Charles Baudelaire
A Morte dos Artistas
Quantas vezes é preciso sacudir meus guizos
E beijar tua fronte baixa, morna caricatura?
Para furar o alvo, de mística natura,
Quantos, ó meu cesto, perder de dados?
A Morte dos Artistas
Quantas vezes é preciso sacudir meus guizos
E beijar tua fronte baixa, morna caricatura?
Para furar o alvo, de mística natura,
Quantos, ó meu cesto, perder de dados?
Usaremos nossa alma em sutis complôs,
E destruiremos muita pesada armadura,
Antes de contemplar a grande Criatura
Cujo infernal desejo enche-nos de dor!
Não há quem não conheça seu ídolo,
E esses escultores condenados, em afronta,
Que vão se golpeando o peito e a fronte,
Sem uma esperança, estranho e sombrio Capitólio!
É que a Morte, tal um novo sol a planar
As flores de seus cérebros fará desabrochar!
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Trad. livre: Leonardo de Magalhaens
http://meucanoneocidental.blogspot.com
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La Mort des Artistes (CXXIII)
Combien faut-il de fois secouer mes grelots
Et baiser ton front bas, morne caricature?
Pour piquer dans le but, de mystique nature,
Combien, ô mon carquois, perdre de javelots?
Nous userons notre âme en de subtils complots,
Et nous démolirons mainte lourde armature,
Avant de contempler la grande Créature
Dont l'infernal désir nous remplit de sanglots!
Il en est qui jamais n'ont connu leur Idole,
Et ces sculpteurs damnés et marqués d'un affront,
Qui vont se martelant la poitrine et le front,
N'ont qu'un espoir, étrange et sombre Capitole!
C'est que la Mort, planant comme un soleil nouveau,
Fera s'épanouir les fleurs de leur cerveau!
Les Fleurs du Mal
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Les Fleurs du Mal
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Charles Baudelaire
A Tampa
Onde quer que ele vá, ou sobre mar ou terra,
Sob um clima de chama ou sol branco,
Servidor de Jesus, cortesão de Citera,
Mendigo tenebroso ou Creso rutilante.
Cidadão, camponês, vagabundo, sedentário
Que seu pequeno cérebro seja ativo ou lento,
Em todo lugar o homem sofre o terror do mistério,
E olha ao alto senão com olhar trêmulo.
Acima, o Céu! o muro da cova que sufoca,
Teto iluminado para uma ópera bufa
Onde cada histrião pisa um chão de sangue;
Terror do devasso, esperança do tolo eremita;
O Céu! Tampa escura da grande marmita
Onde se confina a sutil e vasta Humanidade.
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Trad. livre: Leonardo de Magalhaens
http://meucanoneocidental.blogspot.com
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Le Couvercle (na 3ª edição)
En quelque lieu qu'il aille, ou sur mer ou sur terre,
Le Couvercle (na 3ª edição)
En quelque lieu qu'il aille, ou sur mer ou sur terre,
Sous un climat de flamme ou sous un soleil blanc,
Serviteur de Jésus, courtisan de Cythère,
Mendiant ténébreux ou Crésus rutilant,
Citadin, campagnard, vagabond, sédentaire,
Que son petit cerveau soit actif ou soit lent,
Partout l'homme subit la terreur du mystère,
Et ne regarde en haut qu'avec un oeil tremblant.
En haut, le Ciel! Ce mur de caveau qui l'étouffe,
Plafond illuminé par un opéra bouffe
Où chaque histrion foule un sol ensanglanté;
Terreur du libertin, espoir du fol ermite;
Le Ciel! Couvercle noir de la grande marmite
Où bout l'imperceptible et vaste Humanité.
Les Fleurs du Mal
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