Antiga tabuleta de agente dos CTT
* Rita Pimenta
CRÓNICA
“Correio” e “carteiro” confundem-se nas definições. Nos incêndios de Pedrógão, os carteiros foram fundamentais na procura de vítimas. Transformaram-se em “GPS” da protecção civil por conhecerem os caminhos, as casas e as pessoas. Mas os CTT têm é de se preocupar em "ter mais 45 milhões de euros nos resultados operacionais" a partir de 2020.
24 de Dezembro de 2017, 7:08 “correio” significava “pessoa que, antigamente, corria o território, para entregar mensagens, notícias, ordens e despachos”. O mesmo que “mensageiro” ou “estafeta”.
No plural, “correios”, traduz-se por “serviço público, no sector das comunicações, que se ocupa da recepção, transporte e distribuição de correspondência e encomendas postais, bem como da emissão e venda de selos e outros valores”.
O dicionário de onde se retirou a definição é de 2006, pelo que não poderia adivinhar a participação privada nos correios portugueses nem antecipar as recentes actividades bancárias (o Banco CTT começou a transaccionar em 2016). Menos ainda antever a notícia “CTT cortam 800 postos de trabalho e fecham balcões”.
Mais informação: “A partir de 2020, a empresa liderada por Francisco Lacerda quer ter mais 45 milhões de euros nos resultados operacionais.”
Dicionário: “Em 1520, começou a funcionar em Portugal o correio por terra, em 1881 o correio marítimo e em 1934 o correio aéreo.”
Visitando o presente, sabe-se que “correio electrónico” significa “sistema de transmissão de mensagens escritas de um computador para outro computador, via Internet ou através de outras redes de computadores, email”.
Entre passado e presente, há uma palavra maior, “carteiro”. Um “funcionário que tem a seu cargo a distribuição ao domicílio da correspondência”. Em qualquer geografia.
E foram fundamentais na procura de pessoas nos incêndios deste Verão. “Os carteiros têm sido o nosso GPS, pelo conhecimento profundo que têm daquela zona e de quem lá vive em cada habitação”, escreveu-se no PÚBLICO sobre Pedrógão Grande.
Existe o verbo “correar”, que significa “prender com correia”, “cingir”. Ao que parece, alguém quer “correar” os “correios”.
Por aqui, vamos continuar a prática de enviar cartas e postais em papel. Mais ainda no Natal. A greve pode atrasá-los, mas nunca chegarão tarde para o que queremos demonstrar e desejar. Boas Festas!
A rubrica Palavras, expressões e algumas irritações encontra-se publicada no P2, caderno de domingo do PÚBLICO
tp.ocilbup@atnemipr
https://www.publico.pt/2017/12/24/opiniao/cronica/palavras-expressoes-e-algumas-irritacoes-correio-1797101?
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