sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Dois poemas de José Martí

23 de janeiro de 2015 - 16h33 


Em homenagem ao nascimento de José Martí, na próxima quarta-feira (28), o caderno cultural Prosa Poesia e Arte do Portal Vermelho selecionou dois poemas da vasta obra literária do revolucionário cubano. 


Os poemas foram extraídos da antologia de José Martí, Letras Fieras, publicada originalmente em 1981 em Cuba por Roberto Fernández Retamar. Ambos foram publicados em seu primeiro livro de versos, intitulado Ismaelillo, dedicado a seu único filho José Francisco. 

Na dedicatória ao filho Martí escreve: “Tenho fé na evolução da humanidade, e na vida futura, na utilidade das virtudes e em ti”. “Se alguém te disser que estas páginas parecem a outras páginas, diga-lhes que te amo demais para profanar-te assim. Tal como aqui te pinto, te viram meus olhos (...)”. 

Veja os dois poemas na íntegra, um português, o outro em espanhol: 

Meu cavaleiro 

Pelas manhãs
Meu pequeno menino
Me despertava
Com um grande beijo
Montado a cavalo 
Sobre meu peito
Bridas forjava
Com meus cabelos. 
Ele embriagado de alegria
Eu embriagado de alegria
Me impulsionava
Meu cavaleiro: 
Que suave espora
Seus dois pés frescos!
Como ria 
Meu pequeno ginete!
E eu beijava
Seus pés pequenos, 
Dois pés que cabem 
Em um só beijo! 

Hijo del alma

Tú flotas sobre todo, 
Hijo del Alma!
De la revuelta noche
Las oleadas,
En mi seno desnudo
Déjante el alba;
Y del día la espuma
Turbia y amarga, 
De la noche revuelta
Te echa em las aguas. 
Guardiancillo magnânimo, 
La no cerrada
Puerta de mi honto espíritu
Amante guardas;
Y si em la sombra ocultas
Búscanme avaras,
De mi calma celosas,
Mis penas varias,
En el umbral oscuro
Fiero te alzas,
Y les cierram el passo
Tus alas blancas!
Ondas de luz y flores
Trae la mañana,
Y tu en las luminosas
Ondas cabalgas.
No es, no, la luz del día
La que me llama, 
Sino tus manecitas
En mi almohada.
Me hablan de que estás lejos:
Locuras me hablan
Ellos tienen tu sombra;
Yo tengo tu alma!
Ésas son cosas nuevas, 
Mías y extrañas.
Yo sé que tus dos ójos
Allán en lejanas
Tierras reampeguean,
Y en las doradas
Olas de aire que baten
Mi frente pálida,
Pudiera com mi mano, 
Cual si haz segara
De estrelas, segar haces
De tus miradas: 
Tú flotas sobre todo, 
Hijo del alma!

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