terça-feira, 30 de outubro de 2007

Homenagem a Óscar Lopes (1)


* Secretariado do PCP
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Por ocasião da passagem do 90.º aniversário de Óscar Lopes, o Secretariado do Comité Central do PCP homenageou, na segunda-feira, esta grande figura de intelectual e «infatigável combatente da liberdade», através de um comunicado (que a seguir se transcreve) e associando-se à homenagem que lhe é promovida pela Cooperativa Árvore, no próximo domingo.

«O camarada Óscar Lopes completou em 2 de Outubro 90 anos de vida.
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A sua vida e a sua obra não são apenas uma referência particularmente marcante da cultura portuguesa mas um nobre exemplo de intelectual profundamente empenhado nas causas da emancipação humana, de liberdade, sempre solidário com as lutas dos trabalhadores contra a exploração e pela justiça social.
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Nasceu em Leça da Palmeira, Matosinhos, licenciou-se na Faculdade de Letras de Lisboa e, logo a seguir, foi impedido pelo fascismo de leccionar na Universidade. Exerceu, desde então, funções docentes em escolas secundárias do Porto, tendo-se notabilizado, entre gerações de estudantes, pela qualidade das suas aulas, bem como pelas experiências pedagógicas que dirigiu, designadamente no campo da Semântica Formal.
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Após a revolução do 25 de Abril, para cujo triunfo deu activa contribuição, um grande movimento de alunos e professores elegeu-o Presidente do Conselho Directivo da Faculdade de Letras do Porto, assim se reparando uma clamorosa injustiça.
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Ao longo da sua vida, participou num sem número de debates e colóquios, no País e no estrangeiro, dirigiu cursos, e teve colaboração assídua em revistas e publicações culturais como a “Vértice” e a “Seara Nova”.
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Durante largos períodos, foi proibido de assinar textos em jornais e revistas, tendo recorrido a diversos pseudónimos.
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Autor de uma vasta obra literária, no campo da crítica, do Ensaio, da História da Literatura, dos estudos Linguísticos, veio a receber, em 2000, o Prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores.
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Foi Presidente da Associação Portuguesa de Escritores, fundador da Universidade Popular do Porto e dirigente da Associação de Jornalistas e Homens de Letras, entre outras associações.
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É Cidadão Emérito de Matosinhos. Foi distinguido, em Dezembro de 1988, com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública e, em 2006, com a Ordem da Liberdade.
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Infatigável combatente da Liberdade, Óscar Lopes desenvolveu desde 1942 uma intensa actividade tendo participado nas grandes batalhas democráticas sob o fascismo. Pertenceu ao MUNAF, ao MUD, ao MND, à CDE, ao movimento dos Partidários da Paz e outros movimentos progressistas.
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Militante do Partido Comunista Português desde 1945, foi preso duas vezes pela PIDE e esteve durante um longo período proibido de sair do país. Após o 25 de Abril integrou listas eleitorais apoiadas pelo PCP tendo sido candidato à Assembleia Constituinte. Foi membro do Comité Central do PCP durante vinte anos, entre 1976 e 1996.
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Professor, investigador, escritor, activista cultural, resistente anti-fascista, obreiro da democracia, o camarada Óscar Lopes está a ser alvo de várias iniciativas de homenagem, promovidas por diferentes entidades, sejam debates sobre a sua personalidade e a sua obra, iniciativas editoriais, e outros actos públicos.
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O PCP, o seu partido de sempre, associa-se a esta justa homenagem. O camarada Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, intervirá na sessão de encerramento do ciclo de iniciativas “A Busca do Sentido na Vida e na Obra de Óscar Lopes”, promovida pela Cooperativa Árvore, que se realiza na Biblioteca Almeida Garrett, Porto, no domingo, dia 14 de Outubro, pelas 16h30m.
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O PCP saúda Óscar Lopes no seu 90º aniversário pela sua vida, pela sua obra na educação, na cultura, na vida cívica, e pela sua militância de comunista, infatigável, lúcida, corajosa, exemplar.»
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in Avante Nº 1767 11.Outubro.2007

1 comentário:

De Amor e de Terra disse...

Fico feliz com esta justa homenagem ao Prof. Oscar Lopes.
É evidente que este tipo de coisas não são consideradas mediáticas, pelo menos o suficiente para que os grandes meios de comunicação apareçam.

Maria Mamede