Neste arfar dos homens um destino mudo.
Suspenso. Como as labaredas de um incêndio.
Pressentido apenas no voo inesperado
Dos insectos. E no delírio do restolho.
Somos o sopro que fecunda o fogo. Elos de um percurso
Que os ventos traçam. E de que os deuses zombam...
E, no entanto, nesta ardência da vontade (que se expande)
Perdura uma febre e uma surda espera.
Como se a Festa de outrora
Mais que festa fosse aurora...
Ou uma palavra nova. A despontar no léxico
E na gramática do Mundo...
Manuel Veiga, in Perfil dos Dias
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