- Diremos prado bosqueprimavera,e tudo o que dissermosé só para dizermosque fomos jovensDiremos mãe amorum barco,e só diremosque nada hápara levar ao coraçãoDiremos terra marou madressilva,mas sem música no sangueserão palavras só,e só palavras, o que diremos.Eugénio de Andrade – Que Diremos Ainda?Vê como de súbito o céu se fechasobre dunas e barcos,e cada um de nós se volta e fixaos olhos um no outro,e como deles devagar escorrea última luz sobre as areias.Que diremos ainda? Serão palavras,isto que aflora aos lábios?Palavras?, este rumor tão leveque ouvimos o dia desprender-se?Palavras, ou luz ainda?Palavras, não. Quem as sabia?Foi apenas lembrança doutra luz.Nem luz seria, apenas outro olhar.Eugénio de Andradehá 6 horas · Editado · Gosto · 1
- Victor Nogueira escrito por um poeta menorAS PALAVRASRede com dois gumesletras do nosso pensamentosãoos olhos que nós temose os seus lábios os nossos lábios (1)as palavras morrem de sede ~ Victor Nogueiraas palavrasmorrem de sedena tua ausênciaenleadas na redecom permanênciaum punhalsufocanteno torno das ondas.redondas.em remoinhoo vento nada me trazno caminhonada se faz etudo mas tudo……..se liquefaz.Escalavradasà parede encostadasmal recostadas e recortadasparadastumulam as palavrasem premência...Setúbal 2011.12.12há 6 horas · Gosto · 1
- Maria Jorgete Teixeira Eugénio sempre...como ele burila bem as palavras...Tu, poeta menor? Quem disse? Também és mestre no manejo da pena...há 5 horas · Não gosto · 1
- As palavrasSão como um cristal,as palavras.Algumas, um punhal,um incêndio.Outras,orvalho apenas.Secretas vêm, cheias de memória.Inseguras navegam:barcos ou beijos,as águas estremecem.Desamparadas, inocentes,leves.Tecidas são de luze são a noite.E mesmo pálidasverdes paraísos lembram ainda.Quem as escuta? Quemas recolhe, assim,cruéis, desfeitas,nas suas conchas puras?Eugénio de Andrade~~~~~~~~~~~~~~~~~~~Victor Nogueira
1.Os livros e as pessoasDizem que os livros são os nossos melhores e maiores amigos.Mas os livros não se sentam á nossa beira,nem têm olhos, nem sorriem
nem nos abraçam,nem connosco passeiam pela rua, pelo campo.Nada podemos dar aos livrossenão as letras dos nossos pensamentosou um pouco de nóspara que chegue aos outros..Os livros têm os olhos que nós temos.E os seus lábios são os nossos lábios.Porque se os livros tivessem olhose lábios e mãos e dedosseriam talvez pessoasmas nunca livros.
Victor Nogueira (1969)
Textos e Obras Daqui e Dali, mais ou menos conhecidos ------ Nada do que é humano me é estranho (Terêncio)
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013
As palavras segundo Eugénio de Andrade e Victor Nogueira
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