quarta-feira, 29 de abril de 2009

A minha Guerra - Depoimentos sobre a Guerra Colonial Portuguesa

A Minha Guerra
d.r.

26 Abril 2009 - 00h00

A minha guerra

"Explosão matou 12 e feriu 18 camaradas"

Tragédia. Um erro de um alferes, ao fazer as operações de segurança da G3, provocou o maior drama da minha comissão, uma semana após a chegada.

"Andei atrás de Che Guevara em Angola"

Tarefa dolorosa. Eram os mecânicos como eu quem saia dos helicópteros para recolher os cadáveres dos nossos camaradas. Contei mais de 60.

"Morreram catorze homens do grupo"

Vinte e tal militares ficaram feridos Numa explosão. Eu fui projectado 35 metros contra rochedos. A nossa força ficou reduzida a 4 elementos.
Com um grupo de amigos do Batalhão de Engenharia

“Soube de imediato do início da guerra"

Considero-me afortunado em relação a outros ex-combatentes. Fui radiotelegrafista, estive nas unidades e só um camarada foi ferido com gravidade.

"Revoltosos abatidos um a um"

Contrariado, parti e logo no início da viagem montámos um plano, que não deu resultado, para desviar o barco para o Brasil. Um bufo denunciou-nos.

"Uma nativa foi morta por misericórdia"

Passei nove meses numa zona de guerra, onde o medo me assaltou algumas vezes. Mas também tive tempos bons, a cantar e à bateria a animar os camaradas

"Estive na guerra com o meu pai"

A minha família é uma daquelas que foi destroçada pela guerra. O meu pai, como médico, e eu, como enfermeiro, assistimos a episódios de terror nos (...)

"Mataram 30 nativos à catanada"

Passámos por muito sofrimento. É triste recordar, mas tínhamos dias em que não comíamos. Tudo era escasso, até a água faltava. Eu acabei por ser (...)

"Perdi 16 camaradas de uma só vez"

Tentei sobreviver e escapar à fome durante os três anos que estive em Moçambique. Animava os meus camaradas, com partidas, apesar dos momentos mais (...)

"Liderei um encontro com guerrilheiros"

Passei três meses em Santarém e seis em Sacavém. Tirei aqui a especialidade de mecânico auto, na Escola Prática de Serviço de Material. Em Abril, (...)

“Passados 50 anos é como se fosse hoje"

Fiz uma comissão de dois anos como 1.º cabo. As imagens dos mortos fazem parte da minha vida. Um dos meus camaradas morto em combate foi enterrado em (...)
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