castro, um "romance proletário" passado na Covilhã - , teve a sua primeira edição em 1947, durante a II Grande Guerra, e lê-lo hoje é uma máquina do tempo: pelo que descreve, pela linguagem usada, pelos sentimentos contidos, pelos personagens que nos ressoam a familiares distantes e - é aí que eu quero chegar! - pela desigualdade social tão fortemente hierarquizada e pelo consequente desamparo em que as pessoas viviam. 

Um desamparo a que nos arriscamos a viver cada vez mais, caso as arcaicas e interesseiras teses liberais se reforcem - ainda mais! - no país. A história começa asssim:

O jovem Horácio volta alegre a casa, a uma aldeia de Manteigas, depois de ter feito a tropa. E vem cheio de ideias. Viu Lisboa e o Estoril, as casas, os jardins, a limpeza das ruas e não lhe agradam mais como se vive na sua terra. O escritor é exímio:
Casas "negregosas, velhentas, colavam-se umas às outras, com a parte inferior de granito escurecido pelo tempo e a parte cimeira com folhas de zinco enferrujadas a revestirem as paredes de taipa, mais baratas do que as de pedra. Este e aquele casebre exibiam apodrecidas varandas de madeira e outros, mais raros, umas escadas exteriores, coroadas por um patamarzito quadrado, logradoiro do mulheredo nas horas do paleio com as vizinhas".
Horácio tenta convencer a noiva Idalina a adiar o casamento para que possam viver o seu sonho. Quer deixar o pastoreio que lhe rende pouco e que o faz estar meses afastado, sozinho pela serra de neve, com os animais. Quer fazer-se empregar numa fábrica de lanifícios da Covilhã para ganhar mais e conseguir juntar dinheiro para terem uma casa, limpa, com quintal, onde possam crescer os filhos saudáveis. Mas Idalina tem medo que o casamento se adie para sempre. Não vê como vai ele arranjar esse dinheiro. Horácio insiste e acha que convenceu a Idalina. Mas o sonho mal limado esbarra em obstáculos. 
Fala com o padre, pede-lhe ajuda, mas as fábricas não estão a abrir as portas. Horácio já tem mais de 20 anos e ser aprendiz não é tarefa de mancebo. Além do mais, as fábricas estão limitadas a contratar até 20% de aprendizes. Está tudo cheio. Sai acabrunhado. Encontra o seu parceiro que o deixa pensativo. Ele não trocaria a liberdade pela fábrica, fechado no fio das horas, sem fim. Mas na arte de pastoreio também não se faz fortuna. Rebanhos próprios pouco se aguentam. É uma dor de alma, mas tem de se vender ovelhas para comprar cabras que tudo comem. 
Horácio vai à Covilhã que já a sente comesinha face a Lisboa, e a sua esperança esvazia-se. A mesma história das fábricas sem empregos. Horácio amaldiçoa a escolha para padrinho feita pelos pais. Outro galo cantaria se fosse aquele outro com os seus terrenos comprados aos camponeses em dificuldades e que montou em toda a região fábricas cheias de operários, onde os seus apadrinhados têm sempre lugar porque quando há greves, os apadrinhados não alinham. Tudo lhe parece afundar-se. E se isso não bastasse, os pais estão contra o seu sonho. Lá muito a custo contam-lhe porquê. 
Na sua ausência, o pai adoeceu e tiveram de pedir dinheiro emprestado para o tratar. Não conseguiram hipotecar a propriedade. E a última pessoa a quem pediram foi ao patrão do Horácio, o dono dos rebanhos, a quem garantiram que o que ele ganhasse era para pagar a dívida contraída. Horácio vê-se assim obrigado a ter de trabalhar sem ganhar. O pai ainda lhe propõe que se venda a pequena courela que os pais tinham: "Assim como assim, era para ti". Horácio não aceita. Mas fica a roer-se. E nada pode dizer por causa desse segredo dos pais. Quer contar a Idalina, mas não pode. 
Idalina faz perguntas, mas a medo. Fica triste, em silêncio. Conta aos pais que intervêm, como se o rapaz quisesse esquecer o casório. Filho e pais prometem que nada se altera, sem explicar o que se passa. Mesmo tendo estado longe de Idalina durante todo o tempo da tropa, Horácio decide regressar quanto antes ao pastoreio. Quanto mais cedo pagar a dívida, melhor. 
Veste o seu capote de pastor, assobia ao cão que vem todo feliz ter com ele. A felicidade do cão agredi-o e Horácio atira-lhe uma pedra à pata que o deixa a mancar. Nunca mais o cão saltará feliz à sua frente. Horácio vai ter com a Idalina ao campo onde ela está a sachar. É uma cena de filme. 
Ela triste porque mal esteve com ele e ele a justificar-se que quer acabar com a dependência do seu patrão, desejoso de lhe dizer o que vai na alma, mas não lhe sai. E o tempo silencioso, de poucas palavras, marcado pelo som ritmado das enxadas na terra, como um relógio a empurrar o encontro para o fim porque ela foi contratada para sachar e não para estar ali a conversar. Ele afasta-se com o cão para meses de invernia.

O que ressalta desta história? Para mim, a ausência do papel interventivo do Estado. 

Um Estado capaz de conceder a justiça social onde reina a primária desigualdade, o regime imperial de classe que advém do domínio da propriedade e da propriedade dos instrumentos de produção. Os pais de Horácio teriam tido uma assistência médica universal e - mesmo que fosse! - "tendencialmente gratuita", paga pelos impostos que incidiriam sobre quem mais tem, e não precisariam de se endividar ou de aprisionar o futuro do seu filho, obrigado agora a trabalhar sem nada receber para si, para pagar uma dívida estúpida. Pugnar hoje pela redução da "carga fiscal", cheira a pedir a desobrigação por parte dos mais ricos de contribuir em prol dos mais pobres. Um regresso à selvajaria.

Para ter um emprego do seu agrado, os trabalhadores pobres não teriam de esperar reverencialmente pelo apoio impotente do padre da aldeia ou do beneplácito interesseiro dos padrinhos da terra, nem ter de condicionar a sua opinião ao emprego garantido pelos padrinhosHoje, os trabalhadores inscrevem-se em agências de trabalho temporário ou em plataformas que os transformam em trabalhadores por conta própria, isolados, trabalhadores desmaterializados, erxplorados até ao tutano, a pensar que estão sozinhos na sua vida. Os serviços públicos de emprego foram privatizados e os empregos deixados ao abandono por uma autoridade pública de regulação ou mesmo judicial que deixam que a lei que não seja aplicada (consultar o Código de Trabalho a partir do artigo 139º sobre as modalidades de contrato de trabalho).

Resta esperar que os representantes do Estado de hoje saibam governar no sentido de impedir que a vida de trabalho não seja uma vida de pobreza e que haja empregos para quem queira trabalhar (no 4º trimestre de 2021, a taxa de subutilização do trabalho ainda rondava os 12%) e ter uma vida que possa garantir uma casa condigna, mesmo que a referência ainda seja a ilusória zona senhorial do Estoril, já reconstruída e reforçada por todos os donos que fingem hoje nada se lembrar do passado em que foram reis de todosao mesmo tempo que apoiam a liberdade sem intervenção do Estado, como se fosse uma moda moderna. 

Depois, conto-lhes o que aconteceu ao Horácio.

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Filipe Chinita - partido.comunista.

* Filipe Chinita

 
partido.comunista.
português.
mesmo 
em toda a 'calamitosa' situação 
para o meu heróico e amado 
partido
(aquele 
que vivi eu... 
24 horas/dia no chão do alentejo)
- e até! por isso... mesmo! -
sempre! enquanto 
ele tiver 
nome 
de comunista.
e se propuser 
como seu objectivo... o socialismo
e como seu fito e fim último o comunismo.no planeta terra
devo esclarecer... que 
sendo clara.mente materialista.histórico/dialéctico
sou eu! contra! toda a actividade 
f(r)accionista
mesmo 
em todos os desvios... de esquerda ou de direita 
que possamos ter tido ao longo 
da nossa longa 
história
.
que cousa... triste
exactamente... nos 100 anos do nosso partido
.
em toda 
a minha impotência 
trans.formadora.de práticas concretas

resta-me únicamente a poética.escrita
como forma de intervir
neste processo
.
não!
não me quero separar
de nenhum dos meus camaradas...

excepto.apenas! daqueles que se tornam anti/comunistas
.
com 
o meu obrigado! 
a todos.os que um dia... combateram por nós!
.
fj
21.11
12.02.2022

Filipe Chinita - comunistas/comunismo

* Filipe Chinita

comunistas/comunismo

1.
não.
nós não queremos - apenas - 
estilhaçar o capitalismo 
e construir o 
socialismo
2.
nós 
acometemo-nos o comunismo.
enquanto nova 'civilização' 
- como diz o meu outro -
de um.mesmo.
mas já outro
in.comum
humano
3.
lentamente formado
em novas circunstâncias 
de aprendizagem e vida 
em sociedade
humana
- e não 
desabrochando num ápice
qual varinha de condão... 
num instantâneo 
passe de 
magia -
.
vida
e aprendizagem
educada
sensível
culta
que 
desde 
o nascimento cresça
- sem propriedade.s.nem poder.es.posse.s.inveja.s.ciúme.s.e ódio.s -
em novas circunstâncias.humanas! 
de efectiva igualdade.de todos.
na liberdade maior.e concreta.
na fraternidade.toda.
na talentosa 
diferença 
de cada 
um.
único
4.
senão 
não 
nos chamaríamos 
- desde sempre -  de comunistas
do
- manifesto do partido comunista - 
d(esd)e marx e engels
(nem)... 
ainda lénine 
nada riscava
5.
se  
for o caso 
de havermos desistido de tal....
se 
for o caso 
de já não acreditarmos 
pelo que durante séculos lutámos
deixemos então - como fizeram outros 
com as visíveis... consequências -
de nos auto.designar.mos 
- como sempre nos 
chamámos -
de 
partido 
comunista.(o) português
6.
mas eu 
- e decerto que muitos outros -
comunista... o continuarei sendo.sempre
7.
pois que lutar contra o capitalismo 
para lhe corrigir as desigualdades 
e lhe aplainar '
os defeitos'
nunca foi.
nem 
é.
nem nunca será 
o meu/nem 
nosso... 
único 
fim
8.  
porque isso 
qualquer um outro partido
de um nome outro 
(o) poderá... 
fazer
porque isso 
é e seria (o) absolutamente nada
porque isso
não mobilizaria ninguém... 
para nada... de humanamente grandioso
porque isso 
seria o estúpido e tão proclamado 'fim da história'
9.
no entanto 
ela... nunca parou.nem parará 
de se mover... e para 
diante! 
- malgré 
todos os aparentes passos atrás -
avante! 
pelo social.ismo adiante
rumo ao comunismo
10.
que 
só poderá resultar
da empenhada.lúcida.
inteligente.sensível.individual.culta e colectiva acção humana
bem 
da vida 
no planeta terra
levando atrás de si 
quasi.todos os humanos - todos! os que connosco queiram vir -
e tudo! 
o que de melhor! até então os humanos aprenderam e construíram
11.
comunismo 
é e será o nosso humano céu... na terra!
'a juventude do mundo' como dizia o outro
a 'civilização' de todos os iguais.diferentes.
12
já! 
sem resquícios 
de classe.s nem de deus.es...
porque entretanto 
a propriedade,o poder,a posse.a violência.as guerras.as religiões
e todas demais explicações não cientificas 
da vida.do mundo.e do universo
já se terão - mui
lentamente - 
apagado
e trans.formado numa 
culta e sensível 
inteligência 
cientifica
e
humana!
só de humanos
(ou de outros vivos seres... 
inteligentes e sensíveis
que os haja... p'lo 
espaço/tempo
sideral)
.
fj
07.29
17.01.2021
sem revisões...
Filipe Chinita a cumprir uma suspensão de 30 dias imposta pelo facebook.

Elias Quadros - MENINA DOS OLHOS TRISTES



* Elias Quadros

Foto: Google

— Em nome de Sua Excelência o General Comandante-Chefe das Foças Armadas em Angola, os meus sentidos pêsames! Um bravo que, no campo da honra, tombou ao serviço da Pátria!...

Estas dolorosas missões de condolências às famílias -- impostas ao oficial mais 'moderno' – eram limitadas, porém, a funerais de militares da Província, pois os caixões dos outros eram simplesmente armazenados no Cemitério da Estrada de Catete, aguardando embarque para a Metrópole...

«Menina dos olhos tristes / O que tanto a faz chorar? / O soldadinho não volta / Do outro lado do mar»…

A vida não lhe corria de feição desde que – naquela manhã de 4 de agosto de 1970 – chegara à cidade a que Paulo Dias de Novais dera, em 1575, o nome de São Paulo da Assunção de Luanda. Terra aquela já calcorreada pelos portugueses desde que – 90 anos antes – Diogo Cão por ali andara, a plantar padrões das quinas de Portugal. 

Diretamente do Vera Cruz, um jeep levou-o para o Grafanil. Mas ele – com os distúrbios com que, toda a noite, os presos de Elvas viraram do avesso o quartel – mal pregara olho quando um furriel, muito aflito, o despertou para o acompanhar ao Quartel-General do Exército. 

De facto, desde matinas que o procuravam para entrar de 'oficial-de-dia'. Ora – como lhe haviam dito que a sua especialidade não fazia serviços – ele nem sequer camuflado levara. Porém, logo ali o 'desenrascaram' e o capitão, que ia render, foi tão camarada que nem chegou a 'participar' dele. Pior foi quando lhe passou o serviço – em não mais de cinco minutos – chamando a atenção para os espaços que deviam ser neutralizados pelo fogo, caso viesse o edifício a ser atacado. Mas que não se preocupasse que tudo estava bem claro nas NEPs-Normas de Execução Permanente que lhe entregava. Brochadas como grossas listas telefónicas, sobrepostas bem perfariam um metro de altura. 

Desistiu às tantas de tão cativante leitura que, a bom ritmo, daria para meses. Durante o dia não se registaram ocorrências de monta. Mas, pelas quatro da madrugada, uma mensagem solicitava o envio de quatro caixões que deveriam seguir, por via aérea, para o Leste. Foi o 'oficial de prevenção' que lhe valeu em tal circunstância e a macabra encomenda lá seguiu conforme as NEPs.

De manhã – rendido no posto que tanta angústia lhe causara – recebeu 'guia-de-marcha' para o Comando-Chefe, na Fortaleza de São Miguel. Na secretaria, disseram-lhe que fosse almoçar pois o Coronel Chefe da 5.ª Secção só o receberia da parte da tarde. Porém, mal saído para a parada – dependurado de um 'português suave' – bate pala a um militar com uns vermelhos nos ombros que ele tomou por 'cabo readmitido'. 

Realmente – por não ir à bola com a tropa e, por motivo de altura andar sempre na cauda do pelotão – ele nunca aprendera a acertar passo nas formaturas nem a identificar os postos militares. Assim, não é que o raio do brigadeiro o queria logo mandar prender por desrespeito! Valeu-lhe ter surgido Costa Gomes que interrompeu a cena, pedindo ao tal oficial general que o acompanhasse ao almoço. E ordenou ali mesmo ao alferes que se apresentasse de tarde no seu gabinete. 

Agora, sozinho, em mesa do mesmo restaurante – de toalha branca reservado aos 'senhores oficiais e famílias' e onde a refeição custava 40 paus – dizia mal da vida desde que às pressas arrancara da Figueira da Foz, na véspera de São Tomé. 

Naquela mesma tarde – pago de T/V e abonado de R/R para 𝓧 dias (T/V, 'todos os vencimentos'; R/R, 'ração de reserva') – recebeu no Comando-Chefe a missão de ir aos Dembos proclamar, a todo um batalhão, a importância económica e social das vias de comunicação que o destacamento de engenharia – a que o batalhão de caçadores dava proteção –  rompia por aquelas inóspitas matas.

Matas que, durante séculos, se rebelaram sempre hostis ao Império.B

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Filipe Chinita - ou da liberdade'

* Filipe Chinita 

Sáb, 12:58
2022 02 05

ou
da liberdade'
.
dizem-se 
pela liberdade...
.
(que nós! 
é que somos... pelas 'ditaduras'... do proletariado
que  nem bem sabem... 
o que isso foi 
ou é)
.
mas 
no entanto!
nunca os vimos ao nosso lado
.
quando 
durante uma inteira vida.48 anos!
foi necessário lutar... por ela 
com o corpo a vida 
o sangue e até 
a morte
.
a nossa
.
para que lhes fosse possível
a eles... dela usufruírem
sem sequer... nunca! 
nos dizerem... um 
- obrigado!
.
ignorantes.pesporrentos
(quando não mesmo boçais)
que deveras! foram 
são e continuam
d.esventrados
de qualquer funda
humanidade 
funda!
.
nunca!
por nada!
de transcendente
na (sua) inteira vida... lutando
senão... pela tranquila vidinha... deles.próprios
.
Fj

11.57
05.02.2022

na sua boca... 
nós! é que ainda! somos 
defensores/amantes de ditaduras....

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Filipe Chinita - A luz

 * Filipe Chinita


Qui, 14:05

2022 02 03 


a luz

.

a luz

material ela era.

chamava-se luísa e não subia... a calçada.

ou melhor... fê-lo de um todo.outro.modo

.

acordo a saber

que já me morreu

mais uma querida amiga

mas 

acima de tudo 

uma grande mulher criadora

tão! quanto 

o seu belo mordaz e faíscante olhar verde

que 

viu sempre 

para além 

da sua classe

e do seu tempo

.

honra-me 

ter feito com ela (e com ele) duas exposições

- em diferentes tempo.na fio de prumo e na de.sign.arte -

que 

em forma 

de objectos e discurso... in.fraccionavam

infraccionaram sempre! por completo... em arte!

esta desigual e desumana sociedade

em que calados 

quais ovos no cu da galinha

nos permitimos continuar 

a sobre.viver... de cócoras... 

sem efectivamente

nos levantarmos!

pelo.s outro.s

e

nem sequer

por nós

.

ela 

chamava-ve... 

luísa coder

era 

uma luz 

no seu olhar

de agitadas águas verdes.

com uma cobra 

de morda.cidade ardente

na sua boca... de sempre! 

vermelho.s

.

ela 

nunca deixava por dizer 

em sua bela e estranha voz

o que a dizer 

tinha

.

ela

era 

uma livre

mulher livre

mui além

da classe... em que nasceu

e do tempo... (em) que lhe foi dado viver

.

ela

era... (a) toda a classe.

em seu eterno 

de...fumar

.

morreu decerto... 

do que tanto 

amou:

o viver

vida!

.

teu

fj


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Filipe Chinita - ou do 'marxismo-leninismo'.

* Filipe Chinita

ou
do 'marxismo-leninismo'.
sim
enquanto 
nos limitarmos 
e nos entret(iv)ermos
com a mera gestão burguesa.liberal.'socialista' do capital.ismo
- de dez! euros para cá.de dez euros para lá... -
mal habituando as pobres! massas... 
a essa concreta miséria... moral! 
como solução... de vida!
nunca mais! a 
lado algum 
iremos...
- que 
a ver tenha... 
com o verdadeiro! socialismo e o comunismo -
como 
mal... acabou 
de se...
ver
.
fj
14.23
02.02.2022

de 
tal modo... assim é
que até! a toda a direita.do capital
chama... deliberadamente... a isto:
de... socialismo... 
contra o qual 
estariam... 
contra

vou 
descer à rua... 
espa.ventosa dos humanos 
andar sobre as pernas... apanhar sol 
comprar as laranjas e os yogurtes.para minha mãe
que 
já não aguento (mais) estar aqui sentado 
sobre... as feridas... 
nádegas... em
sangue
para
rigorosamente... nada 
de 
tão alienada! que está... a mente humana
.
fj
13.46
02.02.2022

ficai de bem...
que 
eu ainda não decidi... 
se ganho (a) coragem... de ir ver 
os meus outros... 'zonzos'
vermelhos
 
gestão 
'socialista' do capitalismo
não me/nos interessa...
para nada de nada!
.
ficai de pança...
cheia
.
ah
e arrotai
e peidai
bem
.
fj
13.16
02.02.2022

vivam! 
os nabeiros 
os nababos
mas há quem... se entretenha com tal!
 
eu só 
queria saber...
quantas páginas/poemas terei eu escrito... ao momento! 
ao meu in.comum partido
e à definição de uma sociedade/civilização comunista...
sem que sequer ninguém! 
(nele ou fora dele) 
tenha dado valor
algum a... 
tal
.
fj
12.55
02.02.2022

basta!
agora
irei apenas calar-me 
para todo o sempre

'acho' que 
- nos próximos 4 anos -
me vou/irei calar... 
para todo o 
sempre
.
nada mais... 
terei a dizer sobre nada
.
não ser... 
que continuarei 
silenciosa.mente
vermelho.ateu
comun.ista
matéria
e pó
.
fj
12.26
02.02.2022

que nada mais sou

Lídia Borges - Da companhia

* Lídia Borges 

Até há pouco era bom ser sozinho.
Mesmo não sendo sozinho
saber como fazer para ser sozinho:
um recanto qualquer onde a luz não magoasse,
uma música miúda para encostar a cabeça,
um bloco de notas, um lápis…

Quando escrevo, esqueço-me
mesmo que pela lembrança,
seja o esquecimento.
Não há como chegar inteiro ao presente
Sem calcorrear o passado.

O pior de tudo agora é
saber como ir ao Futuro.
Mas… havemos de ir ao futuro,
assim nos garante Filipa Leal, num poema,
e eu acredito. Eu acredito.

Todavia acontece que nesta primavera
sem marços, sem nardos
as palavras massacram-me, molestam-me
e as leituras ardem-me nos olhos
como lágrimas artificiais às quais
faço sérias alergia.

E de repente,
gostava que me pegassem no braço,
de pegar noutro braço
e outros braços se dessem
e, por um dia que fosse,
sermos muitos os “da companhia”.

O que eu mais queria,
nesta primavera sem marços nem nardos,
era abraçar as pessoas todas da minha rua.

[Mas onde estão as pessoas todas
da minha rua que as não oiço,
que as não sinto?]
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