quarta-feira, 30 de setembro de 2009

António Aleixo e Almeida Garrett

Que importa perder a vida
na luta contra a traição
se a razão mesmo vencida
não deixa de ser razão

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Vemos gente bem vestida,

no aspecto desassombrada;

são tudo ilusões da vida,

tudo é miséria dourada.

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Porque será que nós temos

na frente, aos montes, aos molhos,

tantas coisas que não vemos

nem mesmo perto dos olhos?

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(António Aleixo - Quadras)

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“Andai, ganha-pães, andai; reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai. No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana? Que há mais umas poucas dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar a miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?” (Almeida Garrett - Viagens na minha terra)

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