domingo, 28 de fevereiro de 2010

Primeira BD de Batman vendida por mais de um milhão de dólares

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Novo recorde de preços no mundo da BD

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Público - 26.02.2010 - 13:31 Por Cláudia Bancaleiro
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O Batman venceu o Superman neste combate. É a partir de hoje o super-herói de banda desenhada mais valioso. Tudo porque bateu o homem do planeta Krypton na escala das edições mais caras à venda no mercado dos comics. Nos Estados Unidos, o número 27 da edição Detective Comics (1939), onde o homem morcego aparece pela primeira vez, foi comprado por 1.075.500 dólares (796.566 euros), batendo um exemplar do “número um” do Super-Homem vendido no início da semana por 735.500 euros. Estes números podem ser impressionantes em tempo de crise económica, mas para alguns coleccionadores são o preço justo para ter a edição mais rara, mais bem preservada, e a que pode ser um investimento rentável.
Exemplar da edição vendida por 796.566 euros 
Exemplar da edição vendida por 796.566 euros (DR)
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Em Junho de 1938, era publicado o primeiro exemplar de banda desenhada com o Super-Homem. Custava 10 cêntimos de dólar, qualquer coisa como sete cêntimos agora em euros. Setenta e dois anos depois, e em perfeito estado de conservação, com uma pontuação entre coleccionadores de 8 numa escala de 10, a cópia foi comprada por um anónimo, também nos Estados Unidos, por um milhão de dólares (735.500 euros).
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Cerca de um ano depois da publicação do primeiro número com o Super-Homem, em Maio de 1939, a National Publications, depois DC Comics, apresentava Batman, o “melhor detective do mundo”, mais um super-herói para combater os “maus”. Ontem, um exemplar dessa edição bateu todos os recordes e ultrapassou, num leilão organizado pela Heritage Auction Galleries, com sede em Dalas, um valor de venda superior a um milhão de dólares.
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Quem não segue o mercado dos “comics” pode considerar estes valores surpreendentes e exorbitantes quando a economia mundial está em crise, mas para os coleccionadores, neste caso de BD, esta é a altura ideal para investir num objecto que poderá atingir valores muito superiores no futuro.
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“Não é por si uma novidade valores que cheguem a um milhão de dólares”, afirma Pedro Moura, crítico de BD. Para este seguidor de banda desenhada, os valores que os exemplares raros têm atingido na última década são o resultado uma “especulação total sobre edições limitadas” que começou na década de 80 e que se estendeu até aos dias de hoje.
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As BD estavam acessíveis em qualquer banca e passaram a ser o único produto à venda em lojas especializadas, onde não só estavam disponíveis edições recentes como de colecção ou raras. Também a forma como se começou a lançar o produto foi organizada já a pensar em edições especiais que pudessem ser encaradas como um investimento pelos compradores, que as venderiam posteriormente por valores superiores.
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“Não me surpreendo [com os valores de venda de edições raras], tendo também em conta que nos últimos cinco anos os super-heróis têm sido retratos em filmes”, suscitando “interesse nas personagens e em todo o ‘merchandising’” que rodeia o filme, bem como nos produtos do passado associados ao super-herói. Surge aqui também o coleccionismo.
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Coleccionismo passa a investimento
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Álvaro Pons, professor universitário espanhol e crítico de banda desenhada, numa análise publicada pelo “El País”, argumenta que actualmente um exemplar número um do Super-Homem “transcende a importância histórica para converter-se num mito palpável para milhares de fãs, tradicionalmente coleccionadores compulsivos que guardam os seus livros como objectos de culto”.
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Para Pons, esta realidade “tem justificado sempre o preço alto [das primeiras edições] – calculado a partir de cuidadosas e medidas escalas baseadas no estado de conservação do ‘comic’”, mas este percurso tem-se alterado e caído no exagero, na medida em que “esse coleccionismo deixou de ser uma simples consequência da paixão pelas bandas desenhadas para se converter num interesse pelos ‘comics’ como objectos”. Surge, assim, na sua opinião, “uma nova figura, um coleccionador que não está interessado na história mas no objecto, que em si mesmo é valioso”.
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Para Shirrel Rhoades, antigo editor e vice-presidente executive da Marvel Comics, os valores recordes atingidos na venda de banda desenhada explicam-se com o actual estado da economia. “Quando o mercado está em baixo, os bens coleccionáveis oferecem uma alternativa em que se pode investir e vir a ter um potencial de crescimento do retorno investido”, explicou em declarações à Reuters.
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Também Vincent Zurzolo, director-geral da ComicConnect.com, site através do qual foi feita esta semana a venda do primeiro exemplar com o Super-Homem, defende que as somas elevadas que uma BD atinge devem-se ao facto de muitos coleccionadores encararem os “comics” como um investimento atractivo em plena crise económica.
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Segundo Zorzolo, existem pessoas dispostas a pagar valores acima do um milhão de dólares por uma edição com mais de 70 anos porque se trata de “um produto que lhes é familiar, com o qual se sentem confortáveis, que pensam vir a ser um bom investimento”
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Prefiro ... - Eugénia Cunhal

Carmen (hi5) diz:
28/Fev 1:06

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Prefiro
As flores que nascem ao acaso
Ao perfume das rosas
Que se mandam comprar porque é domingo.
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MARIA EUGÉNIA CUNHAL

P.S.: As melhoras e um beijinho com muita amizade ...;)
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Chico Buarque -Vida e Obra

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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Chico Buarque
Chico Buarque.jpg
Foto de autoria de Fernanda Steffen
Informação geral
Nome completo Francisco Buarque de Hollanda
Data de nascimento 19 de junho de 1944 (65 anos)
Origem Rio de Janeiro, RJ
País Brasil Brasil
Gêneros Bossa nova, samba, MPB
Instrumentos voz, violão
Período em atividade 1965 - presente
Influências Noel Rosa
Ismael Silva
Roberto Menescal
Luiz Bonfá
Jacques Brel
João Donato
João Gilberto
Dori Caymmi
Edu Lobo
Elis Regina
Cartola
Elvis Presley
Tom Jobim
Bob Dylan
The Beatles
Baden Powell
Vinícius de Moraes [1]
Página oficial Site Oficial
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Francisco Buarque de Hollanda, conhecido como Chico Buarque (Rio de Janeiro, 19 de junho de 1944), é um músico, dramaturgo e escritor brasileiro. Filho do historiador Sérgio Buarque de Holanda, iniciou sua carreira na década de 1960, destacando-se em 1966, quando venceu, com a canção A Banda, o Festival de Música Popular Brasileira. Em 1969, com a crescente repressão da Ditadura Militar no Brasil, se auto-exilou na Itália, tornando-se, ao retornar, um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização do Brasil. Na carreira literária, foi ganhador do Prêmio Jabuti, pelo livro Budapeste, lançado em 2004.
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Casou-se com e separou-se da atriz Marieta Severo, com quem teve três filhas: Sílvia, que é atriz e casada com Chico Diaz, Helena, casada com o percussionista Carlinhos Brown e Luísa. É irmão das cantoras Miúcha, Ana de Hollanda e Cristina. Ao contrário do que tem sido propagado na internet, Aurélio Buarque era apenas um primo distante do pai de Chico.[2]

Índice

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Biografia

Chico é filho de Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982), um importante historiador e jornalista brasileiro e de Maria Amélia Cesário Alvim(1910), pintora e pianista.
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Em 1946, passou a morar em São Paulo, onde o pai assumira a direção do Museu do Ipiranga. Sempre revelou interesses pela música - interesse que foi bastante reforçado pela convivência com intelectuais como Vinicius de Moraes e Paulo Vanzolini.[3]
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Em 1953, Sérgio Buarque de Holanda foi convidado para lecionar na Universidade de Roma, consequentemente, a família muda-se para a Itália. Chico torna-se trilíngue, na escola fala inglês, e nas ruas, italiano. Nessa época, suas primeiras "marchinhas de carnaval" são compostas, e, com as irmãs mais novas, Piiizinha, Cristina e Ana, encenadas.[3]
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De volta ao Brasil, produz suas primeiras crônicas no jornal Verbômidas, do Colégio Santa Cruz de São Paulo, nome criado por ele. Sua primeira aparição na imprensa não foi cultural, mas policial, publicada, no jornal Última Hora, de São Paulo. Com um amigo, furtou um carro para passear pela madrugada paulista, algo relativamente comum na época.[3] Foi preso. "Pivetes furtaram um carro: presos" foi a manchete no dia seguinte com uma a foto de dois menores com tarjas pretas nos olhos. Chico não pôde mais sair sozinho à noite até que completasse 18 anos.[3]

Início de Carreira

Chico Buarque chegou a ingressar no curso de Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU) em 1963. Cursou dois anos e parou em 1965, quando começou a se dedicar à carreira artística. Neste ano, lançou Sonho de Carnaval, inscrita no I Festival Nacional de Música Popular Brasileira, transmitida pela TV Excelsior, além de Pedro Pedreiro, música fundamental para experimentação do modo como viria a trabalhar os versos, com rigoroso trabalho estilístico morfológico e politização, mais significativamente na década de 1970. A primeira composição séria, Canção dos Olhos, é de 1961.
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Conheceu Elis Regina, que havia vencido o Festival de Música Popular Brasileira (1965) com a canção Arrastão, mas a cantora acabou desistindo de gravá-lo devido à impaciência com a timidez do compositor. Chico Buarque revelou-se ao público brasileiro quando ganhou o mesmo Festival, no ano seguinte (1966), transmitido pela TV Record, com A Banda, interpretada por Nara Leão (empatou em primeiro lugar com Disparada, de Geraldo Vandré). No entanto, Zuza Homem de Mello, no livro A Era dos Festivais - Uma Parábola, revelou que a banda venceu o festival. O musicólogo preservou por décadas as folhas de votação do festival. Nelas, consta que a música da banda ganhou a competição por 7 a 5. Chico, ao perceber que ganharia, foi até o presidente da comissão e disse não aceitar a derrota de Disparada. Caso isso acontecesse, iria na mesma hora entregar o prêmio ao concorrente.
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No dia 10 de outubro de 1966, data da final, iniciou o processo que designaria Chico Buarque como unanimidade nacional, alcunha criada por Millôr Fernandes.
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Canções como Ela e sua Janela, de 1966, começam a demonstrar a face lírica do compositor. Com a observação da sociedade, como nas diversas vezes em que citação do vocábulo janela está presente em suas primeiras canções: Juca, Januária, Carolina, A Banda e Madalena foi pro Mar. As influências de Noel Rosa podem ser notadas em A Rita, 1965, citado na letra, e Ismael Silva, como em marchas-ranchos.

Festivais de MPB nos anos de 1960

No festival de 1967 faria sucesso também com Roda Viva, interpretada por ele e pelo grupo MPB-4 — amigos e intérpretes de muitas de suas canções. Em 1968 voltou a vencer outro Festival, o III Festival Internacional da Canção da TV Globo. Como compositor, em parceira com Tom Jobim, com a canção Sabiá. Mas desta vez a vitória foi contestada pelo público, que preferiu a canção que ficou em segundo lugar: Pra não dizer que não falei de flores, de Geraldo Vandré.
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A participação no Festival, com A Banda, marcou a primeira aparição pública de grande repercussão apresentando um estilo amparado no movimento musical urbano carioca da Bossa nova, surgido em 1957. Ao longo da carreira, o samba e a MPB também seriam estilos amplamente explorados.

Trilha-sonora e adaptações de livros

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Chico participou como autor e compôs várias canções de sucesso para o filme Quando o Carnaval chegar, musical de Cacá Diegues. Compôs a canção-tema do longa-metragem Vai trabalhar Vagabundo, de Hugo Carvana — Carvana chegou a modificar o roteiro a fim de usá-la melhor. Faria o mesmo com os filmes seguintes desse diretor: Se segura malandro e Vai trabalhar vagabundo II. Adaptou canções de uma peça infantil para o filme Os Saltimbancos Trapalhões do grupo humorístico Os Trapalhões e com interpretações de Lucinha Lins. Outras adaptações de uma peça homônima de sua autoria foram feitas para o filme A Ópera do Malandro, mais um musical cinematográfico. Vários filmes que tiveram canções-temas de sua autoria e que fizeram muito sucesso além dos citados: Bye Bye Brasil, Dona Flor e seus dois maridos e Eu te amo, os dois últimos com Sônia Braga. Recentemente, chegou a ter uma participação especial como ator no filme Ed Mort. Ele escreveu um livro que virou filme, Benjamim, que foi ao ar nos cinemas em 2003, tendo como personagens principais Cleo Pires, Danton Melo e Paulo José.
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E maio de 2009, é lançado o filme Budapeste com roteiro baseado em livro homônimo de Chico Buarque. No filme há também a participação especial do escritor.

Teatro e literatura

Musicou as peças Morte e vida severina e o infantil Os Saltimbancos. Escreveu também várias peças de teatro, entre elas Roda Viva (proibida), Gota d'Água, Calabar (proibida), Ópera do malandro e alguns livros: Estorvo, Benjamim, Budapeste e Leite Derramado.
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Chico Buarque sempre se destacou como cronista nos tempos de colégio; seu primeiro livro foi publicado em 1966, trazendo os manuscritos das primeiras composições e o conto Ulisses, e ainda uma crônica de Carlos Drummond de Andrade sobre A Banda. Em 1974, escreve a novela pecuária Fazenda modelo e, em 1979, Chapeuzinho Amarelo, um livro-poema para crianças. A bordo do Rui Barbosa foi escrito em 1963 ou 1964 e publicado em 1981. Em 1991, publica o romance Estorvo e, quatro anos depois, escreve o livro Benjamim. Em 2004, o romance Budapeste ganha o Prêmio Jabuti de melhor Livro de Ficção do ano.[4] Em 2009, lança o livro Leite Derramado. Oficialmente, a vendagem mínima de seus livros é de 500 mil exemplares no Brasil.

Programas de televisão

Deixou de participar de programas populares de televisão, tendo problemas com o apresentador Chacrinha, que teria feito uma piada com a letra da canção Pedro Pedreiro, ao ouvir o ensaio. Irritado, Chico foi embora e nunca se apresentou no programa. O executivo Boni proibiu qualquer referência a Chico durante a programação da TV Globo, depois que ambos também tiveram um entrevero, mas por pouco tempo, uma vez que ainda durante a década de 1970 (e o começo da de 80) músicas suas constavam das trilhas de várias telenovelas, como Espelho Mágico e Sétimo Sentido. Ao fim da proibição vários anos depois, Chico aceitou fazer um programa com Caetano Veloso, que contou com a participação de outros artistas.

A crítica à Ditadura

Ameaçado pelo Regime Militar no Brasil, esteve exilado na Itália em 1969, onde chegou a fazer espetáculos com Toquinho. Nessa época teve suas canções Apesar de você (que dizem ser uma alusão negativa ao presidente Emílio Garrastazu Médici, mas que Chico sustenta ser em referência à situação) e Cálice proibidas pela censura brasileira. Adotou o pseudônimo de Julinho da Adelaide, com o qual compôs apenas três canções: Milagre Brasileiro, Acorda amor e Jorge Maravilha. Na Itália Chico tornou-se amigo do cantor Lucio Dalla, de quem fez a belíssima Minha História, versão em português (1970) da canção Gesù Bambino (título verdadeiro 4 marzo 1943), de Lucio Dalla e Paola Palotino.
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Ao voltar ao Brasil continuou com composições que denunciavam aspectos sociais, econômicos e culturais, como a célebre Construção ou a divertida Partido Alto. Apresentou-se com Caetano Veloso (que também foi exilado, mas na Inglaterra) e Maria Bethânia. Teve outra de suas músicas associada a críticas a um presidente do Brasil. Julinho da Adelaide, aliás, não era só um pseudônimo, mas sim a forma que o compositor encontrou para driblar a censura, então implacável ao perceber seu nome nos créditos de uma música. Para completar a farsa e dar-lhe ares de veracidade, Julinho da Adelaide chegou a ter cédula de identidade e até mesmo a conceder entrevista a um jornal da época.
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Uma das canções de Chico Buarque que criticam a ditadura é uma carta em forma de música, uma carta musicada que ele fez em homenagem ao Augusto Boal, que vivia no exílio, quando o Brasil ainda vivia sob a ditadura militar.
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A canção se chama Meu Caro Amigo e foi dirigida a Boal, que na época estava exilado em Lisboa. A canção foi lançada originalmente num disco de título quase igual, chamado Meus Caros Amigos, do ano de 1976.
Nordeste já
Valendo-se ainda do filão engajado da pós-ditadura, cantou, ainda que com uma participação individual diminuta, no coro da versão brasileira de We Are the World, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985) abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto de criação coletiva com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.

O "eu" feminino

Composições que se notabilizaram pela decantação de um "eu" feminino, retratando temas a partir do ponto de vista das mulheres com notória poesia e beleza: esse estilo é adaptado em Com açúcar e com afeto escrito para Nara Leão; continuou nessa linha com belas canções como Olhos nos Olhos e Teresinha, gravadas por Maria Bethânia, Atrás da Porta, interpretada por Elis Regina, e Folhetim, com Gal Costa e Iolanda (versão adaptada de letra original de Pablo Milanés), num dueto com Simone.

Os intérpretes de Chico

Chico Buarque nunca se negou a oferecer a seus amigos e familiares cantores composições originais, e muitas dessas canções passaram a ter versões "definitivas" em outras vozes: além das citadas canções do "eu" feminino, temos o exemplo da performance de Elis Regina na canção Atrás da Porta; Cio da Terra, com gravações de Milton Nascimento e da dupla rural Pena Branca & Xavantinho; além de interpretações de Oswaldo Montenegro, que lançou em 1993 Seu Francisco, disco produzido por Hermínio Bello de Carvalho, e Ney Matogrosso que em 1996 lançou Um Brasileiro.
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Deve-se mencionar ainda seu êxito com outras composições que fez para cantores populares já com a carreira em declínio, como nos casos de Ângela Maria, que gravou Gente Humilde, e Cauby Peixoto com Bastidores. Dentre os artistas que regravaram músicas suas em estilo popular podem ser citados ainda Rolando Boldrin, que relançou Minha História, e a banda Engenheiros do Hawaii que, no ano 2000, gravou Quando o Carnaval Chegar, no álbum 10.000 Destinos.
Parceiros
Desde muito jovem, conquistou reconhecimento de crítica e público tão logo os primeiros trabalhos foram apresentados. Ao longo da carreira foi parceiro como compositor e intérprete de vários dos maiores artistas da Música Popular Brasileira como Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Toquinho, Milton Nascimento e Caetano Veloso. Os parceiros mais constantes são Francis Hime e Edu Lobo.

Obra teatral

Em 1965, a pedido de Roberto Freire (o escritor e terapeuta, não confundir com o político), diretor do Teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (TUCA), na PUC-SP, Chico musicou o poema Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto, para a montagem da peça. Desde então, sua presença no teatro brasileiro tem sido constante:
Roda viva
A peça Roda viva foi escrita por Chico Buarque no final de 1967 e estreou no Rio de Janeiro, no início de 1968, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, com Marieta Severo, Heleno Pests e Antônio Pedro nos papéis principais. A temporada no Rio foi um sucesso, mas a obra virou um símbolo da resistência contra a ditadura durante a temporada da segunda montagem, com Marília Pêra e Rodrigo Santiago. Um grupo de cerca de 110 pessoas do Comando de Caça aos Comunistas (CCC) invadiu o Teatro Galpão, em São Paulo, em julho daquele ano, espancou artistas e depredou o cenário. No dia seguinte, Chico Buarque estava na plateia para apoiar o grupo e começava um movimento organizado em defesa de Roda viva e contra a censura nos palcos brasileiros. Chico disse no documentário Bastidores, que pode ter havido um erro, e que a peça que o comando deveria invadir acontecia em outro espaço do teatro.
Calabar
Calabar: o Elogio da Traição, foi escrita no final de 1973, em parceria com o cineasta Ruy Guerra e dirigida por Fernando Peixoto. A peça relativiza a posição de Domingos Fernandes Calabar no episódio histórico em que ele preferiu tomar partido ao lado dos holandeses contra a coroa portuguesa. Era uma das mais caras produções teatrais da época, custou cerca de 30 mil dólares e empregava mais de 80 pessoas. Como sempre, a censura do regime militar deveria aprovar e liberar a obra em um ensaio especialmente dedicado a isso. Depois de toda a montagem pronta e da primeira liberação do texto, veio a espera pela aprovação final. Foram três meses de expectativa e, em 20 de outubro de 1974, o general Antônio Bandeira, da Polícia Federal, sem motivo aparente, proibiu a peça, proibiu o nome "Calabar" e proibiu que a proibição fosse divulgada. O prejuízo para os autores e para o ator Fernando Torres, produtores da montagem, foi enorme. Seis anos mais tarde, uma nova montagem estrearia, desta vez, liberada pela censura.
Gota d'água
Em 1975, Chico escreveu com Paulo Pontes a peça Gota d'Água, a partir de um projeto de Oduvaldo Viana Filho, que já havia feito uma adaptação de Medeia, de Eurípedes, para a televisão. A tragédia urbana, em forma de poema com mais de quatro mil versos, tem como pano de fundo as agruras sofridas pelos moradores de um conjunto habitacional, a Vila do Meio-dia, e, no centro, a relação entre Joana e Jasão, um compositor popular cooptado pelo poderoso empresário Creonte. Jasão termina por largar Joana e os dois filhos para casar-se com Alma, a filha do empresário. A primeira montagem teve Bibi Ferreira no papel de Joana e a direção de Gianni Ratto. O saudoso Luiz Linhares foi um dos atores daquela primeira montagem.
Ópera do malandro
O texto da Ópera do malandro é baseado na Ópera dos mendigos (1728), de John Gay, e na Ópera de três vinténs (1928), de Bertolt Brecht e Kurt Weill. O trabalho partiu de uma análise dessas duas peças conduzida por Luís Antônio Martinez Corrêa e que contou com a colaboração de Maurício Sette, Marieta Severo, Rita Murtinho e Carlos Gregório.
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Chico Buarque.
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A equipe também cooperou na realização do texto final através de leituras, críticas e sugestões. Nessa etapa do trabalho, muito valeram os filmes Ópera de três vinténs, de Pabst, e Getúlio Vargas, de Ana Carolina, os estudos de Bernard Dort O teatro e sua realidade, as memórias de Madame Satã, bem como a amizade e o testemunho de Grande Otelo. Participou ainda o professor Manuel Maurício de Albuquerque para uma melhor percepção dos diferentes momentos históricos em que se passam as três óperas. O professor Werneck Viana contribuiu posteriormente com observações muito esclarecedoras. E Maurício Arraes juntou-se ao grupo, já na fase de transposição do texto para o palco. A peça é dedicada à lembrança de Paulo Pontes.
O Grande Circo Místico
Ver artigo principal: O Grande Circo Místico
Inspirado no poema do modernista Jorge de Lima, Chico e Edu Lobo compuseram juntos a canção homônima para este espetáculo. Em 1983, e durante os dois anos seguintes, viajaram o país apresentando este que foi um dos maiores e mais completos espetáculos já realizados. Um disco coletivo foi lançado pela Som Livre para registrar a obra, com interpretações de grandes nomes da MPB.

Discografia

Certificados tirados do site ABPD.

Outros trabalhos

Livros
Peças
  • 1967/8: Roda Viva
  • 1973: Calabar (co-escrita com Ruy Guerra)
  • 1975: Gota d'água
  • 1978: Ópera do Malandro
  • 1983: O Grande Circo Místico
Filmes
  • 1972: Quando o carnaval chegar (co-autor)
  • 1983: Para viver um grande amor (co-autor)
  • 1985: Ópera do Malandro

Referências

Leitura adicional

  • ALBIN, Ricardo Cravo (Criação e Supervisão Geral). Dicionário Houaiss Ilustrado da Música Popular Brasileira. Rio de Janeiro: Paracatu, 2006.
  • CARVALHO, Gilberto de. Chico Buarque, Análise Poético-musical. Rio de Janeiro: Editora CODECRI, 1982.
  • CÉSAR, Ligia Vieira. Poesia e Política nas Canções de Bob Dylan e Chico Buarque. São Paulo: Editora Estação Liberdade, 1993.
  • CHEDIAK, Almir. Songbook Chico Buarque (vol. 1). Rio de Janeiro: Lumiar Editora, 1999.
  • CHEDIAK, Almir. Songbook Chico Buarque (vol. 2). Rio de Janeiro: Lumiar Editora, 1999.
  • CHEDIAK, Almir. Songbook Chico Buarque (vol. 3). Rio de Janeiro: Lumiar Editora, 1999.
  • CHEDIAK, Almir. Songbook Chico Buarque (vol. 4). Rio de Janeiro: Lumiar Editora, 1999.
  • DINIZ, Júlio. "A voz e seu dono – poética e metapoética na canção de Chico Buarque de Hollanda". In. FERNANDES, Rinaldo de (Org.). Chico Buarque do Brasil. Rio de Janeiro: Garamond / Biblioteca Nacional, 2004, pp. 259-271.
  • DINIZ, Júlio. "O compositor e a cidade". In Letterature D’America, anno XXIV, n.102. Roma: Facoltá di Scienze Umanistiche dell’Universitá di Roma "La Sapienza" / Bulzoni Editore, 2004, pp. 149-168.
  • FERNANDES, Rinaldo. Chico Buarque do Brasil. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2004.
  • FONTES, Maria Helena Sansão. Sem Fantasia - Masculino e Feminino em Chico Buarque. Rio de Janeiro: Graphia Editorial, 2003.
  • MENESES, Adélia Bezerra de. Desenho Mágico - Poesia e Política em Chico Buarque. São Paulo: Ateliê Editorial, 2000.
  • MENESES, Adélia Bezerra de. Figuras do Feminino na Canção de Chico Buarque. São Paulo: Ateliê Editorial, 2000.
  • NEPOMUCENO, Eric, WERNECK, Humberto e JOBIM, Tom. Chico Buarque - Letra e música. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
  • SILVA, Anazildo Vasconcelos da. A poética de Chico Buarque. Rio de Janeiro: Editora Sophos, 1974.
  • SILVA, Fernando de Barros. Chico Buarque na Coleção Folha explica. São Paulo: Publifolha, 2004.
  • TABORDA, Felipe (Org.). A Imagem do Som de Chico Buarque: 80 composições de Chico Buarque interpretadas por 80 artistas contemporâneos. Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves, 1999.
  • URICH, Silvia e ECHEPARE, Roberto. Chico Buarque. Argentina: Gray Edciones, 1985.
  • ZAPPA, Regina. Chico Buarque Perfis do Rio. Rio de Janeiro: Editora Zumara, 1999.

Ligações externas

Wikiquote
O Wikiquote tem uma coleção de citações de ou sobre: Chico Buarque.



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