domingo, 8 de junho de 2008

Revoltas Camponesas na Europa ou Jacquerie

The Jacquerie in Froissart's chronicles
Enlarge
The Jacquerie in Froissart's chronicles

Jacquerie: Definition and Much More from Answers.com

The image “http://pagesperso-orange.fr/arhfilariane.org/communes/stf_pth/petite_histoire/images/jacques2.gif” cannot be displayed, because it contains errors.

The image “http://www.herodote.net/Images/Jacquerie.jpg” cannot be displayed, because it contains errors.

Jacquerie de Meaux (1357)

http://www.herodote.net/Images/Jacquerie2.jpg

Massacre des Jacques à Meaux (JPG)

Massacre des Jacques (paysans insurgés) à Meaux.
Gaston Phoebus délivre les duchesses de Normandie
et d’Orléans(Bibliothèque Nationale de France)

The image “http://hometown.aol.de/steinholzklotz/frankreich100.JPG” cannot be displayed, because it contains errors.

3.Karte zum Aufstandsgebiet

http://bse.sci-lib.com/a_pictures/08/01/286076436.jpg


Jacquerie

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.


A Jacquerie foi uma revolta camponesa que ocorreu no Norte de França entre 28 de Maio e 24 de Junho de 1358, durante a Guerra dos Cem Anos. A designação deriva de Jacques Bonhomme, expressão idiomática francesa, de conotação paternalista, que designava genericamente um camponês e que posteriormente foi usada pejorativamente, equivalendo a "joão-ninguém".


A revolta iniciou-se de forma espontânea, reflectindo a sensação de desespero em que viviam as camadas mais pobres da sociedade, depois da Peste Negra, numa altura em que a França se encontrava num vazio de poder e à mercê das companhias livres, bandos de mercenários renegados que vagueavam pelo país.


As elites acabaram por esmagar a revolta em menos de um mês, matando, no processo, cerca de 20.000 homens, o que viria a contribuir para o agravamento do problema demográfico do país.


A palavra "Jacquerie" passou a ser sinônimo de rebelião camponesa e, por séculos, a nobreza viveu sob o temor de uma repetição do episódio. Na memória popular, a "Jacquerie" é vista como uma série de massacres feitos pelos camponeses contra a nobreza. Na realidade, porém, os servos rebeldes estavam mais preocupados com a pilhagem, a comida e a bebida dos castelos do que com o assassinato de seus ocupantes. Frequentemente, se esquece que padres, artesãos e pequenos mercadores ocasionalmente se juntaram aos camponeses durante estas rebeliões.

Índice

Antecedentes



A situação política e social em França, nos meados do século XIV, era caótica. O país fora gravemente afectado pela epidemia de Peste Negra (1348), que custara a vida de aproximadamente um terço da população.


A doença atacou todas as classes sociais mas sobretudo dizimou os camponeses, comprometendo a produção agrícola, o que por sua vez causou fome e aumento de preços.


Em 1356, ainda na ressaca da epidemia, França perdeu a Batalha de Poitiers frente a Inglaterra de forma desastrosa. O condestável de França e seus dois marechais, bem como uma fatia importante da nobreza, perderam a vida no confronto, mas pior, o rei João II, o Bom, seu filho mais novo Filipe de Valois e muitos outros foram feitos prisioneiros e levados pelo Príncipe Negro.


Todos estes personagens importantes deviam pagar um resgate pela sua libertação. O resgate do rei era uma fortuna que arruinava o país. Para além do peso económico, a falta do soberano lançou o país num vazio de poder, entregue à luta entre Carlos, o Delfim, herdeiro de João II e a burguesia de influência crescente.


Para além de todos os problemas internos, o campo era assolado por bandos de mercenários, renegados e expropriados que pilhavam e devastavam aldeias e populações. A protecção dos camponeses contra os malfeitores era de responsabilidade do senhor nobre, que detinha as terras, mas nesta altura a nobreza estava igualmente despopulada, em razão da peste e das mortes em combate, e arruinada pelos impostos e resgates, sendo incapaz de prestar o auxílio necessário.


A revolta



Ressentidos contra a falta de proteção e desencantados com o estatuto do nobre depois das derrotas humilhantes de Crécy e Poitiers, os camponeses revoltaram-se contra a classe dominante.


A rebelião começou a 28 de Maio de 1358 na aldeia de Saint-Leu-sur-Oise, depois de uma reunião de camponeses. Os ânimos exaltaram-se, a indignação contra a classe nobre subiu de tom. Os homens reuniram as armas que podiam e invadiram a casa do senhor local, assassinaram a família e incendiaram a propriedade. A violência propagou-se às aldeias vizinhas e, dias depois, o motim era generalizado, envolvendo milhares de camponeses em fúria.


O cronista Jean Froissart registou mais de 150 propriedades destruídas em Coucy, Soissons, Amiens e Laon, sem que houvesse intervenção contrária aos camponeses. Em vez de reagir, os senhores locais fugiram para as cidades próximas com as famílias, abandonando casas e bens à pilhagem. O clero foi também afectado e alguns mosteiros e igrejas foram queimados.


Em meio à anarquia que caracterizava o movimento, surgiu Guillaume Cale, um homem da Picardia com carisma e capacidade de liderança suficiente para influenciar os seus pares. Cale organizou um conselho e procurou estabelecer uma hierarquia militar nas hordas de camponeses, organizando a logística e formando batalhões militares. Adoptou ainda o grito de guerra Montjoie et St. Denis!, o grito do rei, para realçar o facto de que os Jacques não estavam contra a casa real, mas sim contra os nobres. Cale conseguiu ainda o apoio de várias cidades para a causa e a simpatia de vários sectores da burguesia, sendo que alguns artesãos e comerciantes se juntaram à causa. Dentre os apoiantes da revolta estava Etienne Marcel, preboste dos mercadores de Paris e líder da oposição ao partido realista do Delfim Carlos.


Apesar do comando de Guillaume Cale e seus capitães, a massa de camponeses em revolta não estava unificada em torno de nenhum ideal comum, além do desagrado. É incerto se entre os líderes da revolta havia planos para uma mudança fundamental na organização política.


A 9 de Junho, uma horda de aproximadamente 9.000 camponeses dirigiu-se à cidade de Meaux, onde se encontrava a família real - o Delfim, sua mulher Joana de Bourbon e as filhas do casal, além de inúmeras senhoras nobres que haviam procurado protecção junto do regente. Os dois líderes da cidade juraram "defender a honra" das damas presentes (ou seja, impedir que fossem estupradas pelos camponeses) mas não conseguiram oferecer resistência à ocupação da cidade. A situação tornava-se mais desesperadora a cada dia e nem Cale tinha controlo sobre os seus homens.


É nesta altura que surgem o Captal de Buch e Gastão Febus, conde de Foix, dois cavaleiros regressados de uma campanha na Prússia. Nenhum dos dois homens devia lealdade à casa de Valois, mas a ideia de inúmeras damas em perigo de estupro foi suficiente para entusiasmar-lhes o espírito cavalheiresco e fazê-los rumar para Meaux com os seus exércitos.


Buch e Foix entraram na cidade com 120 homens e ocuparam a ponte que conduzia à cidadela. Os camponeses tentaram forçar a entrada, mas a ponte impedia que fizessem uso da sua enorme superioridade numérica. O resultado foi a morte de centenas de Jacques e um dia de glória para os cavaleiros defensores. O evento motivou ainda o início de uma resposta concertada da nobreza contra a Jacquerie. Em breve foi pedida ajuda militar aos condados vizinhos da Flandres e Hainaut e ao Ducado de Brabante.


Dentre os nobres que responderam à chamada para dominar a Jacquerie encontrava-se o Rei Carlos II de Navarra, um homem conflituoso e envolvido durante anos em confrontos diplomáticos com a coroa de França. A Carlos II interessava resolver a situação, não só porque isto lhe traria dividendos políticos, mas porque era conde de Évreux, um dos territórios atingidos.


A 10 de Junho, o exército de Carlos II aproximou-se dos Jacques. Cale, que comandava os camponeses, ordenou-lhes a retirada para Paris, mas não foi obedecido. Os dois exércitos encontraram-se em Clermont. Então, Cale ordenou formação para batalha, organizando as suas tropas em três batalhões e dispondo os arqueiros em posição defensiva. Surpreendido pela resistência organizada, Carlos II decidiu mudar de táctica e convidou Cale para negociações. O líder camponês aceitou, pensando que seria tratado com o respeito que o ideal cavalheiresco concedia a um inimigo. Mas, para Carlos II, Cale era apenas um camponês e como tal não lhe eram alicáveis os princípios de honra. Guillaume Cale foi preso e executado e seus homens perseguidos e massacrados.


Ao mesmo tempo, no Norte, os Jacques foram dominados pelo exército de Enguerrand VII de Coucy. A 24 de Junho, mais de 20,000 camponeses haviam sido mortos e a região estava devastada.


Consequências



Depois da peste, da fome e do banditismo que já assolavam a região, a repressão da Jacquerie foi um fator adicional de agravamento do o problema demográfico. Os campos férteis do Norte de França perderam ainda mais trabalharadores, o que resultou em mais fome e pobreza.


A classe camponesa não foi a única afectada: sem homens para trabalhar as suas terras, os próprios nobres acabariam por perder muito do seu rendimento. Em Paris, a liderança de Etienne Marcel ficou seriamente comprometida pelo seu apoio à revolta. O preboste acabou assassinado pouco tempo depois, o que consolidou a posição do Delfim como líder nacional.


Referências



  • COSTA, Ricardo da. " Revoltas camponesas na Idade Média. 1358: a violência da Jacquerie na visão de Jean Froissart", em CHEVITARESE, André (org.). O campesinato na História (ISBN 85-7316-272-4). Rio de Janeiro: Relume Dumará / FAPERJ, 2002, p. 97-115.
  • A Distant Mirror - The calamitous 14th century, por Barbara Tuchman (cap. VII)

Ver também



***********

The image “http://www.france-livres-occasions.com/media/The_Merimee_jacquerie_scenes_feodales.jpg” cannot be displayed, because it contains errors.



MERIMEE Prosper "La Jacquerie Scènes féodales". 45 euros.
Editions A l'enseigne du Pot Cassé, collection "Scripta Manent", Paris, 1927.
Livre broché, bon état. 343 pages, 14cm x 20,5cm, intérieur propre. Feuillets non rognés.

.

Un des 75 exemplaires sur papier de Hollande van Gelder.

.

Avec les illustrations de Pierre Noël.

.

" Il n'existe presque aucun renseignement historique sur la Jacquerie. - Dans Froissard, on ne trouve que peu de détails et beaucoup de partialité. - Une révolte de paysans semble inspirer un profond dégoût à cet historien, qui se complaît à célébrer les beaux coups de lance et les prouesses des nobles chevaliers.


Quant aux causes qui produisirent la Jacquerie, il n'est pas difficile de les deviner. Les excès de la féodalité durent amener d'autres excès. Il est à remarquer que, presque dans le même temps, de semblables insurrections éclatèrent en Flandre, en Angleterre et dans le nord de l'Allemagne;


En supposant qu'un moine fut le chef des révoltés, je ne crois pas avoir péché contre la vraisemblance historique. De fréquentes querelles divisaient alors le clergé et la noblesse. - L'insurrection d'Angleterre fut dirigée par un prêtre nommé John Ball.


J'ai tâché de donner une idée des moeurs atroces du quatorzième siècle, et je crois avoir plutôt adouci que rembruni les couleurs de mon tableau. "

.
.

Sem comentários: