segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Poemas de Filipe Chinita

 * Filipe Chinita

madrugada 
de solitário
(prazer)
amando-
me
.
nada 
como 
à 01.50 da madrugada
me apetecer... 
esquartejar 
metade 
de 
um 
dos (meus) duros queijos 
de ovelha alentejanos 
mergulhados... 
durante 
meses
em frascos 
de azeite 
e louro
colocando-o 
aprisionado na mão esquerda 
e a navalha de a minha direita
cortando-o... nas mais finas 
em que me possa
eu exprimir
deixando
-lhe 
brilhar... 
os interiores olhinhos 
repassados de prazer
que lhe dão 
um sabor 
único...
tão 
único... 
que me deu
agora mesmo 
mesmo! a estas horas 
uma desalmada fome
de me deixar inundar 
da sua intensidade 
na
minha boca...
tomando-a toda.
de sabor...
tomando-me todo.
de prazer... 
até 
ao cérebro
.
fj
02.02
21.11.2021
13:19



amar... é perdermo-nos de nós.no outro
fundindo-nos... num outra identidade.
mútua. e não mais individual.
nem que por momentos
.
fj
12.59
22.11.2021


diria mais...
amar... é sermos o outro 
e não mais (só) nós.próprios

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