* Joan Margarit
Ela
acompanhou-te durante muito tempo
todas
as tardes, para ir à escola e à natação.
Foi a tua confidente, a amiga
daquela
dolorosa adolescência
de lua de hospital e de azuis tardes
de
lenta juventude.
A
tua Mari,
as
suas últimas visitas, quando os olhos
te
pesavam para dentro com uma morte
que
apagou todo aquele brilho atrás dos vidros
embaciados do passado.
A
Mari, o teu sorriso, o seu sorriso,
o
cheiro a balneários de piscinas,
e
tu nadando, nadando até à morte.
Agora
a Mari sabe-o, despede-se
de
ti olhando as suas filhas. Sim, a Mari,
a
Mari grávida, que negou
fazer
os exames: não temia
ter
uma criança como tu.
http://www.publico.pt/culturaipsilon/noticia/o-passado-esperanos-amanha-1708705
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