RAINER MARIA RILKE
BIOGRAFIA Filho de Josef Rilke e Sophie Entz, Rilke teve inúmeros traumas precoces em sua existência. Até os 5 anos de idade, "Phia", sua mãe, o vestia com roupas de menina, para compensar a perda de uma filha recém-nescida. Seus pais se separaram ele tinha nove anos. Mais tarde, um irmão (Hugo) suicidou-se. Para ulminar, o pai o enviou para a Academia Militar de St. Pölten e Mahrisch- Weisskirchenn, onde muito ele sofreu. Depois, foi matriculado na escola de negócios em Linz. Também trabalhou na firma de advocacia de seu tio. . A infância foi solitária e repleta de conflitos emocionais. Os estudos, em Literatura e História da Arte, foram realizados nas Universidades de Praga, Munique e Berlim. Suas primeiras obras publicadas foram poemas de amor, aos 19 anos, intitulados Vida e canções – LEBEN UND LIEDER (1894), usando o nome de René Rilke. . Em 1897, Rilke conheceu Lou Andréas-Salomé (1861 - 1937), uma mulher 15 anos mais velha e filha de um general russo, que passará a ter enorme influência sobre sua vida. É ela que o anima a assumir o compromisso estético e artístico. Inteligente e relacionada com as correntes do pensamento contemporâneo, Lou Andréas-Salomé também foi casada com o orientalista Friedrich Carl Andréas e fascinou intelectuais da envergadura de Schnitzler y Nietzsche. Nessa viagem pela Rússia estabelece amizade com Tolstoi. . Na mesma época, descobre o sucesso, com Romance do amor e morte do Alferes Cristobal Rilke, uma obra de caráter neo-romântico. Dois anos depois, viajaria a terras russas. Movido pela beleza da paisagem, tanto quanto pela dimensão espiritual das pessoas com quem manteve contato na Rússia, Rilke desenvolveu a crença de que Deus estaria presente em todas as coisas. Esses sentimentos encontraram expressão poética em Histórias do bom Deus (1900). . Depois de 1900, Rilke eliminaria de sua poesia o lirismo vago que, ao menos em parte, havia movido os simbolistas franceses e, em troca, adotou um estilo preciso e concreto, de que podem ser exemplos as obras O livro das imagens (1902; ampliado em 1906) e a série de versos O livro das horas (1905), que se constitui de três partes: O livro da vida monástica, O livro do peregrino e O livro da pobreza e da morte, este consolidou o seu nome como grande poeta, pela variedade e riqueza de metáforas e por suas reflexões quase místicas sobre as coisas. Essas obras são calcadas em sua fase de pobreza, assim comoIrmão e irmã. . Já em Paris, ele se enamora da pintora Paula Becker, mas, em 1901, casa-se com uma discípula de Rodin, Clara Westhaff. Eles tiveram uma filha, Ruth, porém o casamento durou apenas um ano. Pouco depois se separam, embora tenham sido amigos por toda a vida. Nessa época, Rilke conheceu Cézanne e o escultor Auguste Rodin, de quem foi secretário, de 1905 a 1906, e sobre quem escreveu um ensaio estético. Rodin ensinou o poeta a contemplar a obra de arte como uma atividade religiosa e a construir seus versos de forma consistente e completa como se esculturas. Os poemas desse período aparecem em Novos Poemas – NEUE GEDIGHTE (2 volumes, 1907-1908). . Até o início da Primeira Guerra Mundial, Rilke viveu em Paris, de onde realizou viagens pela Europa e pelo norte da África. De 1910 a 1912, passou a viver no castelo de Duino, perto de Trieste (Itália), e ali escreveu os poemas que compõem a obra A vida de Maria (1913), os quais o compositor alemão Paul Hindemith viria a musicar. É, também, dessa fase o início da construção deElegias de Duino (1912 - 1923), obra onde começa a se fazer sentir a influência do pensamento filosófico de Sören Kierkegaard. Em sua obra em prosa mais importante, Os cadernos de Malte Laurids Brigge – DIE AUFZECHNUNGEN DES MALTE LAURIDS BRIGGE (1910), história que começou a escrever em Roma (1904), empregou corrosivas imagens para transmitir as reações que a vida em Paris provoca em um jovem escritor – curiosamente, muito parecido com ele mesmo, notadamente calcadas no pensamento existencialista. Nessa obra, ele irá relatar experiências pessoais de um poeta dinamarquês expatriado em Paris e que revelam sua vida difícil. . Em 1913, Rilke voltou a Paris mas foi forçado a voltar para a Alemanha por conta da Primeira Guerra Mundial. O Castelo Duino foi bombardeado, arruinado e as propriedades de Rilke foram confiscadas na França. Ele serviu no Exército austríaco e encontrou Werner Reinhart, que era proprietário do Castelo Muzot, em Valais, onde passou a residir. . Durante quase toda a Primeira Guerra Mundial, Rilke residiu em Munique, e em 1919 mudou-se para Sierre (Suiça), onde se estabeleceu definitivamente, salvo quando nas viagens ocasionais a Paris e Veneza. Ali, ele completou as Elegias de Duino e ainda escreveu, na época, uma série de poemas, Vergers, além dos Sonetos a Orfeu (1923). Esse ciclo é considerado o mais importante de toda a obra. As "Elegias" apresentam a morte como uma transformação da vida em uma realidade interior que, junto com a vida, formam um todo unificado. A maioria dos sonetos canta a vida e a morte como uma experiência cósmica. . Rilke faleceu de leucemia, em 29 de dezembro de 1926, em Valmont (Suíça). A doença que o levou à morte foi contraída por conta do envenenamento causado por um espinho de rosa, que o feriu enquanto cuidava do jardim do castelo Muzot, na Suíça, onde viveu retirado nos últimos anos de sua vida. Na sua tumba, um epitáfio por ele mesmo escrito assim diz: . . Quinze dias após seu falecimento, o grande escritor Robert Musil disse a seu respeito, na homenagem que lhe foi prestada em Berlim: "Este grande poeta não fez outra coisa levar a poesia alemã, pela primeira vez, a sua consumação total." . Uma importante parte dos escritos de Rilke são suas cartas (para Marina Tsvetarva, Auguste Rodin, André Gide, H.v.Hofmannstahl, Boris Pasternak, Stefan Zweig, e outros), que forma publicadas postumamente. .
LEIA MAIS . Alguns de seus poemas http://www.armory.com/~thrace/ev/siir/Rilke.html (em inglês) |
Textos e Obras Daqui e Dali, mais ou menos conhecidos ------ Nada do que é humano me é estranho (Terêncio)
quarta-feira, 30 de março de 2011
Rainer Maria Rilke - Biografia e Bibliografia
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