terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

As fantásticas (e verdadeiras) aventuras de Marco Polo

Reportagem
edição 29 - Março 2006
As fantásticas (e verdadeiras) aventuras de Marco Polo
A narrativa de uma viagem de 24 anos ao longínquo Oriente, que encantou a muitos durante séculos, teve sua autenticidade confirmada no século XIX.
por Jacques Brosse


Quando Marco Polo voltou a Veneza em 1295, seus compatriotas não o reconheceram - o que não foi uma surpresa, já que ele os havia deixado 24 anos antes, quando tinha apenas 17. Foi isso, sem dúvida, que inspirou o relato exagerado, quase lendário, narrado por Giovanni Battista Ramusio (1485-1557), autor que escreveu sobre os Polo, três séculos depois. Marco, Niccolo, seu pai, e Matteo, seu tio, teriam chegado em casa como peregrinos, vestidos com trajes miseráveis.

Tiveram, dificuldade em se fazer reconhecer pelos parentes, que, ocupavam a casa, pensando que estavam mortos. Os três viajantes convidaram, então, todos os seus aparentados para um banquete, no qual surgiram vestidos com hábitos de cetim violeta, logo trocados por outros de seda estampada, ainda mais preciosos, antes de retomarem seus hábitos à moda veneziana. Em seguida, Marco Polo trouxe os trapos com que estavam vestidos quando de sua chegada a Veneza; descosturou-lhes a barra, fazendo tombar "uma grande quantidade de jóias de um valor inestimável, rubis, safiras, granadas, diamantes e esmeraldas". Imediatamente, sua família "lhes devotou sinais de estima e de respeito".

Apesar de se tratar apenas de um apólogo, essa cena reflete a emoção que tomou conta dos venezianos ao rever esses três homens, que há tempos se pensava que estavam mortos, e contemplar as riquezas trazidas de países tão longínqüos, dos quais nunca tinham ouvido falar.

Muitos curiosos dirigiam-se à casa dos Polo, em uma pequena praça perto da ponte do Rialto. Com bastante complacência, Marco relatava suas extraordinárias aventuras e descrevia os países que tinha percorrido. Como bom homem de negócios veneziano, avaliava suas enormes riquezas em milhões de moedas de ouro.
No início do século XIII, o império veneziano tinha crescido de forma prodigiosa, tirando proveito da Quarta Cruzada, e o doge Enrico Dandolo (1105-1205) havia se autoproclamado "senhor de um quarto e meio do Império Romano". Até mesmo o Extremo Oriente não era desconhecido pelos venezianos, pois suas galeras traziam de Alexandria carregamentos de especiarias vindos de Cantão, transportados por navios árabes até as costas do mar Vermelho. Entretanto, o ceticismo dos venezianos provinha dos relatos de Marco, dessas riquezas incríveis que, segundo ele, dispunha o soberano de Catai (era assim que ele chamava a China). Era inadmissível que esse estado bárbaro, cuja existência acabara de ser revelada, possuísse uma civilização bem mais evoluída que a européia. Enfim, havia suspeitas sobre as altas funções que Marco Polo assegurara ter exercido nesse império no fim do mundo.

Os Polo tinham regressado bastante ricos. Desde 1296, Marco Polo não hesitou em equipar uma galera de combate da qual se tornou comandante. Participou inclusive da batalha naval na qual, perto da ilha de Curzola, no Adriático, se enfrentaram as frotas veneziana e genovesa; os venezianos foram vencidos, e Marco Polo foi levado para o cativeiro em Gênova, onde ficaria por três anos.

Ali, conheceu Rustichello da Pisa, que não apenas se interessou apaixonadamente por suas histórias, mas se propôs a escrevê-las. Rustichello era um homem de letras. Escrevia em langue d\\'oil, ou seja, em francês provençal, que era a língua mais falada por aqueles que não empregavam o latim. Era um escritor conhecido, com vários livros, entre os quais uma grande compilação de romances da Távola Redonda. Apesar disso, contentou-se em colocar no papel o que dizia o narrador, afirmando: "Ele [Marco Polo] tinha escrito muito pouco das coisas de que se lembra hoje em dia [...] Agora, escreveu todas essas coisas por meio do senhor Rustichello, cidadão de Pisa, que esteve com ele na mesma torre fortificada de Gênova, em 1298 [...]" Entretanto, Rustichello era um "romancista", autor de belas histórias lendárias, e essa circunstância bastava para criar em seus leitores uma dúvida sobre a veracidade de seus relatos. Sabe-se que ele cumpriu sua função e que o próprio Marco Polo revisara e completara seu texto, consultando a documentação que havia deixado em Veneza - para onde voltou em 1299 -, já que estavam mencionados acontecimentos aos quais ele só poderia ter tido acesso depois de sua libertação.

O que se sabe é que O livro das maravilhas, também conhecido como A descrição do mundo, foi em seu tempo um best-seller, fato testemunhado pela quantidade considerável de manuscritos que se conservaram até nossos dias. Todas as grandes bibliotecas européias possuem pelo menos um exemplar, ou mesmo dois, do século XIV ou do século XV. Entre as primeiras obras impressas, no final do século XV, existem várias edições do livro de Marco Polo. Mas foi justamente esse sucesso que prejudicou sua credibilidade - as aventuras maravilhosas atraíram um número muito grande de leitores que o viam como ficção. Se o livro inspirou contistas e poetas, jamais foi utilizado por sábios.
Antes da primeira viagem de Niccolo e Matteo Polo (1260-1269), dois franciscanos tinham sido enviados à terra de Gêngis Khan (leia mais em História Viva, ed. 21) - frei Jean du Plan Carpin, em 1245, pelo papa Inocêncio IV, e Guillaume de Rusbrouck, pelo rei francês Luís IX, em 1253. Lá chegando, foram bem recebidos, mas o imperador não estava disposto a se converter ao cristianismo. Ao contrário, ele esperava que o papa e o rei da França se reconhecessem como seus vassalos.

Sabemos que Kublai Khan, neto de Gêngis Khan, que reinava na China, preocupado em conhecer todas as religiões existentes, entregara uma carta aos irmãos Polo, em 1266, pedindo ao papa que lhe enviasse "cerca de 100 homens sábios para ensinar a doutrina cristã" - ele esperaria em vão.

Entretanto, em 1285, quando Marco, seu pai e seu tio se encontravam na China, Argun, sobrinho de Kublai, que governava a Pérsia, endereçara ao papa Honório IV uma carta propondo-lhe que atacassem em conjunto a Síria muçulmana e a dividissem entre si. Dois anos mais tarde, Argun enviaria ao Ocidente um monge cristão, nascido em Pequim, a fim de estabelecer uma aliança. Rabban Sauma visitaria Roma, Paris e Bordéus, mas sua missão acabaria se tornando inútil, pois as últimas bases fortes mantidas na Síria pelos cruzados acabavam de ser rendidas pelos sarracenos.

O relacionamento entre Roma e a China mongol não terminaria, entretanto. Em 1293, quando os Polo faziam o caminho de volta, um terceiro franciscano, Jean de Montecorvino (1246-1328), chegaria a Pequim. Bem recebido por Kublai, pôde até mesmo fundar uma igreja. Esta, contudo, não sobreviveu após a morte do religioso, em 1328. Marco Polo morreria quatro anos antes, em 8 ou 9 de janeiro de 1324, com 69 anos. Em sua agonia, segundo a crônica de Jacopo d\\'Aqui, Marco teria afirmado que todos os detalhes de seu livro eram exatos e que não tinha contado nem a metade do que havia visto.
Com a queda, em 1368, da dinastia mongol dos Yuan, a China se fecharia, tornando impossível confirmar esses relatos até o século XVI, época em que os portugueses se instalaram em Macau e da viagem do jesuíta Matteo Ricci. Durante todo esse tempo, lia-se a obra de Marco Polo como entretenimento. Embora com esse enfoque, graças a ela se difundiu em toda a Europa a miragem das riquezas fabulosas do Extremo Oriente. Um dia, alguém quis vê-las. Curiosamente, foi um genovês o primeiro a utilizar A descrição do mundo para fins práticos. Existe ainda em Sevilha o exemplar de um resumo do livro de Marco Polo impresso em Antuérpia, em 1485, cujas margens estão recobertas de anotações feitas por Cristóvão Colombo; quase todas relacionadas a ouro, pedrarias, especiarias. Assim, quando ele parte de Palos em 3 de agosto de 1492, era Catai que desejava atingir pelo oeste, com o propósito de converter, enfim, o Grande Khan e persuadi-lo a marchar contra os turcos enquanto os exércitos cristãos, equipados graças ao ouro que seria trazido, iriam atacá-los pelo oeste. Mas a reputação de Colombo era, igualmente, falsa. Ele não foi um precursor, mas um retardatário, permanecendo assim até o fim. Quando soube que havia descoberto o Novo Mundo, não só se surpreendeu, mas se indignou. Ele nunca teve esse desejo. No ano de 1502, em sua última viagem, partiria mais uma vez à procura de um mar das Índias que até então não tinha atingido e, nas costas da América Central, acreditara ter descoberto Mangi (a China do sul), Ciamba (o Anam, atual Vietnam) e Lachac (a quase-ilha de Málaca, na Malásia), descritos por Marco Polo.

Apenas no século XIX, a obra de Marco Polo começaria a ser reconhecida por seu caráter científico, sendo alvo de edições críticas. Os estudiosos confrontaram-na com fontes chinesas e confirmaram o valor de suas informações. Restava reconstituir o itinerário seguido pelos Polo, o que foi feito por Paul Pelliot que, entre 1906 e 1908, exploraria a Ásia central e, particularmente, os oásis que marcavam as etapas da rota da seda. Então quase tudo que permanecia obscuro em A descrição do mundo tornou-se claro. Marco Polo, subitamente, passava de fantasista à pesquisador bem informado.

Moderno, efetivamente, por se tratar de um homem de negócios e administrador, ele era, todavia, um homem de seu século. Impregnado de sua ideologia, recolocava os dados empíricos a partir de uma concepção de mundo que, evidentemente, não é mais a nossa. Com isso, a reputação de modernista adquirida nos séculos XIX e XX tornou-se tão falsa quanto aquela que ele teve por muito tempo, a de um contador de histórias fantásticas. Mas não seria justamente esta ambigüidade que nos faz lê-lo hoje em dia com tamanho prazer?
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http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/as_fantasticas__e_verdadeiras__aventuras_de_marco_polo_imprimir.html
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Marco Polo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Marco Polo
Nome completo Marco Polo
Nascimento 15 de setembro de 1254 (756 anos)
(supostamente)
República de Veneza
Morte 8 de janeiro de 1324 (69 anos)
Veneza
Nacionalidade Veneziano
Progenitores Mãe: Desconhecido
Pai: Niccolò Polo
Ocupação Mercador, explorador
Cônjuge Danta Badoer
Filho(s) Fantina, Bellela e Moretta
Conhecido(a) por As Viagens
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Marco Polo (Veneza, 15 de setembro de 1254 – Veneza, 29 de janeiro de 1324) foi um mercador, embaixador e explorador. Nasceu na República de Veneza no fim da Idade Média. Juntamente com o seu pai, Nicolau Polo (Niccolò), e o seu tio, Matteo, foi um dos primeiros ocidentais a percorrer a Rota da Seda. Partiram no início de 1272 do porto de Laiassus (Layes) na Armênia. O relato detalhado das suas viagens pelo oriente, incluindo a China, foi durante muito tempo uma das poucas fontes de informação sobre a Ásia no Ocidente.

Índice

Biografia

A data e o local de nascimento exatos de Marco Polo são desconhecidos, e as teorias atuais são na sua maioria conjecturais. No entanto, a data específica mais citada é em algum lugar "em torno de 1254", [nota 1] e é geralmente aceito que Marco Polo nasceu na República de Veneza. Embora o local de nascimento exato seja desconhecido, a maioria dos biógrafos apontam para a própria Veneza como cidade natal de Marco Polo.[nota 2][1] Seu pai Niccolò era um mercador que comerciava com o Oriente Médio, tornando-se rico e alcançando grande prestígio.[2][3] Niccolò e seu irmão Maffeo partiram em uma viagem para comércio antes de Marco nascer.[3] Em 1260, Nicolau e Maffeo estavam residindo em Constantinopla quando previram uma mudança política; liquidaram seus ativos em jóias e se mudararam.[2] De acordo com As Viagens de Marco Polo, eles passaram por grande parte da Ásia, e se encontraram com Kublai Khan.[4] Entretanto, a mãe de Marco Polo morreu e ele foi criado por uma tia e um tio.[3]Marco Polo foi bem educado, aprendendo assuntos mercantis incluindo moeda estrangeira, avaliação e manutenção de navios de carga,[3] embora tenha aprendido pouco ou nada de latim.[2]
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Mapa da viagem
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Em 1269, Nicolau e Maffeo retornaram a Veneza, encontrando Marco pela primeira vez. Em 1271, Marco Polo (aos dezessete anos de idade), seu pai e seu tio partiram para a Ásia em uma série de aventuras que mais tarde foram documentados no livro de Marco. Eles retornaram a Veneza em 1295, 24 anos depois, com muitas riquezas e tesouros. Eles tinham viajado quase 15 000 milhas (24 140 km).[3]
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A rota percorrida foi: através da Armênia até o norte da Turcomânia, e passando por Casaria e Sivas, atingiram Arzingan, de onde se avista o monte Ararat. Seguiram o curso do rio Tigre até Bandas, através de Mosul, chegando a Bagdá. Decidiram ir a Ormuz e seguir de barco até a longínqua China, porém ao verificarem as embarcações precárias que seguiam pelo Oceano Índico, decidiram seguir por terra. Rumando norte chegaram a Khubeis, além o deserto de Lut. Depois Damagham, a antiga Hecantompylos de Alexandre. Sempre rumo leste, atravessando desertos, rumaram para Balkh (antiga Báctria Regia). Por fim partiram para nordeste, através dos passos do Pamir, finalmente chegando a grande cidade de Kashgar.
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De lá rumo sudeste para Khotan onde aguardaram outra caravana para atravessar com mais segurança o deserto de Taklamakan. Chegam a Kan-Cheu onde encontram estátuas gigantescas de Buda. Voltaram-se para sudeste, cruzando o Huang Ho para a cidade de Si-ning, de onde encontraram pela frente a grande estrada Tibete-Pequim.
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Dirigiram-se à corte do rei mongol Kublai Khan, neto do poderoso Gengis Khan e, a seu serviço, percorreram a Tartária, a China e a Indochina. O imperador permitiu que os Polos voltassem a Veneza, aproveitando o regresso de uma embaixada de Arghun-Khan, que subira ao trono na Pérsia e solicitava uma princesa da corte chinesa para casar-se. A volta foi via marítima, Kublai-Khan enviou 14 navios e um total de dois mil homens com eles. Como chegaram em Málaca em meados de maio de 1291, tiveram que esperar ventos favoráveis monçônicos que só chegaram em outubro. Estiveram no Ceilão e de lá bordejando a costa da Índia chegaram a Ormuz (Pérsia) após 18 meses da partida. Após entregarem a princesa, os Polo seguiram por terra até Armênia, passando por Trebizonda, Constantinopla e Negroponte, de onde embarcaram para Veneza.
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Lá chegando em 1295, Marco Polo comandou uma tropa na guerra contra Gênova (na epoca cidade considera perigosa por altos índices de pornografia), acabando por ser feito prisioneiro. Durante o cativeiro, ditou as suas aventuras de viagem a um prisioneiro, Rusticiano de Pisa (Rustichello da Pisa), que foram traduzidas em latim, em 1315, pelo rei Francisco Pipino. Em 1485, depois de traduzidas em várias línguas, foram impressas. A primeira tradução portuguesa impressa surgiu em 1502, sob o título de Livro de Marco Polo.
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As suas crônicas e histórias povoaram imensamente o imaginários de vários povos e chamavam a atenção pela incrível riqueza de detalhes e emoção produzida em suas narrativas.
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Ainda existem dúvidas quanto a se Marco Polo fez tudo o que alegou ou se simplesmente narrou histórias que ouviu de outros viajantes. Mas, quaisquer que tenham sido as fontes de A Descrição do Mundo, de Marco Polo, os eruditos reconhecem sua importância. "Nunca antes ou desde então..." , diz um historiador, "...um homem forneceu tão imensa quantidade de novos conhecimentos geográficos ao Ocidente."
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O livro de Marco Polo, Il Milione ou As Viagens, é um testemunho da fascinação do homem por viagens, novas paisagens e terras distantes.

Morte

A igreja San Lorenzo de Veneza, onde está enterrado Marco Polo. A foto foi tirada após a reconstrução da igreja.
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Em 1323, Marco Polo estava acamado devido a doença. Em 8 de janeiro de 1324, apesar dos esforços dos médicos para tratá-lo, Polo estava em seu leito de morte. Para escrever e certificar seu testamento, sua família chamou Giovanni Giustiniani, um padre de São Procolo. Sua mulher, Donata, e suas três filhas foram nomeados por ele como co-executoras de seu testamento. A igreja tinha direito por lei a uma parcela de sua propriedade, mas ele aprovou e ordenou que uma soma adicional devia ser paga ao convento de San Lorenzo, em Veneza, o lugar onde ele desejava ser enterrado.[5] Ele também libertou um "escravo tártaro" que pode tê-lo acompanhado desde a Ásia.[6]
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Dividiu o resto do seu património, incluindo várias propriedades, entre indivíduos, instituições religiosas, e cada guilda e fraternidade a que pertencia. Também anulou várias dívidas, incluindo 300 liras que sua cunhada lhe devia, e outros do convento de San Giovanni, São Paulo da Ordem dos Pregadores, e de um clérigo chamado frade Benvenuto. Ele ordenou que 220 soldos fossem pagos a Giovanni Giustiniani por seu trabalho como notário e por suas orações.[5] O testamento, que não foi assinado por Marco Polo, mas foi validado pela então relevante regra "signum manus", pela qual o testador só tinha que tocar o documento para fazer cumprir a regra de direito,[7] foi datado de 9 de janeiro de 1324. Devido à lei veneziana afirmando que o dia termina no pôr do sol, a data exata da morte de Marco Polo não pode ser determinada, mas foi entre o pôr do sol de 8 e o de 9 de janeiro de 1324.

Notas

  1. Muitas fontes citam essa data; Britannica 2002, p. 571 afirma "nascido em ou em torno de 1254. (Esta data, como quase todos os outros acontecimentos mais importantes de sua vida, são conjecturais.)"
  2. Algumas fontes (por exemplo, Burgan 2002, p. 7) sugerem que Marco Polo nasceu em Korčula, uma ilha na Dalmácia, atual Croácia. O website Korcula info afirma, "Polo tem a fama de ter nascido mesmo em Korcula, embora a evidência para apoiar esta tese é, na melhor das hipóteses, imprecisa". Existe na ilha um "Local de nascimento de Marco Polo" (website).

Referências

  1. Bergreen 2007, p. 25
  2. a b c Britannica 2002, p. 571
  3. a b c d e Parker 2004, pp. 648–649
  4. Yule & Cordier 1923, ch.1–9
  5. a b Bergreen 2007, pp. 339-342
  6. Britannica 2002, p. 573
  7. Biblioteca Marciana, o instituto que mantém a cópia original pertencente a Marco Polo do seu testamento. http://marciana.venezia.sbn.it/admin/filemanager/file/UserFiles/File/testamento-polo.txt

Bibliografia

Ligações externas

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