quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Enfin, ô bonheur ... - Jean-Arthur Rimbaud

Assunto:
Data:
Há 154 anos nasceu, não sei em que galáxia paira... continuará por longo tempo a ser um símbolo da cultura que incorporou.
.
Desconheço se esta versão é a original. A que li nas obras completas em língua francesa apresenta consideráveis diferenças no texto.
.
Transcrevi também a tradução de Mário Cesariny, a que mais me agrada.
.
{Escolhi o poema que me pareceu mais fácil para os meus meninos (alunos). Façam o favor a vós mesmos de ganhar uns minutos a lê-lo.}
.
Distribuído por Maria (hi5)
.
.
«Enfin, ô bonheur, ô raison, j’écartais du ciel l’azur, qui est du noir, et je vécus, étincelle d’or de la lumiére nature. De joie, je prenais une expression bouffonne et égarée au possible:
.
Elle est retrouvée!
Quoi? L' éternité.
C est la mar mêlée
Au soleil
.
Mon âme éternelle,
Observe ton voeu
Malgré la nuit seule
Et le jour en feu.
.
Donc tu te dégages
Des humains suffrages,
Des communs élans!
Tu voles selon...
.
— Jamais l' ésperance.
Pas d' oríetur.
Science et patience,
Le suplice est sur.
.
Plus de lendemain,
Braises de satin,
Votre ardeur
Est le devoir.
.
Elle est retrouvée!
— Quoi? — L' éternité.
C' est la mer mêlée
Au soleil.»
.
Traduzido:
.
«Por fim, ó ventura, ó razão, tirei do céu o azul, que é negro, e fui centelha de oiro da luz natural. Eufórico, assumia um verbo impossivelmente burlesco e extraviado:
.
Perdeu-se. Buscai.
Quem? A Idade de Ouro.
É o acre infuso,
Água, olhos, terra.
.
Ó minh’alma, eterna
Manhã, tem teu voto,
Que só contra a noite
É jurado o fogo.
.
Por isso te ergues
Da mesa do mundo.
Das madres, dos seres,
Tens o que és...
.
Mas nunca, a esperança
De rumo nenhum.
Ciência e insciência.
O alto é o baixo.
.
Sumiu-se o simpósio,
Das cinzas ao cabo;
A arte a relógio
É a parte do diabo.
.
Perdeu-se. Buscai.
Quem? A Idade de Ouro.
É o acre infuso,
Água, olhos, terra.»
.
Jean-Arthur Rimbaud
.
.

Sem comentários: