No meio duma feira, uns poucos de palhaços
Andavam a mostrar, em cima dum jumento Um aborto infeliz, sem mãos, sem pés, sem braços, Aborto que lhes dava um grande rendimento. Os magros histriões, hipócritas, devassos, Exploravam assim a flor do sentimento, E o monstro arregalava os grandes olhos baços, Uns olhos sem calor e sem entendimento. E toda a gente deu esmola aos tais ciganos: Deram esmola até mendigos quase nus. E eu, ao ver este quadro, apóstolos romanos, Eu lembrei-me de vós, funâmbulos da Cruz, Que andais pelo universo há mil e tantos anos, Exibindo, explorando o corpo de Jesus. |
Textos e Obras Daqui e Dali, mais ou menos conhecidos ------ Nada do que é humano me é estranho (Terêncio)
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Guerra Junqueiro - Parasitas
Etiquetas:
Guerra Junqueiro,
Poesia
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