terça-feira, 25 de dezembro de 2018

“The Ballad of Bonnie and Clyde” by Bonnie Parker


To many ordinary citizens during the Great Depression, bank robbers were seen as victims of injustice driven to commit crimes, folk heroes wreaking vengeance on a callous economic system. Thenotoriety of the Barrow Gang (“Bonnie and Clyde”) was bolstered by wild shootouts with police, spectacular car chases, and the romance of two lovers outside the law. In turn, they courted publicity and cultivated the image of misfit-heroes. Bonnie and Clyde’s “aspirations” were low: they preferred raiding small, isolated banks and did not hesitate to prey on modest stores and marginal businesses. Bonnie Parker sent poems and photographs to newspapers, heralding the Barrow Gang’s exploits and defending her honor. This poem, by Parker, depicted the pair as populist desperadoes, misunderstood and star-crossed lovers driven to a life of crime. Bonnie and Clyde remained at large until a Texas posse ambushed them on May 23, 1934. Dying together in a proverbial hail of bullets—the Texas lawmen pumped some 187 rounds into the couple—helped perpetuate the romance surrounding their short, desperate, and destructive lives.


We, each of us, have a good alibi

For being down here in the joint;

But few of them are really justified,

If you get right down to the point.

You have heard of a woman’s glory

Being spent on a downright cur.

Still you can’t always judge the story

As true being told by her.

As long as I stayed on the island

And heard confidence tales from the gals,

There was only one interesting and truthful,

It was the story of Suicide Sal.

Now Sal was a girl of rare beauty,

Though her features were somewhat tough,

She never once faltered from duty,

To play on the up and up.

Sal told me this tale on the evening

Before she was turned out free,

And I’ll do my best to relate it,

Just as she told it to me.

I was born on a ranch in Wyoming,

Not treated like Helen of Troy,

Was taught that rods were rulers,

And ranked with greasy cowboys. . . .

You’ve read the story of Jesse James

Of how he lived and died

If you’re still in need of something to read

Here’s the story of Bonnie and Clyde.

Now Bonnie and Clyde are the Barrow Gang,

I’m sure you all have read

how they rob and steal and those who squeal

are usually found dying or dead.

There’s lots of untruths to these write-ups

They’re not so ruthless as that

Their nature is raw, they hate all law

Stool pigeons, spotters, and rats.

They call them cold-blooded killers

They say they are heartless and mean

But I say this with pride, I once knew Clyde

When he was honest and upright and clean.

But the laws fooled around and taking him down

and locking him up in a cell

'Til he said to me, "I’ll never be free,

So I’ll meet a few of them in hell."

The road was so dimly lighted

There were no highway signs to guide

But they made up their minds if all roads were blind

They wouldn’t give up 'til they died.

The road gets dimmer and dimmer

Sometimes you can hardly see

But it’s fight man to man, and do all you can

For they know they can never be free.

From heartbreak some people have suffered

From weariness some people have died

But all in all, our troubles are small

'Til we get like Bonnie and Clyde.

If a policeman is killed in Dallas

And they have no clue or guide

If they can’t find a fiend, just wipe the slate clean

And hang it on Bonnie and Clyde.

There’s two crimes committed in America

Not accredited to the Barrow Mob

They had no hand in the kidnap demand

Nor the Kansas City Depot job.

A newsboy once said to his buddy

"I wish old Clyde would get jumped

In these hard times we’s get a few dimes

If five or six cops would get bumped."

The police haven’t got the report yet

But Clyde called me up today

He said, "Don’t start any fights, we aren’t

working nights, we’re joining the NRA."

From Irving to West Dallas viaduct

Is known as the Great Divide

Where the women are kin, and men are men

And they won’t stool on Bonnie and Clyde.

If they try to act like citizens

And rent a nice flat

About the third night they’re invited to fight

By a sub-gun’s rat-tat-tat.

They don’t think they’re tough or desperate

They know the law always wins

They’ve been shot at before, but they do not ignore

That death is the wages of sin.

Some day they’ll go down together

And they’ll bury them side by side

To few it’ll be grief, to the law a relief

But it’s death for Bonnie and Clyde.


Source: Bonnie Parker, “The Story of Suicide: The Ballad of Bonnie and Clyde.”
http://historymatters.gmu.edu/d/5061/

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Miguel Torga - Dies Irae

* Miguel Torga

Apetece cantar, mas ninguém canta.
Apetece chorar, mas ninguém chora.
Um fantasma levanta
A mão do medo sobre a nossa hora.

Apetece gritar, mas ninguém grita.
Apetece fugir, mas ninguém foge.
Um fantasma limita
Todo o futuro a este dia de hoje.

Apetece morrer, mas ninguém morre.
Apetece matar, mas ninguém mata.
Um fantasma percorre
Os motins onde a alma se arrebata.

Oh! maldição do tempo em que vivemos,
Sepultura de grades cinzeladas,
Que deixam ver a vida que não temos
E as angústias paradas!

Miguel Torga, in 'Cântico do Homem' 

domingo, 16 de dezembro de 2018

Daniel Filipe - Morna

* Daniel Filipe


É já saudade a vela, além.
Serena, a música esvoaça
na tarde calma, plúmbea, baça,
onde a tristeza se contém.
os pares deslizam embrulhados
de sonhos em dobras inefáveis.

(Ó deuses lúbricos, ousáveis
erguer, então, na tarde morta
a eterna ronda de pecados
que ia bater de porta em porta!)

E ao ritmo túmido do canto
na solidão rubra da messe,
deixo correr o sal e o pranto
– subtil e magoado encanto
que o rosto núbil me envelhece

domingo, 9 de dezembro de 2018

LINGUAGEM Pregar dois pregos de uma só martelada

ONG internacional quer alterar expressões anti-animal. PAN também sugere alternativas em Portugal

RAQUEL ALBUQUERQUE

Atirar o pau ao gato, matar dois coelhos com uma só cajadada, pegar o touro pelos cornos ou fazer gato sapato são expressões comuns na língua portuguesa. Têm significados diferentes, mas formas de linguagem que incluem com algum tipo de violência contra os animais. A PETA, uma organização não-governamental fundada em 1980 e com sede nos Estados Unidos, lançou esta semana uma campanha controversa que sugere alterações a este tipo de expressões. O PAN vê na iniciativa um “sinal bastante positivo” e dá alguns exemplos de alternativas a expressões portuguesas.

Pegar um touro pelos cornos 
→ Pegar uma flor pelos espinhos

Pregar dois pregos de uma só martelada ou atirar a comida ao gato são duas soluções possíveis que o partido com assento parlamentar tem partilhado nas redes sociais. “Há expressões que usamos desde pequenos e só anos mais tarde nos questionamos sobre o seu conteúdo. Portanto, em causa está uma mudança de linguagem antiviolência contra os animais. Esta campanha é um sinal de evolução e a prova de que a sociedade civil, as organizações e as ONG se movimentam nesse sentido”, defende Francisco Guerreiro, coordenador da comunicação e membro da comissão política do PAN.

Avançar para algum tipo de iniciativa legislativa está, no entanto, fora de causa, garante o responsável. “Achamos que seria contraproducente porque o objetivo não é condicionar a liberdade de expressão ou a criatividade. A evolução que tem existido está baseada em diálogo.” É por isso que as redes sociais, sobretudo o Facebook, são a forma de comunicação ideal: ajudam a manter um tom informal levando as pessoas a questionar o conteúdo de expressões que sempre utilizaram.

Foi também através do Twitter que a PETA (Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais, em português) lançou uma campanha apelando a que se deixe de usar linguagem antianimal nas expressões idiomáticas. “As palavras importam e à medida que o nosso entendimento sobre a justiça social evolui o mesmo deve acontecer à nossa linguagem”, escreveu a organização, na passada segunda-feira.

Atirei o pau ao gato mas o gato não morreu → Atirei comida ao gato mas o gato não comeu

O PAN reconhece na sociedade portuguesa uma evolução e uma maior sensibilidade para questões ambientais e para a causa animal. A indignação provocada em 2015 pelo enunciado de um exercício de Físico-Química num caderno de atividades para o 9º ano, que previa que um rapaz atirasse um gato de uma altura de cinco metros, é prova dessa evolução, defende Francisco Guerreiro. “O Diogo largou um gato da varanda do seu quarto a 5 metros do solo. Sabendo que o gato tem de massa 4 quilos, indica qual a intensidade da força aplicada ao gato durante a queda”, lia-se no enunciado. “A própria editora pediu desculpas publicamente e retirou o exercício. Essa evolução tem sido vista nos manuais escolares, nos pais e educadores em Portugal.”

Matar dois coelhos com um só cajadada → Pregar dois pregos de uma só martelada

Nas músicas infantis também têm sido criadas alternativas e o caso mais conhecido é o da canção popular “Atirei o pau ao gato, mas o gato não morreu”. Em muitas escolas já se canta um verso diferente: “Atirei comida ao gato, mas o gato não comeu”, por exemplo. Francisco Guerreiro rejeita que esteja em causa uma atitude “politicamente correta”. O partido vai mais longe e sugere outras alternativas: “Fruta madura é que dá bom sumo“ (em vez de “Galinha velha é que dá bom caldo”) ou “Mais vale dois pássaros a voar do que um na mão”.

“LÁPIS COR DE PELE”

A violência contra os animais é o ponto de partida desta campanha, mas não é o único problema. Muitas expressões idiomáticas são discriminatórias. “Com um olho no burro e outro no cigano” é um dos exemplos. Segundo Raquel Matias, socióloga e investigadora do ISCTE, é nas escolas, nas aulas de cidadania e através de discussões públicas que se deve despertar a atenção para o conteúdo da linguagem. “Quando se usa uma expressão como essa está a reforçar-se a ideia de haver uma característica específica de uma comunidade. É discriminatório e contra a coesão social”, afirma.

Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar → Mais vale dois pássaros a voar do que um na mão

“Mais do que um policiamento ou moralismo é preciso discutir o assunto. É preciso perceber que a nossa linguagem é feita de história e cultura. As expressões idiomáticas estão repletas de memória social.” Raquel Matias, que se tem debruçado sobre a linguagem e as migrações, lembra que há expressões ou até designações, como “lápis cor de pele”, que transmitem normas sociais. “Deveríamos falar de lápis cores de pele.”

https://leitor.expresso.pt/semanario/semanario2406/html/primeiro-caderno/sociedade/Pregar-dois-pregos-de-uma--so-martelada

Miguel Sousa Tavares - A morte dos livros

* Miguel Sousa Tavares

É de bom tom começar pela usual declaração de interesses: Luiz Schwarcz é o meu editor brasileiro. Fundador, presidente, alma e coração da Companhia das Letras, que, para grande orgulho meu, é, não sei se a maior em volume de negócios, mas certamente a mais prestigiada editora brasileira — reunindo, entre os seus autores, os clássicos brasileiros, de Guimarães Rosa a Jorge Amado, e os novos, de Milton Hatoum a Chico Buarque. Há uns anos, juntou ao seu já extenso catálogo o da norte-americana Penguin Books, fazendo com que o acervo de autores sob a chancela da Companhia das Letras constitua uma biblioteca de fazer inveja a qualquer bibliógrafo. O Luiz é um editor que verdadeiramente ama os livros, assim como ama a música (foi um dos fundadores da Orquestra Sinfónica de São Paulo), os cavalos de corrida e a mesa com amigos. Foi com ele que pela primeira vez aprendi o que era “pagar a rolha” num restaurante. Foi no Figueira, em São Paulo, assim chamado porque tinha (ou ainda tem?) um imenso pátio onde se comia debaixo da mais extraordinária e frondosa figueira que alguma vez vi. Jantávamos, a convite do Luiz e, além da sua mulher, a historiadora Lilia Moritz, o já citado Milton Hatoum, autor do notável romance “Dois Irmãos” (mas não só), a Fafá de Belém e eu. O Milton, natural da Amazónia, ficou embevecido e admirado quando me viu, depois de consultar o cardápio, encomendar um filete de tucunaré, da trilogia dos peixes do rio Amazonas — tucanaré, pirarucu e tambaqui, os únicos grandes peixes do Brasil, pois que os de mar não prestam, para nós, portugueses, que desfrutamos do melhor peixe do mundo. Mas eu é que fiquei verdadeiramente espantado quando vi o Luiz sacar de um saco com duas garrafas de vinho que tinha trazido de casa, entregá-las ao empregado e dizer: “Sirva estas”. Grande conhecedor de vinhos, ele inventara, aos meus olhos pelo menos, o sistema da “rolha”, que depois vi replicado noutros lados, em que se leva o vinho de casa e só se paga uma quantia simbólica pelo serviço.



ILUSTRAÇÃO HUGO PINTO

Isto para introduzir o personagem, antes da sua mensagem. Na semana passada, o Luiz Schwarcz enviou uma carta aberta a autores, editores, livreiros, leitores, amigos de livros, escrita em inglês e intitulada “Love letters to books”. O pretexto foi a simultânea entrada em processo de catástrofe das duas maiores cadeias de livrarias brasileiras, a Cultura e a Saraiva, uma fechando 40 lojas e a outra abrindo um processo de insolvência judicial, ambas deixando pendentes milhões de dívidas às editoras. Na sua carta aberta, espécie de grito de desespero de credor, mas, acima disso, de amigo dos livros, o Luiz escreve que nos últimos anos o mercado livreiro do Brasil se retraiu em 40% (o mesmo que em Portugal) e que muitas cidades brasileiras estão prestes a ficar sem uma única livraria. E acrescenta este desabafo : “Passei pelo pior momento da minha vida pessoal e profissional quando, pela primeira vez em 32 anos, tive de deixar partir seis empregados que fizeram parte da Companhia e deram uma contribuição vital para o que fomos construindo dia após dia”. E termina apelando para que todos dêem ideias, sugestões, que ao menos comprem livros neste Natal, “para que mostrem algum amor por uma coisa que nos deu tanto durante tanto tempo: o livro”.

O apelo de Luiz Shwarcz não gerou só likes no Brasil. Em parte porque ele coincidiu com o anúncio de que o Luiz, embora mantendo-se presidente da Companhia das Letras, tinha acabado de vender a maioria do capital à Penguin, agora fundida com outro gigante americano da edição, a Random House. E em parte porque pequenos livreiros de pequenas cidades do interior o acusaram de se preocupar apenas com a falência das grandes cadeias de livrarias — às quais as editoras se submeteram ou foram forçadas a submeter-se. Tal como em Portugal. Mas isso é apenas parte da história da morte em curso dos livros: o estado actual da história. O livricídio começa pela oferta, antes de acabar na procura.

É toda uma cadeia que aos poucos nos vai transportando, leve, levianamente, para um mundo de pesadelo, que sempre foi o sonho de todas as ditaduras: um mundo sem livros

Anos atrás, numa Feira de Frankfurt — uma feira de vendas para editores e agentes literários, onde alguns autores são exibidos como rezes numa feira de gado — uma plateia de acabrunhados editores concordava com a iminente morte do livro, enquanto objecto, face ao aparecimento e inevitável triunfo do livro electrónico, o Kindle. Não havia nada a fazer, o inimigo era imbatível, assentiam aquelas avisadas cabeças, imaginado legiões planetárias de leitores em aeroportos, praias, jardins, autocarros, a sacar do seu Kindle e a devorar livros a 50 cêntimos cada um. Nos tempos seguintes, em cada contrato de edição que me apresentavam para assinar, inevitavelmente, lá vinha uma cláusula incluindo direitos sobre a edição online, o futuro irrecusável, juravam, e eu, inevitavelmente, recusava-a. Uma parte por intuição e talvez nostalgia: cresci com os livros como objecto físico, palpável, visível. Cada edição dos meus autores de cabeceira era como uma edição dos discos dos Beatles: tinha um cheiro próprio, a capa era olhada e apreciada mil vezes, acariciada com a mão, o papel era pesado e alisado, o seu lugar na estante era judiciosamente estudado, a sua lombada era fixada para sempre, nada era em vão. Outra parte tinha que ver com um raciocínio de ética económica: o Kindle da Amazon representava a mais devastadora e amoral destruição de uma cadeia de produção que eu já tinha visto. Começava por destruir os empregos e os investimentos ligados à indústria de papel dos livros; depois à parte da impressão, a gráfica; a seguir, à edição; depois, à distribuição; em seguida, com tudo o que tinha que ver com as feiras dos livros, visto que não haveria livros-objectos para apresentar nem para autografar; e, no fim da cadeia, sacrificaria os próprios autores, a quem pagariam uns miseráveis cêntimos por cada exemplar vendido com o falacioso argumento de que se venderiam muitos mais livros visto que seriam muito mais baratos. No final, feitas as contas, apenas o pirata do senhor Jeff Bezos, dono da Amazon, teria acrescentado a sua incontável fortuna, abrigada em paraísos e esquemas fiscais, à custa do talento e do emprego dos outros.

Mas se, contra as expectativas dos avisados crânios, o livro electrónico felizmente se revelou um fiasco, do lado da oferta a nova ameaça são as grandes superfícies de venda de livros que, de facto, matam as livrarias e impõem aos editores condições de sobrevivência insustentáveis. Se ver livros à venda em supermercados já é penoso, pior ainda é saber que é preciso comprar espaços de exposição e entrar em campanhas de promoção ao nível dos descontos em chouriços e detergentes. Mas é assim que estamos.

Mas é assim que estamos porque é assim que está a procura. Já quase ninguém lê livros. Como quase ninguém lê jornais ou revistas. Isto daria tema para todo um outro artigo, para que me falta espaço. Direi apenas, abreviadamente, que as redes sociais têm nisto, obviamente, uma trágica responsabilidade: elas são a maior fonte de leitura actual e a maior fonte de iliteracia funcional. Mas não são a única: a crítica literária que se faz em Portugal (e eu conheço outras) é também altamente responsável, porque não cumpre a sua função essencial de orientar os leitores para o encontro dos livros que lhes podem criar hábitos de leitura. O desporto favorito dos nossos críticos literários é não dizer do que trata um livro. Quanto mais confusa ou inexistente é a história de um romance, mais rebuscada e exaltante é a sua crítica, para no final se concluir que o autor é um génio, o crítico é brilhante e o leitor é um idiota se não entende a genialidade e o brilhantismo de um e de outro e se na próxima vez não voltar a comprar outro livro do mesmo autor. E, desnorteados, os editores botam as frases laudatórias dos brilhantes críticos nas cintas do próximo livro do genial autor e ficam à espera... acabrunhados com os exemplares por vender, devolvidos ao fim de uma semana, por um supermercado perto de si. É toda uma cadeia feita de suicidárias cumplicidades na mediocridade, de arrogantes sentimentos de superioridade, de desnorte editorial, de falta de senso, de coragem e de imaginação, que aos poucos nos vai transportando, leve, levianamente, para um mundo de pesadelo, que sempre foi o sonho de todas as ditaduras: um mundo sem livros.

Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia
https://leitor.expresso.pt/semanario/semanario2406/html/primeiro-caderno/opiniao/A-morte-dos-livros