sexta-feira, 7 de outubro de 2011

MORREU JEAN LARTÉGUY


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MORREU JEAN LARTÉGUY

Por Miguel Machado • 25 Fev , 2011 • Categoria: 01. NOTÍCIAS Print Print
Morreu no passado dia 23 de Fevereiro de 2011, o escritor e jornalista francês Jean Pierre Lucién Osty, conhecido mundialmente pelo pseudónimo de Jean Lartéguy. Mais de 50 obras publicadas entre 1960 e 1996, algumas grandes sucessos, tornaram este antigo militar e jornalista num dos melhores escritores de “romances de guerra” deste período.
Jean Lartégy, 1920-2011
Jean Lartégy, 1920-2011
Jean Lartéguy contava 90 anos de idade e estava hospitalizado numa instituição militar francesa (Les Invalides), um “Lar de Veteranos Militares”, que o havia acolhido mesmo não sendo militar. Mas havia sido e por várias vezes. No inicio da 2ª guerra mundial alistou-se na infantaria francesas mas foi desmobilizado depois da derrota. Fugiu da França ocupada em 1942 e rumou ao Marrocos onde se voltou a alistar e desembarcou em França, na Provença em 1944, integrando os “Commandos d’Afrique” das Forças Francesas Livres. Desmobilizado em 1945 como Alferes volta a alistar-se no Batalhão de Voluntários Franceses que vão combater na Coreia (1950-1953). Regressa como Capitão e ferido em combate (em 1951) e abandona o Exército.
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Iniciou de seguida uma carreira como jornalista, cobrindo para a Paris-Press e depois para o Paris-Match vários conflitos como as guerras da Palestina, Indochina e da Argélia. Licenciado em História foi premiado pelas suas qualidades como jornalista (com o prémio Albert Londres para jornalistas francófonos em 1955) como também já havia sido condecorado pela sua acção quer na Resistência à ocupação quer na guerra. Era Cavaleiro da Legião de Honra. Dos trabalhos como jornalista destaca-se uma série no Paris-Match designada “Notre Indochine 10 ans après“, onde acompanha a guerra do Vietname com os militares americanos. Sem dúvida desta estadia saiu também a inspiração para o seu romance “Un Million de dollars le Viet“.
Capa da 10.ª edição em português de "Os Centuriões". Este romance, o seu maior êxito, terá vendido mais de 1 milhão de exemplares.
Capa da 10.ª edição em português de "Os Centuriões". Este romance, o seu maior êxito, terá vendido mais de 1 milhão de exemplares.
Os seus livros, sobretudo os publicados nos anos 60 marcaram uma geração em França mas também um pouco por todo o Ocidente. Jean Lartéguy descreveu como ninguém os conflitos da Indochina e da Argélia, vistos sob o prisma dos combatentes, a visão daqueles que enfrentavam o inimigo na selva ou no deserto. Seguiram-se obras também marcantes passadas nas guerrilhas sul-americanas ou com os mercenários em África. É bem verdade que Lartéguy apresentava de algum modo uma visão romântica da guerra mas também politicamente incorrecta. Ele havia-a conhecido e sabia escrever sobre ela e sobre o muito desencanto que havia em gerações de oficiais que combatiam e morriam pelas colónias, quase e sempre “atraiçoados” pelos “homens do Estado-Maior”, os carreiristas e pelos políticos. Regra geral também as relações amorosas destes militares tinham um lugar no enredo, nem sempre com final feliz.
Capa da 8.ª edição de "Os Pretorianos" em português. Este romance passado na Argélia Francesa é a continuação de "Os Centuriões" cuja acção decorria sobretudo na Indochina Francesa mas também já no norte de África.
Capa da 8.ª edição de "Os Pretorianos" em português. Este romance passado na Argélia Francesa é a continuação de "Os Centuriões" cuja acção decorria sobretudo na Indochina Francesa mas também já no norte de África.
Embora Lartéguy referisse sempre que os seus personagens eram imaginários, logo  em “Os Centuriões” era evidente ter um dos seus personagens sido “decalcado” de Marcel Bigeard. Este romance foi depois adaptado para o cinema num filme que foi interpretado por Antonhy Quinn e Alain Delon.
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Os Centuriões” e outros livros desta época foram de tal modo considerados que em Portugal a sua leitura era aconselhada aos militares que partiam para África. Os seus textos mesmo que ficcionados, tinham uma enorme e motivadora força.
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Segundo o próprio estava assim dividida a sua relação com a guerra: (em tradução livre), “A guerra que me contaram” (o pai e o tio que haviam combatido na 1.ª Guerra Mundial), “A guerra que eu combati” (a 2.ª Guerra Mundial e a Guerra da Coreia) e a “A guerra sobre a qual escrevi” (em que ele relata o que viu como repórter um pouco por todo o mundo em guerras e revoluções mas também os romances baseando-se na sua experiência pessoal e nestas reportagens e paragens).
Das muitas obras editadas em português algumas com edições sucessivas até finais dos anos 80, podemos citar, “Os Centuriões“, “Os Pretorianos“, “Tambores de Bronze“, “As Quimeras Negras“, “Os Mercenários“, “Guerrilheiros“, “Libertadores“, “Cidade Estrangulada“, “Inquérito a uma Crucificação“, “As Muralhas de Israel“, “Todo o Homem é uma Guerra Civil“, “O Comandante do Norte” ou “Marco Polo, Espião de Veneza“.
O seu primeiro romance em 1954, “Sangue Sobre as Colinas” (passado na guerra da Coreia) passou despercebido e mais tarde, já depois de vários êxitos, voltou a ser publicado com o nome “Mercenários“.
Em “Os Centuriões“, antes do romance começar, Jean Lartéguy escreveu :
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Conheci muito bem os centuriões das guerras da Indochina e da Argélia. Durante algum tempo, fiz parte deles, depois, jornalista, tornei-me sua testemunha, por vezes seu confidente.
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Sentir-me-ei para sempre ligado a estes homens, mesmo que um dia deixe de estar de acordo com eles quanto ao caminho que seguirem, mas não me sinto de forma alguma obrigado a deles dar uma imagem convencional e embelezada.
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Este livro é acima de tudo um romance, cujas personagens são imaginárias. Elas poderão, acidentalmente, por qualquer feição ou qualquer aventura, recordar este ou aquele dos meus antigos camaradas tornado célebre ou morto incógnito. Mas não há nenhuma destas personagens à qual se pudesse, sem logro, dar um nome. Em contra-partida, os factos, as situações, os cenários são quase todos extraídos da realidade e fiz o possível por me cingir às datas verdadeiras.
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Dedico este livro à memória de todos os centuriões que pereceram para que Roma sobreviva”.
Capa da 4.ª edição em português de "Os Mercenários". Como nome de "Sangue Sobre as Colinas" este primeiro romance de Lartéguy passou despercebido em 1954.
Capa da 4.ª edição em português de "Os Mercenários". Como nome de "Sangue Sobre as Colinas" este primeiro romance de Lartéguy passou despercebido em 1954.

L'auteur des "Centurions", 


Jean Lartéguy, est mort


LEMONDE.FR avec AFP | 23.02.11 | 19h06
Jean Lartéguy (à droite) discutant avec le général Marcel Bigeard, qui inspira "Les Centurions", en 1980 à Paris.
Jean Lartéguy (à droite) discutant avec le général Marcel Bigeard, qui inspira "Les Centurions", en 1980 à Paris.AFP/PIERRE GUILLAUD
Le journaliste et écrivain Jean Lartéguy, auteur d'une cinquantaine d'ouvrages notamment sur les conflits d'Indochine, de Corée et d'Algérie, est décédé mercredi 23 février à Paris à l'âge de 90 ans.
L'écrivain français à succès, de son vrai nom Lucien Osty, est né à Maisons-Alfort, près de Paris, le 5 septembre 1920, mais avait grandi à Aumont-Aubrac, dans le centre de la France. Il s'engage en 1939 et rejoint en 1942 les Forces françaises libres. Après une licence de lettres, il devient correspondant de guerre en Corée et en Indochine et grand reporter à Paris-Presse puis à Paris Match. En 1955, il obtient le prix Albert Londres, prestigieuse récompense de la presse française, pour des articles sur la guerre d'Indochine.
UN ÉCRIVAIN CULTE DANS LES RANGS DE L'ARMÉE
partir de 1959 paraissent une série de livres qui vont lui faire connaître le succès, en particulier Les Centurions, inspiré des exploits de Marcel Bigeard et de ses hommes en Indochine et qui fera l'objet d'une adaptation au cinéma avec Anthony Quinn et Alain Delon. Culte chez les militaires, le roman est même, comme le raconte Slate.fr, l'un des livres de chevet du général Petraeus, chef des troupes alliés en Afghanistan et stratège très admiré outre-Atlantique.
Il écrira ensuite Les Mercenaires, vendu à 700 000 exemplaires, puis Les Prétoriens ou encore Mourir pour Jérusalem. Son dernier ouvrage, Traquenard, était paru en 1996. Jean Lartéguy était chevalier de la Légion d'honneur et croix de guerre 39-45.
http://www.lemonde.fr/carnet/article/2011/02/23/l-auteur-des-centurions-jean-larteguy-est-mort_1484384_3382.html
G1

France Presse
23/02/2011 15h18 - Atualizado em 23/02/2011 15h43

Morre escritor francês Jean Lartéguy



Correspondente de guerra, ele foi autor de 'Les centurions', que virou filme.
Elenco do longa teve participação de Anthony Quinn e Alain Delon.

Da France Presse
O escritor francês Jean Lartéguy (Foto: AFP)O escritor francês Jean Lartéguy (Foto: AFP)
O correspondente de guerra e escritor francês Jean Lartéguy morreu nesta quarta-feira (23), aos 90 anos. Ele estava na Instituição Nacional dos Inválidos em Paris, onde morava havia cinco anos. O anúncio foi feito pela instituição.

Autor de cerca de 50 obras, principalmente sobre os conflitos da Indochina, Coreia e Argélia, Lartéguy, pseudônimo de Jean Pierre Lucién Osty, teve êxito com livros como "Les centurions", "Les prétoriens" e "Les mercenaires".

"Les centurions" foi levado às telas, com Anthony Quinn e Alain Delon, com o título "A patrulha da esperança". O longa trata da Guerra da Independência da Argélia.


Jean Lartéguy, de son vrai nom Jean Pierre Lucien Osty, né le 5 septembre 1920 à Maisons-Alfort et mort le 23 février 2011 à l'Hôtel des Invalides à Paris1, est un écrivain etjournaliste français.
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Son œuvre

Thèmes
La décolonisation est traitée à travers des reportages et des romans inspirés par sa propre expérience, marquée notamment par les campagnes guerrières, la fraternité d'armes, l'amertume de combattants sacrifiés en vain, et leur tristesse de voir des familles qui leur avaient fait confiance abandonnées aux massacres des libérateurs. Il explique pourquoi les populations indochinoises se sentirent trahies, faute de réformes pourtant promises au lendemain de la Seconde Guerre Mondiale. Les origines de l'OAS sont décrites dans le fiasco politique qui conclut la guerre d'Algérie. Lartéguy est également l'auteur de grands reportages, au Japon entre autres, et d'oeuvres historiques comme Mourir pour Jérusalem.
Son roman Les Centurions, paru en 1960, a pour trame la guerre d'Algérie ; il se vendra à plus d'un million d'exemplaires2. Le général David Petraeus, commandant des forces américaines en Irak, puis en Afghanistan est un lecteur passionné du roman. Son manuel sur la guerre de contre-insurrection serait inspiré d'un chapitre du roman "Les Centurions". Dans ce chapitre, Lartéguy décrit l'importance de mener contre des insurgés une guerre non-conventionnelle visant à séparer ces insurgés de la population qui assure son ravitaillement et sa couverture3.
Son message profondément humain est anticommuniste et favorable aux forces françaises, mais porte un jugement sévère sur certains travers du système colonial, et sur la criminelle duplicité de dirigeants politiques qui promettaient aux officiers et aux populations que la France resterait aux colonies, à l'heure même où ils entamaient des négociations d'indépendance. Lartéguy rapporte également l'attitude de certains Français qui n'hésiteront pas à apporter un soutien moral voire logistique à des mouvements de libération qui combattent les troupes françaises, et ce avec des méthodes parfois criminelles, usant de la terreur pour recruter dans la population locale. Ce témoignage renforcera son anticommunisme.

Publications

  • La Ville étranglée (1955), Julliard, roman
  • Les Âmes errantes (1956), Albin Michel, roman
  • La Tragédie du Maroc interdit (1957), Éditions les 4 fils Aymon
  • Les Dieux meurent en Algérie (1960) , Éditions de la pensée moderne, (1998) Trésor du patrimoine (textes de Jean Lartéguy, photos de Marc Flament)
  • Les Centurions (1960), Presse de la Cité
  • Le Mal jaune, roman, (1962), Presses de la Cité (Première partie Hanoï ou la ville étranglée et Deuxième partie Saigon ou les âmes errantes); (1965), Pocket.
  • Les Baladins de la Margeride (1962), Presses de la Cité; (1965), Cercle du Bibliophile; (1969), Pocket
  • Les Mercenaires (1963), Pocket, roman (paru d'abord sous le titre « Du sang sur les collines », sans aucun succès, réédité avec le nouveau titre suite au succès des « Centurions »)
  • Les Chimères noires (1963), Presses de la Cité, roman
  • Guerre d'Algérie, deux volumes
  1. Les Centurions1964), Pocket, roman
  2. Les Prétoriens (1964), Pocket, roman
  • Le Paravent japonais (1964), Raoul Solar, reportage
  • Un Million de dollars le Viet (1965), Raoul Solar Editeur
  • Sauveterre (1966), Presses de la Cité; (1970), Pocket
  • Les Guérilleros (1967), Raoul Solar; (1972) Pocket, reportage
  • Les Chimères noires (1967), Pocket, roman
  • Les Murailles d'Israël (1968), Pocket, récit
  • Les Tambours de bronze (1969), Pocket, roman
  • Ces Voix qui nous viennent de la mer (1969) Solar/editeur
  • Tout homme est une guerre civile, deux volumes
  1. Le Prêtre astronome (1969), Presses de la Cité
  2. Les Libertadors (1970), Presses de la Cité
  • Voyage au bout de la guerre,(1971), Presses de la Cité
  • Lettre ouverte aux bonnes femmes (1972), Albin Michel
  • Enquête sur un crucifié (1973), J'ai Lu, roman
  • Les Rois mendiants (1975), , roman*
  • L'Adieu à Saïgon (1975), Presses de la Cité, Paris
  • Tout l'or du diable (1975), Presses de la Cité.
  • Les Rois mendiants (1977), J'ai Lu, roman
  • La Guerre nue (1977), Pocket. Il s'agit d'un recueil d'entretiens avec François Poli, à caractère autobiographique.
  • Les Naufragés du soleil, trois romans
  1. Le Gaur de la rivière noire (1978), J'ai Lu, roman
  2. Le Cheval de feu (1980), J'ai Lu, roman
  3. Le Baron céleste (1982), J'ai Lu, roman
  • Dieu, l'or et le sang (1980), Presses de la Cité
  • Le Commandant du Nord (1982), Presses de la Cité, roman
  • Marco Polo espion de Venise (1984), Pocket
  • Soldats perdus et fous de Dieu, Indochine 1954-1955 (1986), Presses de la Cité,
  • L'or de Baal (1987), Gallimard
  • Tahiti (1988), Pocket
  • L'Ombre de la guerre, deux volumes
  1. Le Joueur de flûte, Presses de la Cité, 1989
  2. La Saltimbanque, Presses de la Cité, 1990
  • Le Roi noir, (1991), éditions de Fallois, roman
  • Mourir pour Jérusalem (1995), éditions de Fallois, histoire
Sans indication d'année
  • Fiu-Tahiti, la pirogue et la bombe, Presses de la Cité
  • La fabuleuse aventure du peuple de l'opium, Presses de la Cité
  • Liban - 8 jours pour mourir, Presses de la Cité
  • Le Dragon, le maître du ciel et ses sept filles ([[]]), éditions G.P.
  • Sahara an I ([[]]), Gallimard
  • La grande aventure de Lacq ([[]]), Gallimard
  • Le Protecteur ([[]]), Le Mercure de France, théâtre
  • Clefs pour l'Afrique ([[]]), Albin Michel
  • Les Centurions du Roi David Photographies Alain Taieb (1968), La Pensée Moderne, album
  • Triple jeu ([[]]), Laffont
Compilations
  • Récits de guerre (1989), Omnibus, compilation
    • Les MercenairesLes CenturionsLes PrétoriensLe Mal jauneLes Tambours de bronze
  • Le Mal d'Indochine (1994), Omnibus, compilation
    • Enquête sur un crucifiéL'Adieu à SaigonLes Naufragés du soleil
  • La Nuit africaine (1996), Omnibus, compilation
    • Les Chimères noiresLes Rois mendiantsLe Commandant du NordLe Roi noir
  • Indochine (2004), Omnibus, compilation

Divers 

Cinéma 

Jean Lartéguy a aussi été scénariste pour les films Ramuntcho (1959), Le Sahara brûle (1961), L'Inconnu dans la maison (1992).

Notes et références

  1.  « Jean Lartéguy, l'auteur des Centurions, est mort » [archive]Libération, 23 février 2011, sur le site liberation.fr, consulté le 23 février 2011.
  2.  « Lartéguy, le dernier des centurions » [archive], Dominique Guiou, Le Figaro, 23 février 2011, sur le site lefigaro.fr, consulté le 23 février 2011.
  3.  Jean Lartéguy, maître à penser de l'armée américaine » [archive], Pierre Assouline, Le Monde des livres, 3 mars 2011, sur le site lemonde.fr, consulté le 4 mars 2011.

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