Almeida Garrett, in 'Viagens na minha Terra'
Textos e Obras Daqui e Dali, mais ou menos conhecidos ------ Nada do que é humano me é estranho (Terêncio)
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
O valor da riqueza
Almeida Garrett, in 'Viagens na minha Terra'
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Enfim ... Haja paciência
domingo, 7 de setembro de 2008
25 de Abril - «olhares» - «entrevistas» - «verdades» (37)
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sábado, 6 de setembro de 2008
De Vozes Anoitecidas, de Mia Couto:
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Existe no nada essa ilusão de plenitude que faz parar a vida e anoitecer as vozes.
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Estas estórias desadormeceram em mim sempre a partir de qualquer coisa acontecida de verdade mas que me foi contada como se tivesse ocorrido na outra margem do mundo.
Na travessa dessa fronteira de sombra escutei vozes que vazaram o sol. Outras foram asas do meu voo de escrever. A umas e a outras dedico este desejo de contar e de inventar."
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Remetido por Madalena Mendes
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sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Planeta Terra - Racismo? Ainda e com que fundamento?
Thursday, June 14, 2007
Racismo, Ainda?
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*** (Brasil/Portugal)
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Ando percebendo no orkut, em plena era digital (nossa!) um monte de gente mulata, mameluca, cafuza... dizendo-se CAUCASIANA!
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Gente, que vontade de ser branco é essa? Estamos no Brasil. Já temos um histórico considerável de gerações e todo mundo sabe que houve uma mistura louca entre europeus, africanos e índios brasileiros. Aliás, hoje em dia qualquer pessoa sensata sabe que não existem "raças" e sim uma única raça, com subdivisões definidas por detalhes bem bobos, que mais influenciam o fenótipo que o genótipo.
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Eu acho muita falta de noção definir-se branco só porque é mais claro que a maioria. Sério. Em uma época em que precisamos tanto tolerar as diferenças e respeitar o próximo, atitudes como essa são meio... hipócritas.
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Basta olhar os traços das pessoas. Narizes com narinas largas, cabelos crespos ou ondulados, baixa estatura ou qualquer coisa assim mostra claramente que a grande maioria dos brasileiros é uma mistura de raças. Não importa se a pessoa tem olho azul, cabelo loiro, isso não prova nada. Dá para notar a diferença entre os "brancos" brasileiros e os brancos europeus.
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Com excessão de pouquíssimas comunidades bem fechadas nos interiores da região Sul, todo mundo aqui tem sangue de negro e de índio. Vamos aceitar o fato (e nos orgulhar disso). As pessoas dessas comunidades do sul são transparentes, claramente descedentes de uma única raça (pelo menos nas últimas gerações). Elas sim são "caucasianas" (e ainda assim, provavelmente- é isso que a ciência diz até agora- descendentes de africanos).
No orkut há uma opção de etnia chamada "multiétnico", pra quem não sabe.
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quinta-feira, 4 de setembro de 2008
José Régio - Circo
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Enviado para o colectivo por Ricardo Cardoso
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quarta-feira, 3 de setembro de 2008
José Gomes Ferreira - «Homens do futuro»
Daqui vos envio mais um poema que transcrevi (acho que o autor não se importaria). Foi publicado com outras versões, creio que esta corresponde à última revisão. (Guilhermina)
* José Gomes Ferreira
«Homens do futuro»
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ouvi, ouvi este poeta ignorado
que cá de longe fechado numa gaveta
no suor do século vinte
rodeado de chamas e de trovões,
vai atirar para o mundo
versos duros e sonâmbulos como eu.
Versos afiados como dentes de serra em mãos de injúria.
Versos agrestes como azorragues de nojo.
Versos rudes como machados de decepar.
Versos de lâmina contra a Paisagem do mundo
_ essa prostituta que parece andar às ordens dos ricos
para adormecer os poetas.
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Fora, fora do planeta,
tu, mulher lânguida
de braços verdes
e cantos de pássaros no coração!
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Fora, fora as árvores inúteis
_ ninfas paradas
para o cio dos faunos
escondidos no vento...
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Fora, fora o céu
com nuvens onde não há chuva
mas cores para quadros de exposição!
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Fora, fora os poentes
com sangue sem cadáveres
a iludir-nos de campos de batalha suspensos.
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Fora, fora com as rosas vermelhas,
flâmulas de revolta para enterros na primavera
dos revolucionários mortos na cama!
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Fora, fora as fontes
com água envenenada de solidão
para adormecer o desespero dos homens!
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Fora, fora as heras nos muros
a vestirem de luz verde as sombras dos nossos mortos sempre de pé!
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Fora, fora os rios
a esquecerem-nos as lágrimas dos pobres!
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Fora, fora as papoilas,
tão contentes de parecerem o rasto de sangue heróico dum fantasma ferido!
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Fora, fora tudo o que amoleça de afrodites
a teima das nossas garras
curvas de futuro!
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Fora! Fora! Fora! Fora!
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Deixem-nos o planeta descarnado e áspero
para vermos bem os esqueletos de tudo, até das nuvens.
Deixem-nos um planeta sem vales rumorosos de ecos húmidos
nem mulheres de flores nas planícies estendidas.
Um planeta feio de lágrimas e montes de sucata
com morcegos a trazerem nas asas a penumbra das tocas.
E estrelas que rompem do ferro fundente dos fornos!
E cavalos negros nas nuvrns de fumo das fábricas!
E flores de punhos cerrados das multidões em alma!
E barracões, e vielas, e vícios, e escravos
a suarem um simulacro de vida
entre bolor, fome, mãos de súplica e cadáveres,
montes de cadáveres, milhões de cadáveres, silêncios de cadáveres
e pedras!
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Deixem-nos um planeta sem árvores de estrelas
a nós os poetas que estrangulámos todos os pássaros
para ouvirmos mais alto o silêncio dos homens
_ terríveis, à espera,
na sombra do chão
sujo da nossa morte.»
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Enviado por Guilhermina
terça-feira, 2 de setembro de 2008
Osvaldo Navarro e Nicolás Guillén
Maria Silvestre deixou um novo comentário na sua mensagem "Nicolás Guillén - Há muito tempo ...":
Obrigada por esta recordação que um dia ouvi na voz do único Mário Viegas.
Também Osvaldo Navarro lhe dedicou este poema:
GUILLÉN
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De uma ponta a outra ponta,
abrindo a frente imensa
por entre o povo que pensa
passa Guillén que pergunta.
Passa a palavra junta
porque o povo a destapa.
Altiva como mulata
que entrança o cabelo duro,
como um barco prò futuro
navega Cuba em seu mapa.
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Wikipedia
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Obra poética
- Poemas de transición (1927-1931)
- Cerebro y corazón (1928)
- Motivos de son (1930)
- Sóngoro cosongo (1931)
- West Indies, Ltd. (1934)
- Cantos para soldados y sones para turistas (1937)
- España (1937)
- El son entero (1947)
- El soldado Miguel Paz y el sargento José Inés
- Elegías (1948-1958)
- La paloma de vuelo popular (1958)
- Tengo (1964)
- En algún sitio de la primavera (1966)
- El gran zoo (1967)
- La rueda dentada (1972)
- El diario que a diario (1972)
- Por el mar de las Antillas anda un barco de papel (1977)
- Sol de domingo
- Hay Que Tener Bolunta
Referencias
- Consuelo Hernández, Nicolás Guillén y su legado, MACLAS. Latin American Essays. Middle Atlantic Council of Latin American Studies. Volume XVII. Virginia Commonwealth University. 2004. pp. 50-63.
- Raquel Chang-Rodriguez, Voces de Hispanoamerica, 3rd Ed. Nicolas Guillen, Thomson Heinle. Boston, 2004. pp. 371-379.
Enlaces externos
- Nicolás Guillén en el Centro Virtual Cervantes
- Cervantes Virtual Página sobre Nicolás Guillén en Cervantes Virtual
- Che, Guía y Ejemplo: - Poesías musicalizadas de Nicolás Guillén dedicadas al Che Guevara
- Cuba literaria
- En algún sitio de la primavera
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segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Sempre bem-vinda, Maria Papoila II
Maria Silvestre deixou um novo comentário na sua mensagem "Mértola - na rota islâmica (2)":
OS VIAJANTES da noite murmuram o teu nome
E as areias do deserto derramam sobre quem te pisa
O perfume do almíscar.
E na formosura da invocação sabemos da beleza do invocado
Como pelo verdor das margens se pressente o rio.
IBN SARA
Da minha viagem a Santarém, quero mostrar-vos ainda o belo capitel, do século XII, de que falava em A Xantarim e a Ibn Bassam.A ideia foi-me suscitada pela contemporaneidade e semelhança temática do poema de Ibn al-Milh, de Silves, que aqui transcrevi no passado dia 3 de Dezembro, e o poema que pretendo transcrever hoje, de:bn Sara, de Santarém (séc. XII)
Entretece fios da chuva
ALVES, Adalberto
posted by António Baeta 00:27
Quarta-feira, Dezembro 03, 2003
Ibn Al-Milh, de Silves
- Ibn al-Milh (*)
O JARDIM brinca com a brisa
Que, dir-se-ia, ser sua emissária
No chamamento à festa da alvorada.
Está ébrio, preso de seus ternos ramos,
E quando os doces pássaros o cantam
Ele vai repetindo essa canção.
Não faltam flores, estratégicos espias
com seus olhos vigiando namorados.
E se destacam na folhagem verde
como luz brilhando sobre as trevas.
O meu coração é árabe
Assírio & Alvim, Lisboa 1987
(Nota do apostador)
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Arestas de Vento