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* José Pacheco Pereira
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14.11.15
11:02 (JPP)
DIÁRIO DE UM TEMPO DIFERENTE (19)
Muito me estranha, ou talvez não, que não tenha havido um jornalista que tivesse feito a pergunta "quem paga'" a nenhum membro da coligação, nem quando da cornucópia da abundância que correu no ano eleitoral, nem quando o PSD-CDS aceitaram todas aquelas medidas do PS no documento "facilitador", nem no programa de governo chumbado na Assembleia. A pergunta é só feita a um lado, o que é já beneficiar o outro.
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10:57 (JPP)
DIÁRIO DE UM TEMPO DIFERENTE (18)
No "risco", como para aí se diz, de "reversão" das medidas do governo da troika, há uma que é a mais importante do que todas as outras. Não pensem que a direita está muito preocupada com o défice ou a dívida, apesar da gritaria dúplice (umas vezes está-se a dar tudo e vem aí um novo resgate, outras vezes, veja-se Portas, não se está a dar o que eles dariam). A preocupação verdadeira é com a legislação laboral e o que lhe é anexo.
E não é, também não se enganem, com medo da CGTP. É com medo de que se modere o desequilíbrio social ocorrido nestes últimos anos da troika entre trabalhadores e patronato. A legislação laboral destina-se exactamente a criar factores de equilíbrio entre duas partes com um poder muito desigual. A alteração da legislação laboral nestes últimos anos, - e esta foi a grande traição da UGT e do silêncio do PS segurista, - acentuou esse desequilibro e abriu a porta ao desemprego, ao abaixamento acentuado de salários, logo ao aumento da pobreza mesmo de quem tem emprego, e à precariedade.
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13.11.15
18:07 (JPP)
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DIÁRIO DE UM TEMPO DIFERENTE (17)
Pedro Ferraz da Costa foi dizer ao Presidente, com imenso enfado, que vinha aí uma "perspectiva negra", a da "política estafada do consumo interno". É que, ainda por cima, os que consomem não são as pessoas certas, que sabem comprar nas lojas gourmet,frequentar os sítios selectos, vestir com as marcas devidas, sem ostentação, mas sóbrios como um lorde inglês. É de facto um aborrecimento ver feios, porcos e maus a terem mais uns euros para consumir...
12.11.15
19:34 (JPP)
DIÁRIO DE UM TEMPO DIFERENTE (16)
Se a TAP está a dias de não ter gasolina para os aviões e
dinheiro para pagar salários, o que não acredito porque já vi usar muitas vezes
por este governo argumentos ad terrorem deste tipo para
justificar fazer as enormidades que quer, só pode ser por duas razões: ou foi
pessimamente gerida nos últimos meses com o beneplácito governamental, ou foi
deliberadamente deixada cair no caos para justificar a estranha pressa
governamental para a privatizar.
Não é nada de novo, - foi o que foi feito com os Estaleiros
de Viana, para logo a seguir surgirem miraculosas encomendas de navios do
próprio estado agora feitas aos privados.
Ainda há muita gente do centro-esquerda e da esquerda que não
percebeu com quem se está a meter.
DIÁRIO DE UM TEMPO DIFERENTE (15)
Para quem tinha dúvidas sobre a fusão profunda entre os
interesses económicos com o governo PSD-CDS, ocorrida nestes últimos anos,
muito para além das coreografias e cortejos atrás de Sócrates, veja-se o
comportamento político das confederações patronais sem ambiguidades, sem
hesitações, sem consideração pela democracia, mostrando-nos o seu enorme amor
pelo governo Passos-Portas, e dizendo-nos que só eles podem governar e só a
eles é permitido governar. O processo de radicalização à direita passa por aqui.
12:29 (JPP)
DIÁRIO DE UM TEMPO DIFERENTE (14)
Sobre os números catastrofistas que a comunicação social
repete sobre o impacto das medidas dos acordos PS-PCP-BE, não seria bom saber
qual a credibilidade de quem está a injectar estes números ou o seu interesse
próprio nessas contas, ou seja, não seria exigido que nos dessem as fontes? É
que alguns são tão evidentemente martelados que não é desculpável que se
publiquem sem se saber como se chegou lá e quem fez essas contas.
Hoje esses números estão no centro do confronto político, não
seria de ter toda a prudência?
(Um exemplo: acabei de ouvir uma descrição do cataclismo
financeiro para o estado se a privatização da TAP for travada, mesmo na
hipótese de não haver assinatura final, que, ou vem dos putativos compradores
ou do anterior governo, ambos interessados nessa visão das coisas. Repito: não
seria de verificar a veracidade contratual desses prejuízos, antes de funcionar
como porta-voz de uma das partes? É que, pelos vistos, do modo como as
coisas estão, deixou de se verificar nada nos órgãos de comunicação social.)
DIÁRIO DE UM TEMPO DIFERENTE (13)
Será que aqueles que preferem estragar ainda mais Portugal,
entregando-o, meses e meses, a um governo de gestão que não pode governar nada,
apenas por raiva de poder haver outro, percebem a dimensão do conflito
institucional que vão criar? É que se esquecem deste pequeno problema que é o
facto do Parlamento não estar em gestão e poder, com certos limites,
"governar"? E que a seguir vão ter que pedir ao Presidente para
exercer uma espécie de veto contínuo a tudo que venha da Assembleia?
http://abrupto.blogspot.pt/
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