QUARTA-FEIRA, 5 DE DEZEMBRO DE 2012
A evolução natural na cozinha
por Thaís Serafini designer de produto e editora de conteúdo para a web, apaixonada por leituras, pesquisa e reflexões sobre design no cenário atual e em suas direções para o futuro. Tudo isso e mais algumas divagações estão disponíveis em seu blog Cataclisma Material.
Os armários e as gavetas da cozinha compõem um prato cheio para designers e apaixonados pelo assunto. Utensílios novos convivem com antigos, materiais diversos se misturam e funcionalidade quase sempre é a palavra de ordem. Como vocês já devem ter percebido nos meus posts por aqui, eu mesma adoro falar de objetos de cozinha, e por isso também achei super interessante o artigo da Época que compartilho.
O texto fala do Consider the fork, um livro recém-lançado nos Estados Unidos que trata da origem e do destino dos utensílios culinários desde a pré-história até os dias de hoje. Bee Wilson, uma historiadora de gastronomia, reúne muitos exemplos de objectos conhecidos e desconhecidos, antigos e novos, para comparar a evolução dos utensílios da cozinha com a evolução das espécies através da seleção natural.
E, para finalizar, além dos gráficos interessantes acima, uma curiosidade: você sabe qual o utensílio de cozinha mais antigo que se tem registro - criado há cerca de 2 milhões de anos, antes mesmo da invenção do fogo? Talvez seja óbvio e mesmo surpreendente, mas estamos falando da faca!
Imagens via
Bee Wilson desvenda «A História da Invenção na Cozinha»
Origem e evolução dos utensílios, a sua influência na textura, sabor e valor nutricional dos alimentos são o que oferece o livro «A História da Invenção na Cozinha», de Bee Wilson, editado pela Temas & Debates.
«Uma colher de pau – o mais fiel e adorável dos utensílios de cozinha – parece ser o oposto da «tecnologia», na aceção mais geral desta palavra. Mas observemos com atenção uma colher de pau. É oval ou redonda? Côncava ou rasa? Talvez o cabo seja muito comprido, para que a nossa mão fique mais protegida de uma caçarola quente? Talvez tenha uma extremidade bicuda num dos lados, para chegar aos cantos de uma caçarola?
Foram precisas inúmeras invenções, grandes e pequenas, para chegar às bem equipadas cozinhas de que dispomos agora, onde a nossa amiga colher de pau de baixa tecnologia ombreia com misturadoras, frigoríficos e micro-ondas. Mas a história da invenção humana na cozinha é quase desconhecida. Nesta obra conta-se como domesticámos o fogo e o gelo, como desenvolvemos batedeiras, colheres, raladores, espremedores,
pilões e almofarizes, como usámos mãos e dentes, tudo em nome de garantirmos o alimento diário. Há engenho inventivo oculto nas nossas cozinhas que influencia a maneira como cozinhamos e comemos. Este não é um livro sobre a tecnologia da agricultura, nem acerca da tecnologia da cozinha de restaurante. Fala-nos do sustento quotidiano dos lares e dos benefícios (e riscos) que os diferentes utensílios trouxeram ao ato de cozinhar.»
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