domingo, 24 de março de 2013

Vasco da Gama era "violento e irascível"

 
Livro de historiadora espanhola

Diário de Notícias

por Lusa14 junho 2011134 comentários
Vasco da Gama era "violento e irascível"
O navegador português era "violento, irascível e com muito mau carácter", afirmou à agência Efe a historiadora espanhola Isabel Soler, a propósito do livro "La derrota de Vasco da Gama".

De acordo com o jornal espanhol Publico, o livro é uma tradução para espanhol do documento "Roteiro da primeira viagem de Vasco da Gama", escrito por um tripulante da frota que em 1487 partiu de Lisboa e que empreendeu a expedição à Índia.
A historiadora Isabel Soler, especialista em literatura de viagens do Renascimento, que traduziu o documento e assina o prefácio de "La derrota de Vasco da Gama", traça um retrato pouco simpático do navegador português, mas sublinha que "a viagem portuguesa", os Descobrimentos, foi ao longo de mais de 200 anos "um diálogo e não um monólogo com as culturas" encontradas.
Segundo a historiadora, a expedição de Vasco da Gama supôs "uma ruptura do monopólio" do comércio com o Oriente, dominado pelos italianos, mas o império português foi mais marítimo do que territorial, com excepção do Brasil, onde teve uma presença semelhante à de Espanha no Peru e no México.
Isabel Soler explicou que ao contrário de Cristóvão Colombo, de quem se conhecem os diários de bordo, sobre Vasco da Gama "apenas existe um texto de um biógrafo anónimo, que poderia ser Álvaro Velho", e crónicas de João de Barros ou Damião de Goes. Há ainda "Os Lusíadas", epopeia de Camões sobre "a grande mitificação do navegador português". No entanto, "tanto Vasco [da Gama] como Camões são personagens obscuras que foram manipuladas pela História".
Isabel Soler está actualmente a preparar um livro que "explicará o lado mais ideológico e simbólico da viagem portuguesa'".

http://www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=1877676&seccao=Livros



Biblioteca guarda diário único de Vasco da Gama

Exposição abre hoje com mostra de manuscritos medievais entre outras raridades

Publicado em 2008-10-20

MANUEL VITORINO, LISA SOARES
 
A única cópia quatrocentista do "Diário da Viagem de Vasco da Gama à Índia" é uma das preciosidades expostas na Biblioteca Municipal do Porto. Por lá estão, ainda, manuscritos medievais e o livro "Só" de António Nobre.
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É uma viagem de grande significado histórico e feita de raridades bibliográficas aquela que, a partir de hoje, terá lugar na Biblioteca Pública Municipal do Porto, em S. Lázaro, em cujo edifício trabalhou o bibliotecário e historiador Alexandre Herculano.
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Por entre raridades, códices e manuscritos da Idade Média da "livraria de mão" do mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, considerada uma das principais livrarias medievais portuguesas, o visitante é levado a descobrir preciosidades únicas e de incalculável valor patrimonial. Numa das vitrinas estão duas bíblias do século XVIII, mais à frente, um saltério do século XIV (livro de salmos utilizado no culto divino), logo a seguir, manuscritos musicais com coreografias para dança e bailado. "Todas as peças têm um enorme valor artístico", lembra Isabel Santos, directora da biblioteca.
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Em cada passo do percurso a curiosidade aumenta. Na mesma sala iluminada pela história, o olhar fixa-se em mais raridades como, por exemplo, no manuscrito do livro "Só", de António Nobre e, ao lado, na lista de endereços dos amigos do poeta (Gomes Leal, Raul Brandão, Eça de Queirós, Júlio de Matose Oliveira Monteiro) a par de alguns objectos pessoais. No mesmo corredor, uma pausa longa para admirar um dos muitos desenhos da fabulosa colecção de edifícios do Porto de 1833, do arquitecto Joaquim Villanova.
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A meio da viagem lá está o "Diário da Viagem de Vasco da Gama à Índia", 80 páginas, espécie de roteiro do caminho marítimo para o Oriente. "É uma raridade. O livro já esteve em Berlim, por ocasião da exposição Novos Mundos e só saiu de Portugal a título excepcional. Só o valor do seguro rondou oito milhões de euros. É documento único", diz, com orgulho,Isabel Santos.
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Existem outros motivos de interesse nesta exposição singular, como por exemplo, "A Peregrinação", de Fernão Mendes Pinto (1614), o Foral da Cidade do Porto (1517), cujo exemplar pertenceu ao antigo bispo do Porto, D. José Magalhães Avelar, mais livros impressos no Porto, em 1497, pelo impressor Rodrigo Álvares, sem esquecer "A Gazeta", considerado o primeiro periódico português produzido entre 1641 e 1647.
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Antes de ultrapassar a porta de saída, a luz direccionada da vitrina exibe duas preciosas edições de "Os Lusíadas", de Camões, uma das quais, profusamente ilustrada por Emílio Biel e ainda, uma série de desenhos oitocentistas com referências à Foz do Douro. "A exposição divulga, apenas, uma parte dos fundos bibliográficos. O mais difícil não foi expor, antes, seleccionar as preciosidades" conclui.
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A exposição intitula-se "Tesouros da Biblioteca" e insere-se nas comemorações dos 175 anos da instituição. Entretanto, nos claustros, o visitante terá oportunidade de admirar diversas reproduções de iluminuras e códices medievais das várias colecções, bem como imagens de gente ilustre das letras portuenses, como Herculano, António Cruz e Sampaio Bruno.
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Para proporcionar o conhecimento e estudo dos tesouros expostos, os responsáveis da Biblioteca Pública Municipal do Portoorganizaram um calendários de visitas para vários públicos. A mostra poderá ser visitada de segunda a sexta-feira, entre as 14 e as 19,.30 horas até 12 de Dezembro.

http://www.jn.pt/paginainicial/interior.aspx?content_id=1031410&page=-1

sábado, 9 de março de 2013

Era de noite e levaram, Catarina

AO RETRATO DE CATARINA
 (Carlos Aboim Inglez)


 Esses teus olhos enxutos
Num fundo cavo de olheiras
Esses lábios resolutos
Boca de falas inteiras
Essa fronte aonde os brutos
Vararam balas certeiras
... Contam certa a tua vida
Vida de lida e de luta
De fome tão sem medida
Que os campos todos enluta

Ceifou-te ceifeira a morte
Antes da própria sazão
Quando o teu altivo porte
Fazia sombra ao patrão
Sua lei ditou-te a sorte
Negra bala foi teu pão
E o pão por nós semeado
Com nosso suor colhido
Pelo pobre é amassado
Pelo rico só repartido

Tanta seara continhas
Visível já nas entranhas
Em teu ventre a vida tinhas
Na morte certeza tenhas
Malditas ervas daninhas
Hão-de ter mondas tamanhas
Searas de grã estatura
De raiva surda e vingança
Crescerão da tua esperança
Ceifada sem ser madura

Teus destinos Catarina
Não findaram sem renovo
Tiveram morte assassina
Hão-de ter vida de novo
Na semente que germina
Dos destinos do teu povo
E na noite negra negra
Do teu cabelo revolto
nasce a Manhã do teu rosto
No futuro de olhos posto
 
 
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Rosa de Sangue
(António Ferreira Guedes)
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Os olhos dos camponeses
são fogos na madrugada
Mal o seu corpo tombou
a noite ficou cerrada.
...
Tiros soaram longe
no silêncio da campina
Rosa de sangue brotou
dos seios de Catarina.

Maduro se faz o trigo
em terra sem ser regada
Quem no sangue semeou
há de colher uma espada.

Os olhos dos camponeses
são fogos na madrugada
Mal o seu corpo tombou
a noite ficou cerrada.


 
 
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Luísa Basto.
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 






 
 
CANÇÃO DE CATARINA
(Papiniano Carlos)


Na fome verde das searas roxas
Passeava sorrindo Catarina
Na fome verde das searas roxas
Ai a papoila cresce na campina!
Na fome roxa das searas negras
Que escondes, Catarina, em tua fronte?
Na fome roxa das searas negras
Ai devoraram corvos o horizonte!

Na fome negra das searas rubras
Ai da papoila, ai de Catarina!
Na fome negra das searas rubras
Trinta balas gritaram na campina

Trinta balas te mataram a fome

A fome, Catarina
 
 
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ERA DE NOITE E LEVARAM
(Luís Andrade)
 
Era de noite e levaram
Era de noite e levaram
Quem nesta cama dormia
Nela dormia, nela dormia

Sua boca amordaçaram
Sua boca amordaçaram
Com panos de seda fria
De seda fria, de seda fria

Era de noite e roubaram
Era de noite e roubaram
O que na casa havia
na casa havia, na casa havia

Só corpos negros ficaram
Só corpos negros ficaram
Dentro da casa vazia
casa vazia, casa vazia

Rosa branca, rosa fria
Rosa branca, rosa fria
Na boca da madrugada
Da madrugada, da madrugada

Hei-de plantar-te um dia
Hei-de plantar-te um dia
Sobre o meu peito queimada
Na madrugada, na madrugada
 
 
 
 *****
 
ABANDONO (FADO DE PENICHE)
(David Mourão-Ferreira)
 
Por teu livre pensamento
foram-te longe encerrar.
Tão longe que o meu lamento
não te consegue alcançar.
E apenas ouves o vento.
E apenas ouves o mar.

Levaram-te a meio da noite:
a treva tudo cobria.
Foi de noite, numa noite
de todas a mais sombria.
Foi de noite, foi de noite,
e nunca mais se fez dia.

Ai dessa noite o veneno
persiste em me envenenar.
Ouço apenas o silêncio
que ficou em teu lugar
Ao menos ouves o vento!
Ao menos ouves o mar!
 

*****
 

À MEMÓRIA DE CATARINA EUFÉMIA

(Alexandre O'Neill)

 Podes mudar de nome, carrajola
 pôr umas asas brancas, arvorar
... um ar contrito,
 dizer que não, que não foi contigo,
 disfarçar-te de andorinha, de sobreiro ou de velhinha,
 podes mudar de nome, carrajola,
 de aldeia, de vila ou de cidade
— és como um percevejo num lençol!


 Quando tivermos Portugal nos braços
 e pudermos amá-lo sem sofrer,
 quando o Alentejo se puser a rir,
 Catarina Eufémia, minha irmã,
 então o teu filho há-de nascer!




O’Neill, Alexandre, Coração Acordeão, Lisboa: O Independente, 2004

(previamente publicado na Flama, 24 de Maio de 1974)
http://asfolhasardem.wordpress.com/2011/01/04/alexandre-oneill-um-poema-que-circulou-na-clandestinidade/
 
 
 

*****
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Portugal ressuscitado
(José Carlos Ary dos Santos)
.
(...)
Esses que tinham lutado
a defender um irmão
esses que tinham passado
o horror da solidão
esses que tinham jurado
sobre uma côdea de pão
ver o povo libertado
do terror da opressão.
Não tinham armas é certo
mas tinham toda a razão
quando um homem morre perto
tem de haver distanciação
uma pistola guardada
nas dobras da sua opção
uma bala disparada
contra a sua própria mão
e uma força perseguida
que na escolha do mais forte
faz com que a força da vida
seja maior do que a morte.
(...)
.
Podes ouvir aqui este excerto, na voz de Ary dos Santos
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`*****
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Cartaz para a libertação dos presos políticos no Chile de Pinochet


Forte de Caxias


 
Campo de Concentração do Tarrafal - a frigideira


 
Libertação dos presos políticos, que a Junta de Salvação Nacional presidida por Spínola tentou impedir, ao mesmo tempo que tentava manter a PIDE e a proibição dos partidos políticos, incluindo o PCP





sexta-feira, 8 de março de 2013

Catarina, o Pintor morreu !

Victor Nogueira a Sexta-feira, 8 de Março de 2013 às 21:48
 
 
CANTAR ALENTEJANO
Vicente Campinas*
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Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer
Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou
Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou
Aquela pomba tão branca
Todos a querem p’ra si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
Aquela andorinha negra
Bate as asas p’ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar
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* Este poema foi musicado por José Afonso, no álbum «Cantigas de Maio», editado no Natal de 1971
Podes ouvi-lo a seguir
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RETRATO DE CATARINA EUFÉMIA
José Carlos Ary dos Santos
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Da medonha saudade da medusa
que medeia entre nós e o passado
dessa palavra polvo da recusa
de um povo desgraçado.
Da palavra saudade a mais bonita
a mais prenha de pranto a mais novelo
da língua portuguesa fiz a fita encarnada
que ponho no cabelo.
Trança de trigo roxo
Catarina morrendo alpendurada
do alto de uma foice.
Soror Saudade Viva assassinada
pelas balas do solna culatra da noite.
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Meu amor. Minha espiga. Meu herói
Meu homem. Meu rapaz. Minha mulher
de corpo inteiro como ninguém foi
de pedra e alma como ninguém quer.
 
 
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CATARINA EUFÉMIA
Sophia de Mello Breyner Anderson
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O primeiro tema da reflexão grega é a justiça
E eu penso nesse instante em que ficaste exposta
Estavas grávida porém não recuaste
Porque a tua lição é esta: fazer frente
Pois não deste homem por ti
E não ficaste em casa a cozinhar intrigas
Segundo o antiquíssimo método obíquo das mulheres
Nem usaste de manobra ou de calúnia
E não serviste apenas para chorar os mortos
Tinha chegado o tempo
Em que era preciso que alguém não recuasse
E a terra bebeu um sangue duas vezes puro
Porque eras a mulher e não somente a fêmea
Eras a inocência frontal que não recua
Antígona poisou a sua mão sobre o teu ombro no instante em que morreste
E a busca da justiça continua.
 
 
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Margem Sul (canção Patuleia)
Urbano Tavares Rodrigues
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Ó Alentejo dos pobres
Reino da desolação
Não sirvas quem te despreza
É tua a tua nação. 
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Não vás a terras alheias
Lançar sementes de morte
É na terra do teu pão
Que se joga a tua sorte.
 .
Terra sangrenta de Serpa
Terra morena de Moura
Vilas d'angústia em botão
Dor cerrada em Baleizão.
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Ó margem esquerda do verão
Mais quente de Portugal
Margem esquerda deste amor
Feito de fome e de sal.
 .
A foice dos teus ceifeiros
Trago no peito gravado
Ó minha terra morena
Como bandeira sonhada.
 .
Terra sangrenta de Serpa
Terra morena de Moura
Vilas d'angústia em botão
Dor cerrada em Baleizão.
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Podes ouvir aqui interpretado por Adriano Correia de Oliveira
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Catarina Eufémia (1928 – 1954)
Personifica o exemplo de coragem e tenacidade na luta pela liberdade. Trabalhadora rural, Catarina Eufémia reivindicava pão e melhores salários quando foi assassinada em terras de Baleizão pelas forças do regime salazarista. Viviam-se tempos difíceis no Alentejo. Com condições de vida precárias, os camponeses [assalariados rurias] saíram à rua para protestar. Catarina Eufémia - que se supõe ter sido militante comunista - liderava o movimento. Era o símbolo da dedicação aos ideais, como a justiça e a igualdade, um símbolo da resistência do proletariado rural alentejano à repressão e à exploração do salazarismo e, ao mesmo tempo, um símbolo do combate pela liberdade e da emancipação da mulher portuguesa. A sua trágica história tornou-se numa lenda e inspirou vários poetas ao longo de décadas.
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Todo o país estava em luta. Os trabalhadores sofriam a repressão e a exploração económica. Lutavam por condições mais dignas e melhores salários. Sentiam na pele o regime ditatorial de Salazar. No Alentejo, os trabalhadores agrícolas estavam em greve. Já se recorria a mão-de-obra de outras zonas do País que se sujeitava às condições precárias que ofereciam os empresários. A década de 50 foi um período de grandes tensões sociais. E a PIDE estava à espreita, assim como a GNR, que tinha postos nas próprias herdades.
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Em 19 de Maio de 1954, a situação agravou-se. Os assalariados rurais de Baleizão abordaram abertamente um grupo de trabalhadores recém-chegados para que, também eles, reivindicassem melhores condições de trabalho. Os ânimos aqueceram. Catarina Eufémia, uma ceifeira analfabeta, estava à frente do movimento. Mulher de coragem e determinação, lutava por uma sociedade mais justa e, como a própria afirmava, por “pão e trabalho”. Ao ser abordada pelo tenente Carrajola, da GNR, Catarina respondeu com autoridade. No mesmo momento levou vários tiros e morreu. Tinha 26 anos e três filhos. Crê-se que estava grávida. A notícia chocou o País. Catarina Eufémia morreu como uma resistente, exigindo mais dignidade para os trabalhadores agrícolas.
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[Não me parece que a censuira permitisse a notícia da morte de Catarina, assim como não noticiava as lutas e reivindicações dos trabalhadores - VN]  (...)
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retirado do site da RTP - Concurso Os Grandes Portugueses
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Foto de Catarina
litogravura de José Dias Coelho, dirigente do PCP assassinado pela PIDE em 1961 [1] 
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Publicada por Victor Nogueira à(s) Sexta-feira, Fevereiro 23,
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2007   http://kantoximpi.blogspot.pt/2007/02/cantar-alentejano-vicente-campinas.html
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José Dias Coelho, escultor, militante e dirigentte do PCP, forçado à clandestinidade, foi assassinado pela PIDE em 19 de Dezembro de 1961. É dele que fala .Zeca Afonso - A Morte Saiu À Rua
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A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue de um peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada à covas feitas no chão
E em todas florirão rosas de uma nação
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Podes ouvi-lo aqui


 
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Catarina Eufémia (1928-1954) - assassinada pela GNR a 19 de Maio (Baleizão)
 

 
José Dias Coelho (1923-1961) - assassinado pela PIDE a 19 de Dezembro /Lisboa)



 
Assassinato de Catarina Eufémia, litogravura por José Dias Coelho