29 de julho de 2016
O Palhaço
Ele passou a base no rosto
Lápis nas sobrancelhas
Olhou para o espelho
E sorriu
Ele pintou as laterais do olho de branco
Fez-se grande círculo na face
Olhou para a boca
E sorriu
Depois, com a tinta vermelha
Fez bolas coloridas nas maçãs do rosto
Com a mesma tinta alargou a pintura da boca
E sorriu
Sorrindo e olhando pra si mesmo no espelho
Coloriu a frente da testa com pequenas estrelas
Alargou a boca mais ainda com uma tinta branca
Fez piscadelas nos olhos e sorriu
Em seguida, pintou as pálpebras de azul,
Circulou-as de verde e desenhou umas bolinhas brilhantes
Delineou a boca com uma tinta preta
E sorriu divertidamente
Levantou, pegou sua peruca colorida
Pulou loucamente até ela se descaracolar
Jogou purpurina para ela brilhar
E riu, riu, riu sem pensar
Ele vestiu suas roupas coloridas
Virou-se de costas para o espelho
Ajeitou os fofinhos pompons do macacão
Dobrou-se magicamente para colocar os sapatos
Virou-se e gargalhou
O espelho ficou pequeno para o sorriso
Então, pulou três vezes e estendeu a mão
Mais longe possível e falou
Pirlimpimpim
Pirlimpimpim
O palhaço só ria, ria, ria
Ele estava pronto
Entrou no picadeiro dando cambalhotas
Uma, duas, três e quatro
Ninguém sorriu
Então, pulou, escandalosamente desajeitado,
Direcionou a varinha mágica cheia de purpurina
Para as crianças e sorriu timidamente
Elas sorriram
De repente, um pó dourado sobrevoou
A plateia soltando estrelas mágicas
A confusão estava formada e a criançada só gargalhava.
https://neidebrasileiro.wordpress.com/2016/07/29/poesia-o-palhaco/
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