sábado, 18 de maio de 2019

Filipe Chinita - Clepsidra

 clepsidra.s.
des.contando (o) tempo.
de vertiginosas.raras.e sempre escassas madrugadas
.
clepsidra.s.
in.vertendo (o) tempo.
desde sempre parte dos (nossos) nocturnos cenários
de sedução.desejo.
e amor
.
clepsidra.s
inventando (o) tempo
por entre...
o vermelho o negro e o branco
.
o
vermelho

rastejante...
do chão

do sofá

ou
dos corpos
como bandeiras.drapeando.de sangue
.
o
negro

de em pé!
de estantes.(d)e levantadas lombadas
de livros.sem fim.

livros.
corpos
nosso.s amor.es maior.es.
mas sempre! com a revolução à cabeça.de todos.eles.
.
que nunca mulher alguma (me) foi revolução
como me o foste.tu
em tudo! do amor
da vida
e da morte.
final revolução!
sobre nós.mesmos indivíduos
que só no colectivo.humano
recuperamos...
sentido
.
e
ainda o negro

de mesa.s e cadeiras.de costas altas.
que para tudo da imaginação
e do concreto
serviam...

bancas
e banquetas
por entre co(r)pos caídos
e morrões de cigarros já extinto
ou ainda ardendo... em pontas
quais sexos quebrados
mas ainda insistentes
de sanguíneo
querer

enquanto... o tempo
nas clepsidras
escorria
e
se esgotava (no)
sem tempo
no nosso físico esgotamento
e
contínuo
re.temperar de forças
e desejo...

por entre
tudo...

que
de tudo falavámos

como se fossemos
e.ternos dono
do tempo

seguros
que a revolução viria

na lâmina.das nossas línguas
e nas espetadas.palavras
de em pontas.de
sangue
.
e
velhos mapas ardendo
entre velas.vermelhas
que
filtravam a obscuridade
iluminada dos
rostos

sobre
um branco... - já de tudo!
de.lido...

de tudo!
o que ali em odor.es
se evaporava...
no.s ar.es -

enquanto tu... a sublime
(me/nos) abrias todo
o vasto repertório

do imaginário
e concreto
livro

das artes

do erotismo.humano!
__________________________
a
vários momentos
de aproximação
ao real

mas
tudo.tudo
começava.nos olhares!
ainda no subir das escadas
de saudade.s...

ao 3º andar.jardim suspenso
.
ele
mesmo
uma enorme
e e.terna clepsidra...

sem tempo.no tempo
.
tempo.e corpo.s
a que sempre demos o todo o uso
mesmo quando... perdulário

pois...
em contínua.revolução.de nós.mesmos
sempre vivíamos...

até porque de outra forma
nunca soubemos...
nem queríamos!
viver
.
fj
11:39

a
'página a página'
acaba de me comunicar

que
a sessão de lançamento
de 'a mulher em saltos altos'

11º livro de poesia.de filipe chinita

ficou marcada para dia 30 de Maio
5ª feira, pelas 18 horas
na Praça Verde

da
Feira do Livro
de Lisboa
.
fj

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