Textos e Obras Daqui e Dali, mais ou menos conhecidos ------ Nada do que é humano me é estranho (Terêncio)
domingo, 26 de janeiro de 2025
Graça Castanheira - Um momento arrepiante
sábado, 25 de janeiro de 2025
Miguel Sousa Tavares - A tomada de posse dos donos do mundo
sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
GLOSSÁRIO e a “arte de furtar”
sexta-feira, 24 de janeiro de 2025
Pela sua utilidade, e, porque a ladroagem se tornou epidémica, republico o meu glossário.
“Arte de Furtar” (1742)
Abafação é furto, abafador o ladrão e abafar a ação. Abarbatar e abotoar-se é deitar mão do alheio e, em calão, o achatar, assim como afiançar, é simplesmente roubar. Afanar é já da gíria - e é giro. Enquanto o agadanhador surripia, agadanhar é lançar o gadanho, tirar à força, tal como agafanhar. Alapardar é apossar-se do que pertence a outrem, ou seja, locupletar-se ilegalmente. O alcance tem nobreza, é mais para pessoa fina, não tem a ver com a plebe, pela delicadeza do termo, não está longe da alicantina, cheia de astúcia e manha. Aliviar é coisa de carteirista. Também sinónimo de roubo, anexar é termo abrangente, mais próximo do apoderar-se, apossar-se, apropriar-se, mas apanhar alguém com a boca na botija, sendo também roubar, é termo frouxo. Arrancar, arrebanhar, arrebatar, arrepanhar são palavras fortes, principalmente quando colocadas ao lado do assenhorear-se, expressão delicada, punhos de renda, com classe.
Barrela, significa engano, logro, esparrela. Bater a carteira é roubar às ocultas a carteira do bolso de outrem, mas, só Bater é, no Brasil, o nosso aliviar, tal como buscar tem o busco como autor. Ao bifar, furta-se disfarçadamente. O borlão, borlador ou burlista exerce a arte de burlar, obviamente. Mas deitar a mão a… é benzer.
Ao capiangar, furta-se com destreza, sendo o capiango um ladrão astuto, já o cafunge e o camafouje são gatunos, gente vil. Captar, faz-se com astúcia. Cardanho ou cardar é roubo na área do palmar, mas catar e catrafilar fazem parte do jargão do choro, larápio sem estatuto. Comer é espoliar, saquear, e consumir iludir e comedeira refere-se a lucro desonesto muito próxima de exacção. O palavrão, concussão, é específico para o funcionalismo público, uma honra. Corte é roubo, acção de cortar-se ou apropriar-se de coisa alheia. E para terminar a terceira letra do alfabeto, ficamos com cresta e crestar que se aplicam ao desfalque e ao despojar.
Dar a palmada ou dar o golpe circulam na gíria colorida do gingão e, claro que, deitar a luva ou deitar a unha não são expressões de salão, assim como depenar e depenador também não. Defraudador e defraudar são mais suaves no burlar. Porém, depredação e depredar são o roubo violento, muito diferentes do desapossar é tirar e descaminho, um termo bonitinho, próximo do desvio e não longe do desfalque ou desfalcar, despojo ou despojar. Mas nobre, nobre mesmo, é o desvio…o desviar, não se utilizam abaixo do milhar e, creio que com a inflação, já deviam ter sido promovidos a milhão. Dolo, até pela pronúncia tem classe e pavoneia-se pelos corredores dos tribunais.
Empochar, empalmar, empalmação andam muito pelas ruas do calão e eliminar, tal como endrominar, também. Empolgar é mais violento e o engodar tem ardil. Esbrugar ou esburgar é forçar e esbulho e esbulhar são mais abrangentes, vão até ao abuso de poder; já escamotear é roubar com muita habilidade e escorchar anda pelos mesmos becos do despojar. Escroque, galicismo, entrou no nosso linguajar e ficou como burlão, intrujão, vigarista e trapaceiro que é. Ao esgueirar-se, subtrai-se com astúcia, desvia-se, sendo a estafa burla; espoliar é extorquir e esquivar-se furtar; estelionato e o estelionatário tão em voga; subtrair herança é expilar. Extorquir, extorsão e extorsionário são termos rudes; já, extravio navega nas águas do desvio, não fere as almas sensíveis.
Fajardo furta habilmente, faz fajardice em suma; falcatrua e falsificar andam muito a par; a malta diz fanar, fazer a folha e fangueirada é furto que vale a pena. Fazer, fezada, fazer rajá é simplesmente roubar, mas fazer a pala é encobrir o roubo; e ainda com o verbo fazer temos o fazer mão baixa e fazer mão de gato. Filho da noite é gatuno violento assassino que opera na calada da noite. O flibusteiro vive de expedientes, da trapaça; forjar é falsificar; fraude ou fraudulência, fraudar, fraudador andam no campo do engano, do defraudar já citado. Furto, furtar e furtança são linhas do mesmo novelo, onde se enrola a trapaça.
A avidez do galfarro não perdoa, deita a mão ou o gadanho; gadanhar ou gadunhar são artes do gamanço dos que sabem gamar. Gatázio é grande logro e deita-se o gatázio a alguém ou a alguma coisa. Gatear é roubar já o gateador é ladrão manhoso e gato, dar gato por lebre, fala-nos de logro. Gatuno é termo corrente e gatunice a sua prática; levar vida de gatuno é gatunar, tal como gatunagem é o colectivo destes meliantes. Gaturama ou gaturamo não faz mais que gaturar ou gaturrar. No Brasil, guinda é roubo com escalada, e, para nós, ao guindar rouba-se carteira e também, em calão, guindo é simplesmente roubo. Intrujão ou entrujão é o que faz intrujice e, ao intrujar, burla-se. Intrusão é usurpação, posse ilegal e violenta, acção de se apossar de um cargo, de uma dignidade… o dia-a-dia em suma.
E assim chegamos ao trivialíssimo: LADRÃO! Que no feminino nos dá a ladra, ladrona ou mesmo ladroa. O ladranete é o ladrãozinho de meia-tigela; ladripar é surripiar coisa de pouco valor, trabalho do ladripo ou do desclassificado ladranete, já mencionado, assim como do ladrisco, um tanto tolerado, vejam bem! Na gíria do Porto ladrilho é simplesmente gatuno. E sendo ladro, ladrão, ladroar a acção, e ladroagem seu vício, ou bando de ladrões, ladroado é o roubado. Defesa contra o ladroísmo eleitoral vem a propósito, é mais que ladroeira ou ladroíce, ladroísmo é um hábito, um vício dos que, ao ladroeirar, vão fazendo as suas ladroeiras. Temos, por fim, o ladranzana, ladravaz, ladravão ou ladroaço, palavrões aplicados aos grandes ladrões, não àqueles que desviam milhões, não: por uma questão de pudor, estilo ou conivência, o vocábulo não se lhes aplica. Sua excelência senhor fulano de tal ladranzana, ladravaz ou ladravão! Convenhamos que temos que encontrar palavras para esses crápulas. Lança: furto rápido. O larápio, ao larapiar ou larapinar, faz larapice; não é violento como o que, ao latrocinar, comete o latrocínio, roubo violento, mesmo à mão armada. Leilão é roubo no Dicionário de Calão. Levar, libertar e limpar vivem nas margens do jargão; faz-se limpeza ou livrar a alguém o que lhe pertence. Ao lograr pratica-se o logro a que nos sujeitam diariamente.
Dos jogos malabares, que na sociedade tanto se praticam, o gingão, muito a propósito, emprega malabar como roubar, e o malandro, que também pode ser gatuno, tem como diminutivos malandrete, malandrim ou malandrote e seus hierárquicos superiores o malandraço ou malandrão. Ao malversar, fazem-se desvios abusivos. Mamata é roubo de alto nível e marmelada negócio inescrupuloso; e meliante, gatuno; malversação apropriação indébita de fundos, valores, esp. durante administração de património alheio, público ou privado. Em calão, mordido é o roubado. Mosco é furto em residência com chave falsa, furto audacioso, com assalto; já meter a unha é extorquir, meter a mão, roubar.
Ocultar é sonegar rendimentos… cometendo fraude. Onzenar é praticar usura, e onzeneiro o seu autor.
Palmar é bifar; palmanço, gamar e dar a palmada tem a mesma raiz. O pandilheiro faz parte da pandilha ou quadrilha de ladrões. O pantomineiro, mestre em histórias para enganar, exerce a pantomina e, com as suas pantominices, acaba por levar à certa, com inteligência, a vítima escolhida. Para o populacho, picar é roubar, e pichelingue o larápio. Ao pifar, furta-se. Pilhar tem extremos, vai do reles pilha-galinhas à pilhagem praticada, geralmente por um grupo, de forma devastadora; mas pilha é o larápio e pilho ou pilhante o gatuno ou patife. E chegámos ao pirata, ladrão ou ladra do mar e não só, sujeitos que estamos a piratices, piratada, piratar, piratagem e a todas as piratarias que se nos colam como sanguessugas, indivíduos que por meio de exacções tiram dinheiro a outrem. Plágio ou plagiar é usurpar as ideias ou palavras de outrem, roubo literário; plagiato acção de apresentar como seu o que se copiou e o plagiador ou plagiário andam nos bicos dos pés com suor alheio. Prear é apossar-se de (alguém ou alguma coisa) ou pilhar, se a frase o consentir. Prender também pode entrar na área do suborno: suborno que se tornou num vocábulo que se traz na lapela, símbolo de sucesso, promoção social et cetera e tal. Prescrever, prescrição são as alavancas que emperram a engrenagem judicial em benefício, geralmente, dos colarinhos brancos que desviam grandes somas; manigâncias! A responsabilidade da sua inclusão neste glossário é minha, tal como privatizar cuja raiz é comum a Privar que mais não é que tirar ou despojar. pungueia; batedor de carteiras, ladrão, punguista pratica punga ('furto'); furtar das pessoas (dinheiro, carteira, relógio, jóias etc.), ger. em locais de aglomeração.
Quadrilha é bando de malfeitores, subordinados a um chefe que por vezes até pode legislar, privatizar e forçar as prescrições. Bem entendido que o quadrilheiro é o que faz parte da quadrilha.
Rapace o que rouba, que rapina, e rapacidade a inclinação para tal mister. Rapar é apropriar-se dos bens de outrem, deixando-o sem nada. Rapina roubo violento, pilhagem e rapinação roubo ardiloso; e da mesma raiz seguem rapinador, rapinagem, rapinice, rapinanço, rapinante e rapinar. Rapto também é acto de furtar e raptar pode significar tirar alguma coisa a alguém, usando a força. E não podia faltar o rato-de-sacristia, beato falso e ladrão de igrejas, vai dar ao mesmo. Se o ratoneiro é pessoa que rouba, já ratonice é roubo insignificante. Na gíria, rifar é bifar. Rouba é o mesmo que roubo e roubador o que furta e, como há tantos modos de roubar, defendamo-nos da roubalheira quotidiana a que estamos sujeitos.
Sacomão termo em desuso que designava o salteador e saco o acto de saquear. Saca, é um elemento de composição que traduz a ideia de sacar ou tirar, daí sacar significar também tirar a alguém, em benefício próprio e contra sua vontade. A malandragem usa safar para designar os seus furtos, e os modernos dicionários já incluem o termo. Saltada é roubo com assalto e salto roubo em estrada, pilhagem ou saque. Quando se diz que o país está a saque, todos compreendem, apercebem-se dos que estão a saquear e, por vezes, até conhecem o saqueador. Senhorear-se ou assenhorear-se é tornar-se, ilegitimamente, senhor de. E sonegar é deixar de mencionar, com fraude, acto corrente para suas excelências que, embolsando milhões, apresentam prejuízos. Ao sovacar, o sovaqueiro pira-se com o roubo debaixo do sovaco, sendo denominado também ladrão de fazendas. Um pobre diabo! Ao subtrair, furta-se alguém de forma escondida ou fraudulenta, termo muito próximo do surripiar ou surripilhar, com um leque alargado, que vai da surripiação ao surripiado ou surripilhado, surripianço e ainda o respectivo surripiador que comete o surripio, acto ou efeito de furtar. Tirar é desvio ou roubo, depende da classe e do montante, e tomar é apoderar-se de bens alheios. Trabalho e trancanhir é, em calão, roubo, assalto, mas trancanhir tem pinta! Trapaçar ou trapacear é enganar, fazer contrato fraudulento, burla ou embuste; trapacice acto do que fez a trapaça.
Unhar é muito usado na “Arte de Furtar” do Padre Manuel da Rocha. Quanto a usurpação, por meio de violência ou artifício, tem como artífice o usurpador, que mais não faz que usurpar, ao adquirir fraudulentamente ou apossando-se violentamente do alheio. O vigarista burla ou engana os ingénuos ou incautos e que, ao vigarizar, faz vigarice.
Na letra xis só encontrei o local onde se encontram os pequenos trapaceiros que vão de cana para o xadrez, xilim ou xilindró.
Publicada por cid simoes à(s) 12:46
https://aspalavrassaoarmas.blogspot.com/2025/01/glossario-e-arte-de-furtar.html
quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
João Miguel Tavares - O deputado que surrupia malas – e o que isso diz do Chega
Os deputados do Chega têm muita vontade de limpar Portugal, da mesma forma que Miguel Arruda ajudou a limpar os tapetes do Aeroporto Humberto Delgado.
* João Miguel Tavares
Há neste momento 18% de portugueses um pouco tristes e 82% a rebolar de riso, segundo os resultados das últimas legislativas. Peço antecipadamente perdão aos eleitores do Chega e aos proprietários das bagagens desaparecidas: o roubo de malas no aeroporto de Lisboa e de Ponta Delgada por parte do deputado Miguel Arruda é das coisas mais divertidas que tive o prazer de ler nos últimos tempos, e um raríssimo caso de delinquência que acaba por dispor bem. Tendo em conta que o estado natural de um deputado do Chega é muito zangado e aos gritos no Parlamento, que haja pelo menos um que nos faça rir deve ser devidamente celebrado. Venham de lá essas gargalhadas, pois que há três excelentes razões para elas.
Razão n.º 1: Miguel Arruda é – alegadamente, claro – um deputado da nação a cometer um crime próprio de ladrões de jantes e de auto-rádios. Desviar malas à chegada dos voos é coisa típica de gatuno despossuído ou vagamente remediado, e não de alguém que trabalha numa casa onde se aprovam leis que valem milhões. As características do roubo apontam para aquele tipo específico de meliante que encontramos nos filmes dos irmãos Coen, com um nível de QI não especialmente elevado e uma vocação incontinente para a asneira, como a primeira frase do artigo do PÚBLICO sobre esta história trata de demonstrar: “Foram alguns meses de investigação, muitas imagens da videovigilância da zona de recolha de bagagens do aeroporto de Lisboa escrutinadas, e, nesta terça-feira, acabaram recuperadas diversas malas de viagem e parte do seu conteúdo.” Um político eleito a gamar repetidamente malas num local cercado de câmaras de vigilância – Joel, Ethan, porque é que ainda estão nos Estados Unidos?
Razão n.º 2: os moralistas são sempre os mais fáceis de entalar. Basta ter paciência e esperar algum tempo, e aqueles senhores que enchem a boca com grandes proclamações de princípios acabam enterrados até ao pescoço em hipocrisia e contradições. Não porque pregar a moral seja uma má ideia – sou grande fã da actividade –, mas porque mantê-la e ser coerente dá imenso trabalho, e é uma tarefa absolutamente hercúlea na política. Os deputados do Chega têm muita vontade de limpar Portugal, da mesma forma que Miguel Arruda ajudou a limpar os tapetes do Aeroporto Humberto Delgado. Com raras excepções, são caras novas com tentações velhas, que chegaram ao Parlamento no ventre de Ventura, enquanto noutros partidos muito dificilmente passariam de junta de freguesia.
Razão n.º 3: o Chega tem um enorme problema com a falta de qualidade e de inteligência dos seus quadros. As pessoas que votam no Chega não são burras, e André Ventura muito menos. Mas ele está a pagar um preço elevado por cinco longos anos de gritaria acompanhados de uma absoluta indigência ideológica. O Chega é uma versão marca branca e deslavada do Vox ou do Rassemblement National, partidos com pensamento político próprio. As tiradas populistas de Ventura são compreensíveis para um jovem partido que quer dar nas vistas, mas são muito curtas como projecto de poder. Trump encontrou trumpistas mais cultos e estruturados do que ele, capazes de transformar um arrazoado de intuições e de tuítes em algo próximo de uma ideologia – o trumpismo. Ventura continua a não ter gente com capacidade para isso. Os seus venturistas são apenas aventureiros como Miguel Arruda, desejosos de apanhar boleia do Chega para um lugar melhor, nem que seja à custa das malas dos outros.
22 de Janeiro de 2025
https://www.publico.pt/2025/01/22/opiniao
quarta-feira, 22 de janeiro de 2025
Mariann Edgar Budde - Discurso na Catedral de Washington, perante Donald Trump
domingo, 19 de janeiro de 2025
Na despedida, Biden alerta contra uma “oligarquia” de extrema riqueza, poder e influência
Biden inicia despedida da Casa Branca e defende legado na política externa dos EUA
Redação ClickCampos
janeiro 14, 2025
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Às vésperas de deixar a Casa Branca, o presidente Joe Biden fez nesta segunda-feira (13) o seu último discurso no Departamento de Estado, no qual afirmou que deixará o cargo com os Estados Unidos “mais fortes” do que quatro anos atrás.
Biden afirmou que usará os últimos dias na cadeira para trabalhar por um cessar-fogo na guerra entre Israel e Gaza. O presidente ainda reforçou os investimentos na Amazônia e energia limpa.
“O povo palestino merece paz e o direito de determinar seu próprio futuro. Israel merece paz e segurança real, e os reféns e suas famílias merecem ser reunidos, e por isso estamos trabalhando urgentemente para fechar este acordo”, disse.
“Estamos pressionando fortemente para concluir isso. O acordo que temos… libertaria os reféns, interromperia os combates, proporcionaria segurança a Israel e nos permitiria aumentar significativamente a assistência humanitária”, afirmou Biden nesta segunda.
Biden fez uma defesa enfátia de suas políticas que estimulam a produção de energia limpa e criticou quem não acredita em mudanças climáticas, em referência implícita ao próximo governo.
O presidente eleito, Donald Trump, rejeita a hipótese das mudanças e prometeu reverter uma série de medidas de Biden que estimulam a produção de energia renovável para investir em combustíveis fósseis.
“Eles estão errados. Estão completamente errados. [As mudanças climáticas[ são a maior ameaça existencial para a humanidade. A transição para energia limpa já está acontecendo.”
Em novembro, Biden foi à Amazônia, onde anunciou mais investimento na floresta. Esta foi a primeira vez que um presidente americano, no exercício do cargo, faz uma visita do tipo, segundo a Casa Branca.
“Fizemos o maior investimento em clima e energia limpa já realizado em qualquer lugar da Terra”, disse.
O tom do discurso foi de defesa do legado na área de política externa, alvo de críticas, principalmente por Trump. O republicano culpa Biden pela guerra entre Ucrânia e Rússia.
“Hoje posso informar ao povo americano que nossas fontes de poder nacional estão muito mais fortes do que quando assumimos o cargo. Nossa economia está em expansão, embora ainda haja mais trabalho a ser feito”, disse.
Trump e outros analistas são também críticos à forma como se deu a retirada das tropas do Afeganistão por Biden, o que foi defendido pelo presidente nesta segunda.
“Acredito que, daqui para frente, a principal ameaça da Al Qaeda não virá mais do Afeganistão. E assim, não precisamos deixar um número considerável de forças americanas no Afeganistão”, disse.
“Quando assumi o cargo, tive uma escolha aberta. Não vi razão para manter milhares de militares no Afeganistão. Acho que tenho minha agenda comigo e a mantenho.”
Biden deixará o cargo na próxima segunda-feira (20), quando Trump tomará posse. Na quarta (15), ele fará um discurso televisionado de despedida à nação.
https://clickcampos.com/noticia/biden-inicia-despedida-da-casa-branca-e-defende-legado-na-politica-externa-dos-eua/