* João Valente Aguiar
Até domingo o blog irá parar para mais umas pequenas férias. Entretanto, deixo aqui um elucidativo excerto da obra “O Partido com Paredes de Vidro” de Álvaro Cunhal, sobre a militância comunista. A ler e a reflectir durante estas férias. Férias para descansar, amar, divertir mas também para retemperar energias e mobilizar forças para mais um duro ano de lutas. Até domingo!
A actividade militante, motivo exaltante da vida
A actividade militante (ou militância) é a atitude característica do comunista na sociedade e na vida. É simultaneamente uma atitude política e uma atitude moral. Forma de trabalho que, no respeitante a dispêndio de energia intelectual e física, não se distingue de outras formas de trabalho, distingue-se, na sua essência, pela maneira como o militante do PCP a procura e a pratica. Pode ser (e no geral dos casos é) esforçada e cansativa. Constitui sempre motivo de satisfação. É voluntária em sentido absoluto. É determinada por um elevado ideal. Torna-se, para o comunista, um imperativo político, cívico e social.
A militância comunista é de natureza inteiramente diferente da “militância” que também existe noutros partidos. Distingue-se da “militância” esquerdista animada pelo negativismo inconsequente e pelo radicalismo verbal; da “militância reaccionária, animada pelo ódio à classe trabalhadora, à liberdade, aos direitos humanos, pela violência e o desrespeito por quaisquer princípios morais, pelo objectivo de alcançar vantagens, de fazer carreira ou de satisfazer ambições.
A maior alegria do militante comunista resulta do êxito alcançado, não para benefício próprio mas para benefício do povo. A maior alegria dada pela militância é a consciência de se ser útil ao Partido, ao povo e à sociedade. A militância comunista enriquece a vida e o ser humano. É uma forma de trabalho que por si própria compensa quem a exerce. Cria, na participação colectiva numa causa comum, relações humanas caracterizadas pela isenção pessoal. Proporciona a harmonia entre o pensar e o agir - sólido fundamento da tranquilidade de consciência.
Para o Partido, essa militância é a fonte de energia actuante. Para o comunista, que tem no Partido a força dirigente aglutinadora e inspiradora, a militância é, entre todos os motivos, o mais exaltante motivo de vida.
Álvaro Cunhal (1985) - O Partido com Paredes de Vidro. 3ª edição. Lisboa: Edições Avante. p.199-200.
1 comentário:
Quanto a mim o primeiro e maior Comunista do Mundo era Jesus Cristo
e mataram-no...
Não fosse a defeituosa humanidade e tudo seria perfeito...
Bj
Maria Mamede
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