sábado, 17 de novembro de 2012
Diálogos poéticos:João Roiz & Saramago
Dois poemas que, embora separados por cinco séculos, têm um tema comum: A separação amorosa.
João Roiz de Castel-Branco foi um cavaleiro nobre português, fidalgo português, fidalgo da casa Real, cortesão, e poeta humanista. Nasceu presumivelmente em Castelo Branco em meados do Século XV e faleceu na mesma cidade depois de 1515. Celebrizou-se como poeta, encontrando-se algumas de suas composições integradas no Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende, publicado em 1516.
José Saramago dispensa apresentações.Não sei o ano do poema do Saramago, mas não admira que ele tenha prestado esta homenagem a João Roiz de Castelo Branco, um homem, como ele diz em Viagem a Portugal (1981), «que, pouco mais tendo feito que estes sublimes versos, há-de ser lembrado e repetido enquanto houver língua portuguesa». Uma justa homenagem!
João Roiz de Castel-Branco foi um cavaleiro nobre português, fidalgo português, fidalgo da casa Real, cortesão, e poeta humanista. Nasceu presumivelmente em Castelo Branco em meados do Século XV e faleceu na mesma cidade depois de 1515. Celebrizou-se como poeta, encontrando-se algumas de suas composições integradas no Cancioneiro Geral, de Garcia de Resende, publicado em 1516.
José Saramago dispensa apresentações.Não sei o ano do poema do Saramago, mas não admira que ele tenha prestado esta homenagem a João Roiz de Castelo Branco, um homem, como ele diz em Viagem a Portugal (1981), «que, pouco mais tendo feito que estes sublimes versos, há-de ser lembrado e repetido enquanto houver língua portuguesa». Uma justa homenagem!
Cantiga sua partindo-se
Senhora, partem tam tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
Tam tristes, tam saudosos,
tam doentes da partida,
tam cansados, tam chorosos
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
Partem tam tristes os tristes,
tam fora d'esperar bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
João Roiz de Castelo-Branco (Séc. XV)
Senhora, partem tam tristes
meus olhos por vós, meu bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
Tam tristes, tam saudosos,
tam doentes da partida,
tam cansados, tam chorosos
da morte mais desejosos
cem mil vezes que da vida.
Partem tam tristes os tristes,
tam fora d'esperar bem,
que nunca tam tristes vistes
outros nenhuns por ninguém.
João Roiz de Castelo-Branco (Séc. XV)
Lembrança de João Roiz de Castel´Branco
Não os meus olhos, senhora, mas os vossos,
Eles são que partem às terras que não sei,
Onde memória de mim nunca passou,
Onde é escondido meu nome de segredo.
Se de trevas se fazem as distâncias,
E com elas saudades e ausências,
Olhos cegos me fiquem, e não mais
Que esperar do regresso a luz que foi.
José Saramago (1922-2010)
http://alegriabreve47.blogspot.pt/2012/11/dialogos-poeticosjoao-roiz-saramago.html
CD-Cantos D'antiga Idade-1994
Gabriel Carlos - SENHORA PARTEM TÃO TRISTES - Fado de Coimbra
Adriano Correia de Oliveira - "Senhora,partem tão tristes" do disco "Fados de Coimbra II" (EP 1962)
AMÁLIA, canta João Roiz de Castelo Branco
Música: Alain Oulman
"Senhora Partem tão Tristes"
Letra de João Ruiz de Castelo-Branco e música de João Barros Madeira
Jorge Tuna e Jorge Godinho (guitarra)
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