domingo, 30 de outubro de 2011

120 anos da morte de Antero Quental.


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Numa noite do Barreiro Velho
Antero Quental renasceu num encontro com os tempos de hoje
Numa noite do Barreiro Velho<br>
Antero Quental renasceu num encontro com os tempos de hoje
O Grupo de Amigos do Barreiro Velho promoveu, ontem à noite, uma sessão para assinalar os 120 anos da morte de Antero Quental.


Rosário Vaz, sublinhou que Antero “inaugurou a poesia das ideias”, a poesia como “voz da revolução”, referindo que para o poeta a essência da literatura “não é a harmonia e a forma”, mas sim, “é a alma que pensa”.



António José Ferreira, numa intervenção marcada pela ironia, humor e sarcástica, estabeleceu uma “ponte” entre as realidades epocais das vivências politicas e filosóficas de Antero Quental, projectando-as na actualidade.

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O Grupo de Amigos do Barreiro Velho promoveu, ontem à noite, uma sessão para assinalar os 120 anos da morte de Antero Quental.
Rosário Vaz, salientou que esta iniciativa estava inserida no conjunto de actividades que o Grupo de Amigos do Barreiro Velho tem vindo a promover, nomeadamente a “recuperação de tradições”, com a finalidade de”revitalizar o Barreiro velho”, que sublinhou ser “um zona bonita”, onde, está presente a “identidade do Barreiro”.

Inaugurou a poesia das ideias

Rosário Vaz, sobre Antero Quental, salientou que nos tempos de hoje é importante “reavivar a memória o poeta e do seu tempo”.
Recordou que “é difícil fazer a separação entre a sua biografia e a obra literária”, dando relevo ao papel que desempenhou, como líder académico, em Coimbra, em torno do grupo Geração 70.
Sublinhou que Antero “inaugurou a poesia das ideias”, a poesia como “voz da revolução”, referindo que para o poeta a essência da literatura “não é a harmonia e a forma”, mas sim, “é a alma que pensa”.
Recordou as opções do poeta pelo “ideal do socialismo” influenciado pelo pensamento de Proudhon.
Rosário Vaz, salientou que Antero Quental, cujo fim de vida foi marcado pelo suicídio, tal, foi resultado do seu “sofrimento de solidão intelectual”.

Filosofia actividade criadora da natureza humana

António José Ferreira, numa intervenção marcada pela ironia, humor e sarcástica, estabeleceu uma “ponte” entre as realidades epocais das vivências politicas e filosóficas de Antero Quental, projectando-as na actualidade.
Recordou que Antero Quental viveu um tempo em que Portugal vivia – “num estado de cinismo”, era um país a “perder-se no deserto”, onde se fazia a “escola do elogio mútuo”.
“Antero que morreu com o Ultimato é uma testemunha” – sublinhou.
António José Ferreira, salientou que Antero Quental era “um apaixonado pelo socialismo”, num país sem classe operária, a qual, referiu, só nasceria com Alfredo da Silva.
Salientou a importância das Conferências do Casino, como momento de referência de “expressão de opinião”, nas quais Antero Quental divulgou as suas ideias sobre a “decadência das nações peninsulares”, apontando os efeitos do Catolicismo, o dogmatismo e a Inquisição, assim como o Absolutismo e os efeitos das descobertas na cultura e na vida de Portugal.
José António Ferreira, salientou que Antero Quental deu um contributo para animar os ideais republicanos.
Recordou que no plano filosófico Antero tinha admiração por Hegel, no que diz respeito aos conceitos da natureza, mas estabelece rupturas no que diz respeito às concepções de História, porque, nas reflexões do poeta – “introduz o fortuito, o acaso”.
Antero “abre espaço determinante para a liberdade no tempo” – sublinhou, acrescentando António José Ferreira que para o poeta “a filosofia não é uma teologia”, mas, sim uma “actividade sempre criadora da natureza humana”.
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Um verdadeiro «Coro do Barreiro Velho» 

A sessão contou com a participação de dois elementos do Grupo Animae Vox – Lina Soares e Luis Reis– que proporcionaram aos presentes momentos de vivência musical, pelos séculos XVI, XVIII e XIX.
O coro dos Escravos de Verdi, encheu a sala da Cooperativa Operária «Os Corticeiros» de sons vivos, com a participação de um verdadeiro «Coro do Barreiro Velho».
Ao longo da noite foram lidos diversos poemas de Antero Quental, proporcionando uma viagem pelo interior da sua obra literária
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30.10.2011 - 14:56

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