* Jorge de Sena
...
Natal de caridade,
quando a fome ainda mata?
Natal de qual esperança
num mundo todo de bombas?
Natal de honesta fé,
com gente que é traição,
vil ódio, mesquinhez,
e até Natal de amor?
Natal de quê? De quem?
Daqueles que o não têm,
ou dos que olhando ao longe
sonham de humana vida
um mundo que não há?
Ou dos que torturam
e torturados são
na crença de que os homens
devem estender-se a mão?
“Correio” e “carteiro” confundem-se nas definições. Nos incêndios de Pedrógão, os carteiros foram fundamentais na procura de vítimas. Transformaram-se em “GPS” da protecção civil por conhecerem os caminhos, as casas e as pessoas. Mas os CTT têm é de se preocupar em "ter mais 45 milhões de euros nos resultados operacionais" a partir de 2020.
24 de Dezembro de 2017, 7:08 “correio” significava “pessoa que, antigamente, corria o território, para entregar mensagens, notícias, ordens e despachos”. O mesmo que “mensageiro” ou “estafeta”.
No plural, “correios”, traduz-se por “serviço público, no sector das comunicações, que se ocupa da recepção, transporte e distribuição de correspondência e encomendas postais, bem como da emissão e venda de selos e outros valores”.
O dicionário de onde se retirou a definição é de 2006, pelo que não poderia adivinhar a participação privada nos correios portugueses nem antecipar as recentes actividades bancárias (o Banco CTT começou a transaccionar em 2016). Menos ainda antever a notícia “CTT cortam 800 postos de trabalho e fecham balcões”.
Mais informação: “A partir de 2020, a empresa liderada por Francisco Lacerda quer ter mais 45 milhões de euros nos resultados operacionais.”
Dicionário: “Em 1520, começou a funcionar em Portugal o correio por terra, em 1881 o correio marítimo e em 1934 o correio aéreo.”
Visitando o presente, sabe-se que “correio electrónico” significa “sistema de transmissão de mensagens escritas de um computador para outro computador, via Internet ou através de outras redes de computadores, email”.
Entre passado e presente, há uma palavra maior, “carteiro”. Um “funcionário que tem a seu cargo a distribuição ao domicílio da correspondência”. Em qualquer geografia.
E foram fundamentais na procura de pessoas nos incêndios deste Verão. “Os carteiros têm sido o nosso GPS, pelo conhecimento profundo que têm daquela zona e de quem lá vive em cada habitação”, escreveu-se no PÚBLICO sobre Pedrógão Grande.
Existe o verbo “correar”, que significa “prender com correia”, “cingir”. Ao que parece, alguém quer “correar” os “correios”.
Por aqui, vamos continuar a prática de enviar cartas e postais em papel. Mais ainda no Natal. A greve pode atrasá-los, mas nunca chegarão tarde para o que queremos demonstrar e desejar. Boas Festas!
A rubrica Palavras, expressões e algumas irritações encontra-se publicada no P2, caderno de domingo do PÚBLICO
Luis Garção Nunes
Publicado a 15/12/2009
BRIGADA VICTOR JARA
Menino Jesus
QUEM SAI AOS SEUS (1981)
Ó meu Menino Jesus,
Ó meu menino tão belo,
Onde foste a nascer
Ao rigor do caramelo! [bis]
Ó meu Menino Jesus,
Não queiras menino ser!
No rigor do caramelo
A neve te faz gemer. [bis]
[instrumental]
O Menino da Senhora
Chama pai a São José,
Que lhe trouxe uns sapatinhos
Da feira de Santo André. [bis]
[instrumental]
O Menino chora, chora,
Chora pelos sapatinhos;
Haja quem lhe dê as solas,
Que eu lhe darei os saltinhos. [bis]
[instrumental]
Dá-me o teu Menino!
Não dou, não dou, não dou!
Dá-me o teu Menino,
Vai à missa que eu lá vou.
Dá-me o teu Menino!
Não dou, não dou, não dou!
[4x]
Glossário:
A palavra "caramelo", nesta acepção, significa "gelo" (geada, neve, granizo).
Nota: «Canto recolhido em Campo Maior. Canta-se no Natal, já pelas ruas, já em família, acompanhado do popular instrumento designado por ronca, ou zabumba. A ronca [sarronca] é constituída por um púcaro de barro ao qual se adapta um pedaço de pele de anho, retesada e solidamente atada, através da qual passa um junco que o executante fricciona por meio de um movimento de vaivém.» (Michel Giacometti e Fernando Lopes-Graça, in "Portuguese Folk Music": vol. 4 - Alentejo, Strauss, 1998; "Música Regional Portuguesa": CD 5 - Alentejo, col. Portugal Som, Numérica, 2008)
## No que respeita aos homens, nem o riso, nem as lágrimas, nem a indignação, mas apenas o entendimento [i.e.saber o porquê] (Espinosa)
## Os homens fazem a sua própria história, mas não a fazem segundo a sua livre vontade; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado. A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos. E justamente quando parecem empenhados em revolucionar-se a si e às coisas, em criar algo que jamais existiu, precisamente nesses períodos de crise revolucionária, os homens conjuram ansiosamente em seu auxilio os espíritos do passado, tomando-lhes emprestado os nomes, os gritos de guerra e as roupagens, a fim de apresentar e nessa linguagem emprestada. (...) De maneira idêntica, o principiante que aprende um novo idioma, traduz sempre as palavras deste idioma para sua língua natal; mas só quando puder manejá-lo sem apelar para o passado e esquecer sua própria língua no emprego da nova, terá assimilado o espírito desta última e poderá produzir livremente nela.(Karl Marx, in "O 18 de Brumário de Louis Bonaparte")
## Os filósofos limitaram-se a interpretar o mundo de diversas maneiras; o que importa é modificá-lo.(Karl Marx)
Per tots es coneguda la primera relació entre Pepe Carvalho i els llibres: els crema. La relació, però, va més enllà, i en aquests més de trenta anys de coneixença dels nostre universal detectiu, hem après que Pepe Carvalho estima els llibres perquè en té, com els estima el seu creador Manuel Vázquez Montalbán.
El lector que s'acosta a la sèrie Carvalho aviat descobreix que les seves històries estan farcides de citacions bibliogràfiques —o referències intertextuals, que se'n diu ara—, perquè Manuel Vázquez Montalbán estima els llibres. I la Biblioteca la Bòbila no vol deixar passar l'oportunitat de conjugar la seva passió per la novel·la negra en general amb les aventures de Pepe Carvalho en particular, i ofereix als lectors una llista dels autors i títols que van apareixent al llarg de la sèrie, a manera de guia de lectura dels gustos i les obsessions de Vázquez Montalbán.
Pepe Carvalho i els llibres ens l'hem plantejat com una ullada fugaç a la biblioteca de Manuel Vázquez Montalbán. Evidentment no n'hem pogut retenir tots els autors, tots els títols, però ens ha servit per copsar el gruix dels seus interessos: la política, la poesia, la gastronomia, la novel·la, la filosofia... Perquè llegir un carvalho ajuda a saber quines són les obsessions del seu creador.
També hem demanat la col·laboració de quatre coneixedors de la sèrie carvalhiana, per a poder incloure textos inèdits sobre la relació de Carvalho amb els llibres i fer menys feixuga la lectura d'aquest opuscle. Tots quatre s'hi han avingut de bon grat i l'estimulant resultat el trobareu en aquestes pàgines.
Transversal pel que fa als gèneres, la sèrie Carvalho va iniciar-se amb una novel·la experimental de política ficció, va continuar amb un bon grapat de novel·les policíaques i polítiques i va acabar passant pel fulletó, el conte, el monóleg i l'humor. El resultat final de tot plegat és la crònica de la història d'amor de Vázquez Montalbán per Barcelona, de les transformacions que ha sofert la ciutat en aquests darrers decennis i de l'evolució de la societat espanyola des de la mort de Franco.
Ara per ara, com tots els carvalhistes, estem esperant la publicació de Milenio per veure quin serà el futur d'un detectiu que té com a programa de vida pagar els deutes i enterrar els morts. De moment, però, gaudiu d'aquesta proposta de lectura: els carvalhos i els llibres que hi surten citats. Llarga vida per a Pepe Carvalho!
Carvalho es un atípico detective privado de personalidad rica, compleja y contradictoria, cuyas aventuras sirven al autor para retratar, y a menudo criticar, la situación política y cultural de la cambiante sociedad española de la última mitad del siglo XX. Por ejemplo, el proceso autodestructivo del Partido Comunista en los primeros tiempos de la transición se describe en Asesinato en el Comité Central, la caída del felipismo en los años noventa es el telón de fondo de El premio, o el discutido proceso de transformación de Barcelona con motivo de las Olimpiadas de 1992 está presente en Sabotaje Olímpico.
Carvalho es en su juventud (durante los años 50) militante del Partido Comunista de España y, de hecho, su activismo contra el régimen franquista le lleva a la cárcel. Después, desengañado sentimental e ideológicamente, cada vez más desencantado y siempre contradictorio, acaba ejerciendo durante cuatro años como agente de la CIA.
Hombre de vasta cultura, otro chocante rasgo de su personalidad es su cínica afición por condenar a la hoguera libros de su nutrida biblioteca desde comienzos de los años 70.
De origen gallego, Barcelona es su ciudad y, aunque es un gran viajero y muchas aventuras transcurren en otros lugares, la notoriedad del personaje ha dado a la capital catalana ese aire de ciudad literaria mítica que tanto aprecia él mismo en otras, como el Singapur de William Somerset Maugham.
La pasión gastronómica de Carvalho y su ayudante Biscuter es la de su creador, por lo que no faltan en las novelas apasionadas descripciones culinarias de los platos más diversos.
La saga tiene su punto final con la publicación póstuma de Milenio Carvalho, donde el protagonista, acompañado de su inseparable Biscuter, se autoimpone una última aventura en forma de vuelta al mundo que acaba convirtiéndose en una mirada amarga y melancólica sobre la situación sociopolítica mundial y el paso del tiempo.1
Adaptaciones a la pantalla
Diversas novelas y relatos protagonizados por Carvalho son adaptados para la televisión, sin excesivo éxito de crítica ni de público.2 Primero es una serie de TVE protagonizada por Eusebio Poncela en los años ochenta, después otra, esta vez de producción hispano-argentina, que se cancela tras del primer episodio, con Juan Diego en el papel de Carvalho y, finalmente, dos series distintas, una italo-española de seis episodios y otra de sólo cuatro producida por las televisiones catalana, gallega y francesa, ambas protagonizadas por Juanjo Puigcorbé y con guion de Pedro Molina Temboury.
En cuanto al cine, cuatro son las películas realizadas:
El laberinto griego (1990), de Rafael Alcázar, protagonizada por Omero Antonutti (interpretando sin duda a Carvalho, pero se trata de un personaje que lleva el nombre de Bardón).
Además, en 1985 se realiza la película Olímpicament mort directamente para el mercado televisivo (se estrenó en TV3 el 15 de octubre de 1986), donde Constantino Romero interpreta al detective y el propio Manuel Vázquez Montalbán es el narrador. La película cuenta con la dirección de Manuel Esteban, la colaboración en el guion de Jean-Claude Izzo y con las apariciones estelares del cineasta Pere Portabella y del escritor español de novela negra Andreu Martín.3
Obra
Manuel Vázquez Montalbán
Yo maté a Kennedy. Impresiones, observaciones y memorias de un guardaespaldas, Planeta, 1972
Curiosamente, una de las rutas menos conocidas en
Barcelona es también una de las más significativas. Sobre todo, para los
aficionados a la literatura y, en concreto, a uno de los escritores de mejor
letra en el panorama español: Manuel Vázquez Montalbán. El
escritor falleció en octubre de 2003, pero sus libros y los personajes que
creó siguen presentes en ciudades como Barcelona.
Entre todos ellos, el detective Pepe Carvalho fue uno de los
que creó escuela. Sus correrías por la ciudad y los lugares que el personaje
(y el propio Vázquez Montalbán) frecuentaron han dado lugar a una ruta que
hoy podemos seguir todos los que nos movemos por Barcelona.
Para no perderse ni un detalle del itinerario lo mejor es comenzar en la
Rambla, justo a la altura de la Plaça Catalunya. El lugar más indicado para
encontrarse con alguien en este punto y al que nos sabrá guiar cualquiera al
que preguntemos es la Fuente de Canaletes. No se trata de un monumento en
sí, pero los barceloneses la han convertido en una parte popular de la ciudad
y es prácticamente imposible encontrar a alguien que no la conozca.
Muy cerca, bajando la Rambla a la derecha, se llega al Mercat de la Boqueria. Es el mercado más grande de
España y en Barcelona, toda una institución en su género. No sólo destaca por
la cantidad de productos que ofrece, sino por su ambiente (una rara mezcla
entre lo popular y lo exótico), sus colores y sus olores. La Boqueria fue una
constante en las andanzas del detective Pepe Carvalho, ya que tanto el personaje
en la ficción como Vázquez Montalbán en la realidad, eran unos asiduos del
bar Pinocho. El establecimiento todavía se encuentra dentro del mercado y,
aparte de la fama que le han reportado los libros del escritor, su numerosa
clientela está más que justificada.
Las aventuras de Pepe
Carvalho se desarrollaban, entre otros lugares, en el barrio del Raval. Hasta el mismo Carvalho, al
que nada parecía sorprenderle, miraría el barrio con otros ojos al ver cómo
ha evolucionado en los últimos años. Es uno de los mejores ejemplos de la
mezcla étnica, racial y cultural de Barcelona, donde parece que tiene cabida
todo tipo de público. Se extiende a la derecha de la Rambla y la calle Pintor
Fortuny, en la que hace esquina el hotel Le Meridien, puede ser un buen punto
de partida.
Para seguir el itinerario hay que continuar por la Rambla, pero justo en su
margen izquierda. Después de pasar la calle Ferran unos arcos anuncian la
entrada de la Plaça Reial. Es el lugar perfecto para los que buscan la mezcla
de ambientes, ya que tanto por el día como por la noche, el público de la
plaza es de lo más heterogéneo. El bar Glaciar, uno de los muchos que se
encuentran bajo los típicos porches de la plaza, también apareció en las
entregas de Montalbán y también hoy es uno de los clásicos bares en los que
tomar la primera copa... o alargar la noche.
Desde aquí, en dirección a Via Laietana, es muy fácil entrar en el barrio de
la Ribera. Igual que el Raval, su transformación urbanística y cultural en
los últimos años ha sido muy llamativa. Entre los diferentes espacios que se
pueden visitar, el Espai Brossa es
uno de los más adecuados para los que busquen una de las carteleras teatrales
más alternativas de la ciudad.
La ruta acaba en el restaurante Casa Leopoldo, en la calle Sant Rafael,
número 23. Sin duda, es el lugar más representativo de las correrías de
Carvalho y son muchos los que se acercan al lugar tan sólo para verlo en
persona después de haberlo imaginado en las novelas de Montalbán. Al Casa
Leopoldo no le ha hecho falta el reconocimiento de guías gastronómicas (que
también lo tiene) para hacerse un hueco entre los mejores restaurantes de la
ciudad. Incluso, dicen que para asegurarse de que nos van a servir lo mejor
de lo mejor hay que mencionar una consigna: "Vengo de parte de Pepe
Carvalho y pueden ustedes ponerme lo que quieran". El acierto está
asegurado, así que lo mejor es probarlo.