segunda-feira, 2 de junho de 2008

Pobre ficou também o inspector-geral da ASAE

Pobre inspector-geral da ASAE
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* Jú.Terreiro.do.Paço
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Esta foi a semana da pobreza em Portugal, até Manuela Ferreira Leite, depois de estar no governo várias vezes, descobriu quase as 70 anos de idade que há pobreza em Portugal. Mas como andamos muito distraídos nem demos pelo fenómeno, foi necessário a EU ir buscar os dados estatísticos de há alguns anos à dispensa para produzir um relatório que deixou Soares à beira de uma crise de nervos. Afinal o país não é apenas o do oásis, das auto-estradas, dos planos tecnológicos e do tudo feito no dia, também é um país cheio de pobres.
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Enquanto o país se entretinha a digerir a sua pobreza, esta ganhou novas formas no debate político em torno das directas do PSD. Concluiu-se um mês em que os candidatos a candidato a primeiro-ministro mostraram que a pobreza pode ter muitas formas para além da social, exibiram uma confrangedora de ideias, até Pedro Passos Coelho que tinha começado a apresentar um projecto com novidades soçobrou à pobreza colectiva e dedicou uma semana à questão do IRS.
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Pobre, pobre ficou Pedro Santana Lopes que já os votos estavam quase contados e ainda esperava ficar com a liderança com os trocos que ainda não tinham dado entrada em caixa. Ainda há poucos dias andava por aí com a sua liderança parlamentar aberta, para agora ter sido derrotado pelo partido que julgava ser seu, arriscando-se a ter que andar por aí até ao termo da sua carreira política. Ainda por cima, com Manuela Ferreira Leite arrisca-se a nem sequer vir a ser candidato a uma autarquia, arriscando-se a ter que enfrentar o desemprego.
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Ainda mais pobres do que já estão vão ficar os pescadores que decidiram servir de carne para canhão da guerra aberta pelos armadores para conseguirem mais subsídios. Enquanto vão destruindo meia dúzias de caixas de sardinhas pertencentes a pequenos comerciantes, os camiões de peixe vindo de Espanha vão abastecendo o MARL e as grandes superfícies.
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Mais pobre ficaram também as petrolíferas que desceram o preços de combustíveis, deixando de ganhar um cêntimo por litro, generosidade nunca vista nos últimos doze meses, durante os quais houve sempre um aumento nas bolsas que justificou sucessivos aumentos de preços. Foi preciso o país chegar à beira de uma crise de nervos para que mostrassem a sua infinita generosidade.
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Mais pobre ficou também o inspector-geral da ASAE depois de o governo ter decidido atribuir ao ministério da Agricultura uma parte das competências que lhe permitiram transformar-se no homem mais poderoso e temido do país. O governo terá percebido que era um sinal de pobreza de espírito permitir a este senhor dominar a comunicação social com os seus disparates.
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in PortugalClub - dom 01-06-2008 23:29
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