sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

A literatura de cordel de Antônio Queiroz de França a serviço da revolução



O poeta cordelista cearense Antônio Queiroz de França é um trabalhador das palavras a serviço da Revolução. Atualmente, preside a SOPOEMA (Sociedade dos Poetas e Escritores de Maracanaú), e é autor de várias obras em defesa dos ideais socialistas com clássicos como: “As Aventuras do Guerrilheiro Che Guevara”, “Luiz Carlos Prestes – O Cavaleiro da Esperança” e “O Martírio de Frei Tito”.

O poeta popular Antonio Queiroz de França nasceu em Jaguaretama, na região do Vale do Jaguaribe (CE), e atualmente mora em Maracanaú, na região metropolitana de Fortaleza, desde 1972. Atualmente preside a SOPOEMA (Sociedade dos Poetas e Escritores de Maracanaú) e tem vários trabalhos reconhecidos pelo público. Tem formação autodidata e sempre se dedicou a denunciar as mazelas do capitalismo e a lutar pela transformação social, utilizando como arma o cordel. Suas obras se caracterizam por grande embasamento histórico e postura rebelde: Quem tem dinheiro se esconde/Com medo de quem não tem/Está chegando o momento/Que não é bom pra ninguém... /Só há uma solução: /É a distribuição/Da riqueza que se tem.  Tudo isso credencia Antonio Queiroz de França como grande poeta que coloca sua arte a serviço do povo.
Assim, ele produziu grandes títulos, tais como “As Aventuras do Guerrilheiro Che Guevara”, “Luiz Carlos Prestes - O Cavaleiro da Esperança”, “A História da Heroína Olga Benário”, “O Martírio de Frei Tito”, “Antonio Conselheiro e a Guerra de Canudos” (em parceria com Rouxinol do Rinaré), “Homem, o lobo do homem” (uma breve história da filosofia em versos), “20 anos da partida de Luiz Gonzaga, o rei do baião” (em parceria com Evaristo Geraldo), “A Igreja do Diabo e o Neoinfernismo”; além disso, realizou grandes adaptações para a literatura de cordel, “O Manifesto Comunista em Cordel” (do livro de Marx e Engels para a literatura popular) e “Os três anciãos” (adaptação do conto de Leon Tolstói).
Em “O Manifesto Comunista em Cordel”, o autor transcreve para a poesia esse clássico: Karl Marx conclama a todos/Para entrarem em ação/Unindo os trabalhadores/Sem distinção de nação/Para o fantasma passar/À materialização. Ao falar da crise do capital, coloca como contradição que condiciona sua própria superação: A crise capitalista/Assola o planeta inteiro/Quanto mais concentra renda/Menos gente tem dinheiro/Isto é, o feitiço volta/Contra o próprio feiticeiro. E avisa aos leitores: O Manifesto Comunista/Está ainda atual/Pois a causa da miséria/É aquele antigo mal,/São riquezas concentradas/Em forma de capital, sinalizando que ser comunista é combater as misérias enquanto houver o sistema de exploração do homem pelo homem.
Sobre Ernesto Che Guevara, Antonio Queiroz de França conta sua vida e seus feitos: Ser revolucionário/É ter senso de amor/A tarefa que abraça/Sem segregar credo ou cor/Pois a causa é mundial/ (Jamais foi nacional) /Por um mundo sem horror.  O poeta versifica através da brasilidade do cordel o pensamento do comandante da integração latino-americana.
Em “Luiz Carlos Prestes - O Cavaleiro da Esperança”, o autor conta de maneira empolgante a história do herói comunista para as novas gerações de lutadores: Caros admiradores/Da história verdadeira/Leiam com muita atenção/Esta que é bem brasileira/Dedicada à juventude/Que cuidará da saúde/Da humanidade inteira. O Cavaleiro da Esperança que desbravou os sertões há quase 90 anos tem neste cordel um genuíno resgate.
Quando perguntado sobre o que lhe influenciou, Antonio Queiroz de França diz que sempre se sentiu incomodado, desde o padre que exercia sobre ele um poder violento e absoluto. Somente depois, já na adolescência, é que foi possível compreender que aquele poder exercido com tanta violência tinha como único objetivo o de “proteger a propriedade privada e nos obrigar a aceitar a injustiça social”. Com humildade militante, como de costume, faz questão de dizer que a razão de sua obra poética é de contribuir para a grande causa da humanidade: “Uso a Literatura de Cordel como veículo de informação para desmistificar a causa da miséria”, comenta.

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