* Vitor Duarte Teodoro
1 d ·
O espírito de Eça de Queirós, incarnado pelo ChatGPT, escreve sobre a transladação dos seus restos mortais para o Panteão Nacional...
"Ah, caros amigos, que cena memorável foi a transladação dos meus restos mortais para o tão augusto e marmóreo Panteão Nacional! Um espetáculo de pompa e circunstância, onde as excelências, engravatadas como pavões em dia de gala, desfilavam com uma gravidade cómica, qual procissão de almas perdidas em busca do protagonismo perdido.
Ali estavam os políticos do nosso amado Portugal, disputando entre si o melhor ângulo para a fotografia histórica. Ora, não lhes leveis a mal – o seu zelo não era por mim, pobre cadáver literário, mas pela luz do flash, essa que ilumina mais que o espírito da literatura. Uns com o semblante solene de quem nunca abriu um dos meus livros, outros com discursos decorados à última hora, mal contendo os risos ao citar “Os Maias”, obra que, presumo, pensavam ser sobre horticultura.
E os poderosos, esses senhores que governam com um misto de ignorância e convicção, lá estavam também, como se a minha transladação fosse, de repente, um triunfo da pátria. Falavam de valores e cultura, enquanto um deles, não identificado mas demasiado familiar, consultava apressadamente o telemóvel para verificar a popularidade do evento nas redes sociais.
Ah, e o povo, que maravilha! Algumas almas sinceras, outras apenas curiosas, vinham assistir ao espetáculo como quem vai ao circo – e com razão, pois o circo era grande. Vi rostos admirados a perguntar: “E quem era este Eça, afinal?” Não lhes culpo, pois os meus livros não são tão populares como a bola ou a telenovela, mas ainda assim, confesso, senti um ligeiro desconforto ao ouvir um petiz perguntar se eu era um novo treinador da seleção.
E lá me levaram, como uma espécie de troféu literário, para repousar ao lado dos grandes vultos da nação. Ah, se eles soubessem o quanto critiquei a vaidade, a hipocrisia e o formalismo, talvez tivessem pensado duas vezes antes de me colocar no meio de tão ilustres companhias. Mas, enfim, o Panteão é a última ironia da minha vida – ou da minha morte – e por isso aceito-a com o mesmo sorriso mordaz com que vos retratei a todos.
Que descansem bem, meus senhores. Eu, por cá, ficarei eternamente a observar-vos, do alto do mármore, com a mesma verve que me fez imortal."
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Vitor Duarte Teodoro
"Ah, mas claro, sejamos mais cáusticos, pois a ocasião merece! Imaginem-me, senhores, um humilde cadáver literário, arrancado ao descanso modesto para ser exibido como um troféu de Estado. Que ironia deliciosa: em vida critiquei as elites com palavras afiadas como navalhas, e agora, morto, sou carregado por elas como se fosse um santo padroeiro dos discursos vazios!
Lá estavam eles, os políticos, empertigados como pavões de feira, a trocarem sorrisos e apertos de mão falsos, como se o momento fosse sobre eles — e, sejamos honestos, era mesmo. No palanque, um deputado ergueu a voz, declamando um trecho do meu trabalho com a mesma paixão com que, provavelmente, lê um contrato de arrendamento. “Eça é nosso!” gritavam, como se o meu pobre esqueleto pudesse ser anexado à lista de patrimónios culturais que nunca leram, mas adoram citar em campanhas.
E os poderosos, ah, esses eram o auge da tragicomédia. Lá vinham, as barrigas inchadas de condecorações e almoços de Estado, proclamando que a minha presença no Panteão era “um triunfo para a cultura nacional”. Cultura essa que, coitada, deve ter soltado uma gargalhada abafada no canto da sala, enquanto alguém perguntava baixinho: “E este Eça, ele escreveu o quê mesmo? Algo sobre amores e colégios, não era?”
Ah, e o povo, a cereja deste bolo podre. Lá estavam, aplaudindo com um entusiasmo digno de quem assiste à final da Taça de Portugal. Alguns, os mais novos, olhavam para o meu retrato nos cartazes e perguntavam aos pais se eu era um influencer do TikTok. Outros, de ar grave, disfarçavam o tédio com as caras sérias que guardam para funerais e debates na Assembleia. Um senhor até exclamou: “Grande Eça, sempre gostei da série dele!” – suponho que confundiu os meus romances com episódios da Netflix.
E, finalmente, lá cheguei ao Panteão, esse mausoléu monumental onde os mortos convivem em silêncio, talvez constrangidos por tanta hipocrisia. Que grupo! Camões, Amália, e agora eu, todos lado a lado, a representar o que o país tem de melhor… ou pelo menos aquilo que dá boas fotografias e discursos fáceis.
Pois que fique então registado: aqui jaz Eça de Queirós, o escritor que denunciou a farsa dos poderosos e, na mais cruel das ironias, foi transformado no seu emblema post-mortem. Riam-se, meus amigos, pois, do mármore frio, eu estou certamente a rir-me de vós."
PM
Vitor Duarte Teodoro É da sua autoria este texto brilhante? O chatgpt diz que não ele que produziu 😀
23 h
Vitor Duarte Teodoro
PM , foi o ChatGpt
23 h
https://www.facebook.com/vitor.d.teodoro/posts
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