domingo, 21 de julho de 2024

Jorge Sarabando - Nascença, vida e queda da 5ª Divisão do EMGFA


Nascença, vida e queda da 5ª Divisão do EMGFA – Estado-Maior General das Forças Armadas, por Jorge Sarabando - Lisboa, Voz do Operário, 18 de Julho de 2024


A 5ª Divisão foi criada em Junho de 1974, manteve uma intensa actividade até 27 de Agosto de 1975, data em que as suas instalações foram assaltadas por uma força do COPCON, e subsistiu, com sérias limitações, até à sua extinção formal na sequência do Golpe de 25 de Novembro.

Inicialmente, num período marcado por forte hostilidade do General Spínola ao MFA, foram nela colocados os 7 oficiais que constituíam a sua Comissão Coordenadora, sendo o mais graduado o então Coronel de Engenharia Vasco Gonçalves, nomeado Chefe da Divisão. Com a sua designação para Primeiro-ministro do 2º Governo Provisório, em Julho de 74, foi substituído pelo outro oficial mais graduado, o então Tenente-coronel Franco Charais, mais tarde nomeado para comandar a Região Militar Centro. Outros membros da Comissão Coordenadora nomeados para pastas ministeriais sairiam também, como foi o caso dos majores Melo Antunes e Vítor Alves, e do capitão Costa Martins. Entre os oficiais entretanto colocados, contava-se o Coronel João Varela Gomes, que logo se distinguiu pela iniciativa e dinamismo, e viria a chefiar o Centro de Sociologia Militar.

As missões atribuídas situavam-se, como era norma, no âmbito das Relações Públicas e Acção Psicológica. Em Outubro de 74, seria nomeado Chefe da 5ª Divisão o Coronel Robin de Andrade, e em Junho de 75, foi nomeado o 1º Tenente médico naval Ramiro Correia, para o efeito graduado em Capitão de Mar e Guerra.

Apesar das limitações de meios materiais e de atrasos na colocação do pessoal necessário, foi possível, a partir de Setembro de 74, definir um novo quadro organizativo, passando as actividades principais a repartir-se por quatro áreas:

- CODICE – Comissão Dinamizadora Central;

- CEIP – Centro de Esclarecimento e Informação Pública;

- Centro de Sociologia Militar;

- Centro de Relações Públicas.

A actividade da 5ª Divisão teve dois momentos altos, com reconhecimento geral e institucional, no enfrentamento enérgico, audacioso, decisivo, dos golpes contra-revolucionários de 28 de Setembro de 74 e de 11 de Março de 75. A 5ª Divisão foi essencial na prontidão de resposta, na mobilização popular e sequente derrota dos golpistas. Recorde-se que Spínola pretendia a demissão do Primeiro-ministro Vasco Gonçalves, na decorrência da manifestação da chamada “maioria silenciosa”, prosseguir os seus projectos neo-coloniais, antecipar, numa pulsão caudilhista, a eleição presidencial, em que seria o candidato natural, e adiar a eleição da Assembleia Constituinte, firme compromisso do MFA. A partir da Espanha franquista, para onde fugiu, Spínola, com a sua corte militar, viria a criar o MDLP que, juntamente com o ELP, rede Maria da Fonte, e outros grupos reais ou fictícios, formaram a rede terrorista da extrema-direita, responsável pela onda de violência que abalou o País durante o processo revolucionário.

A fronteira que separava o grupo spinolista do MFA era então clara e bem visível. Para se avaliar a intensidade do confronto, recorde-se que Spínola, ainda Presidente, encomendou a Alpoim Calvão, nas palavras deste, a eliminação física de Melo Antunes e Vasco Gonçalves, acusados de traição. Mas a seguir mandou suspender a operação e ordenou a neutralização de Costa Gomes, que acusava de ser o maior “traidor” e quem “manejava a Comissão Coordenadora”. A crer em Alpoim Calvão, que viria a ser mais tarde o chefe operacional do MDLP, terá tentado mas não conseguiu cumprir a missão.

Em Junho de 75, o poder político-militar parecia estável e coeso, fora criado o Conselho da Revolução e assinado o 1ºPacto MFA- Partidos. Mas surgiam as primeiras tensões entre os maiores partidos políticos e revelavam-se, ainda incipientes, traços de fractura entre os principais responsáveis do MFA. A Assembleia Constituinte tomou posse a 2 de Junho, e o peso político das forças representadas permitia explorar uma linha de conflitualidade entre, como então se designavam, a dinâmica revolucionária e a dinâmica eleitoral. O Prof. Freitas do Amaral chegou a afirmar, na ocasião, haver uma maioria democrática na Assembleia, somando ele os votos do PS, do PPD e do CDS. Mas, na elaboração da Constituição, a maioria que funcionou não foi essa, foi outra. A Constituição viria a ser aprovada com os votos do PS, PPD, PCP, MDP, UDP e o deputado de Macau, e os votos contra do CDS.

O processo revolucionário vivia então um dos momentos mais férteis e criativos, sempre com uma enorme participação popular. Assegurado o controlo público da Banca, que permitiu estancar a fuga de capitais, e dos sectores estratégicos, desenvolvia-se a economia, foram salvas, pelo Governo e os trabalhadores, centenas de empresas ameaçadas de encerramento, avançavam a Reforma Agrária e novas leis no mundo rural, aumentou a produção e foi criado emprego, valorizava-se o trabalho e os trabalhadores, tomavam-se medidas concretas e positivas no âmbito da Educação, da Saúde, da Habitação, da Segurança Social, no acesso à cultura, na independência da Justiça, prosseguia a descolonização nas terríveis condições herdadas do fascismo. Foram acolhidos e integrados, em pouco mais de um ano, mais de meio milhão de portugueses vindos de África. Nem por isso os índices de desemprego aumentaram. O ano de 1975 terminou com uma taxa de desemprego de 4%.

Os Governos provisórios produziam legislação com forte impacto social, tendo muitas leis recebido consagração constitucional, como foi o caso do Salário Mínimo Nacional. A democracia em construção não era apenas política, ao Estado eram cometidas funções sociais. Era o caminho apontado pelas forças que combateram a Ditadura, presentes no Congresso de Aveiro, em 73, e coerente com o Programa do MFA. A conquista da liberdade era inseparável de profundas transformações sociais, da melhoria das condições de vida, da valorização do trabalho e da defesa da paz. O rumo do socialismo era claramente assumido pelas instituições militares e pelos principais partidos e movimentos políticos. Apesar de todas as regressões, por estranho que pareça, subsiste ainda hoje no Preâmbulo da Constituição em vigor.

A aliança Povo-MFA era bem o motor da Revolução e significava a expressão política duma vasta frente social anti-monopolista. Para o grande capital desapossado dos seus privilégios e as suas conexões externas impunha-se, por isso, quebrar tal aliança, dividir o movimento popular e dividir o Movimento das Forças Armadas e foi essa a direcção tomada. Todos os meios foram empregues e recursos financeiros mobilizados com tal finalidade. Bastará ler os diálogos entre o Secretário de Estado Kissinger e o Embaixador Carlucci, hoje disponíveis, apesar das rasuras omissórias, em que a situação do nosso País era acompanhada dia a dia, as mensagens trocadas com responsáveis políticos portugueses, para comprovar como os entendimentos funcionaram. Ficaram claros dois objectivos do Governo de Washington, dos aliados europeus da NATO e da ditadura de Franco: demitir o Primeiro-ministro Vasco Gonçalves e afastar os comunistas da esfera do poder.

Com eficácia, pois o MFA cindiu-se em três correntes, simplificando: a esquerda militar, ou “gonçalvistas”, o grupo do COPCON, ou “otelistas”, e o grupo dos Nove, ou “moderados”. Não eram componentes homogéneas nem funcionavam em compartimentos estanques. As três correntes publicaram os seus manifestos, desenhava-se um confronto. O apelo ao lançamento de pontes entre sectores democráticos vinha, com certa carga de dramatismo, do lado do PCP. Mas enquanto a comunicação entre os grupos dos Nove e do COPCON parecia funcionar, as tentativas de diálogo entre a esquerda militar e os Nove foram, na prática, curtocircuitadas.

A partir de Julho, as manifestações multitudinárias de sinal contrário sucediam-se. De um lado, afirmando a defesa da Revolução, o PCP, o MES, a FSP, o MDP e outros partidos de esquerda e as organizações mais representativas dos trabalhadores, do outro lado, em contraponto, o PS, acobertando toda a direita até à mais extrema, reclamava a demissão do Primeiro-ministro Vasco Gonçalves e prevenia sobre a iminência da imposição de uma “ditadura comunista”. Os partidos maoístas, como a AOC, o MRPP e outros, sempre ao lado do PS, falavam do PCP e de uma ditadura “social-fascista”.

Em pano de fundo, entre Julho e Setembro de 74, a onda de assaltos e incêndios, pela rede terrorista, a sedes sindicais e centros de trabalho de partidos de esquerda causava destruições e mortes. Em articulação com caciques locais e párocos ultramontanos, a participação de pides e legionários, de ex-colonos inconformados, de um certo lúmpen que sempre desponta nestas ocasiões, o grupo Maria de Fonte e suas conexões no terreno simulavam um levantamento popular. Não era, mas fazia por parecer, tal a sua pujança, e era o que interessava no momento.

Atente-se que a rede bombista esteve operacional entre Maio de 75 e Abril de 77, tendo alguns dos principais autores morais e materiais dos atentados sido presos em Agosto de 76 pela Directoria do Porto da Polícia Judiciária. Apesar dos esforços da PJ, poucos foram os presos e menos os condenados.

Estava encontrado o alvo para onde convergiam os ataques caluniosos, por vezes infamantes, do PS de Soares e seus aliados. A popularidade de Vasco Gonçalves era inegável entre os trabalhadores, chegava longe nas camadas intermédias, e era esse para a direita o maior perigo. Do seu discurso transparecia coerência, determinação, honestidade, patriotismo. Era vital, por isso, afastá-lo quanto antes de qualquer responsabilidade de governo.

Por outro lado, em comícios, discursos, em panfletos assinados ou anónimos, agitava-se em tom alarmista a iminência duma ditadura comunista. Pouco interessava a falta de verosimilhança, a ausência de quaisquer indícios de tal cometimento. O “olhe que não, olhe que não” de Cunhal no debate televisivo com Soares, ficou célebre. O que interessava era fazer e repetir a acusação, incessantemente, levantar a suspeição, para obter um efeito.

Ao mesmo tempo, começavam as alusões a uma suposta “comuna de Lisboa”, efabulação muito útil para os urdidores do golpe de 25 de Novembro.

Antes de prosseguir, uma observação:

Uma das constantes no discurso da direita civil e militar era o imperativo de restaurar a ordem e a disciplina nas Forças Armadas. Referiam a presença de militares fardados em manifestações, a erupção dos SUV, ou diversos actos da 5ªDivisão, para citar alguns exemplos. Mas indisciplina foi também a decisão dos Comandantes de algumas Unidades da Região Militar Norte de recusar o Comando do Brigadeiro Corvacho e se terem ido colocar sob as ordens do Comandante da Região Militar Centro; indisciplina foi o modo como o Documento dos Nove foi posto a circular e colocado a sufrágio directo dos militares em serviço nas Unidades da Região Militar Norte; indisciplina foi a recusa dos oficiais designados para cumprir as ordens que teriam evitado o assalto à Embaixada de Espanha. Parece que, no discurso hegemónico que a direita impôs, nuns casos a indisciplina era ilegítima, noutros casos era legítima.

Ao tomar posição em defesa de Vasco Gonçalves, Primeiro-ministro e, a partir de 25 de Julho, membro do Directório, criado pela Assembleia do MFA, a 5ª Divisão ligou o seu futuro ao resultado da luta em curso no campo militar. Mais que as queixas avulsas sobre as Campanhas de Dinamização, ou as declarações de apoio ao Documento-Guia da Aliança Povo-MFA, ou ao “Poder Popular”, ou ao documento intitulado “Auto-crítica do COPCON”, ou a crítica ao discurso de Soares no comício da Fonte Luminosa, que geraram hostilidade e polémica, o que concitou as iras da direita, de seus aliados de ocasião, ditos “moderados” e de Otelo e seus próximos, foi a campanha de apoio a Vasco Gonçalves, largamente difundida e com grande impacto público, de que foram expressão o conhecido cartaz de João Abel Manta e a canção “Força, força, Companheiro Vasco, nós seremos a muralha de aço”.

Uma primeira tentativa para calar a 5ª Divisão surgiu, mas não passou, na Assembleia do Exército, a 24 de Julho.

Mas a 25 de Agosto o CR decidiu suspender as actividades da 5ªDivisão. Foi de imediato impedida uma reunião no Centro de Sociologia Militar, presidida pelo Chefe da Divisão, Capitão de Mar e Guerra Ramiro Correia, e ordenada, apenas 12 horas depois, uma operação militar pelo Comandante do COPCON, Otelo Saraiva de Carvalho, de ocupação das instalações, executada pelo Regimento de Comandos. Esperava-se, naturalmente, o cumprimento da ordem mas não como foi feito, com brutalidade e destruição de precioso património.

Depois do golpe de mão, foi nomeado para reestruturar a 5ª Divisão o Coronel Abreu Riscado, tendo como assessores o Tenente-coronel Ramalho Eanes e os Majores Pimentel e Loureiro dos Santos. A CODICE manteve-se em funções até à sua extinção, em 26 de Novembro. Uma última campanha ficou ainda a operar no Distrito de Viseu até Maio de 76.O mesmo Coronel Riscado ficou a chefiar a Comissão Liquidatária.

Assim chegou ao fim a 5ª Divisão. Não fosse a publicação do “Livro Branco” e da obra do Comandante Manuel Begonha “5ª Divisão – revolução e cultura”, e de outros raros testemunhos, apagada ficaria a memória da sua rica, diversificada e meritória actividade, a não ser nas palavras de quem mais a hostilizou. Não que não tenha cometido erros e excessos, mas nada justifica que tenha sido encerrada de forma agressiva e traiçoeira, mandada queimar vasta e preciosa documentação, como se tivesse voltado o tempo dos autos de fé.

O período de mais intensa actividade foi de Setembro de 74 até Agosto de 75. Oito Campanhas de Dinamização Cultural, cobrindo quase todo o País, com mais de 10 mil iniciativas, como assinalou o Coronel Aranda da Silva, 25 edições do Boletim do MFA, intervenção permanente nos meios de comunicação social, rádio, televisão, imprensa escrita. De salientar a dinamização cultural no âmbito do apoio artístico, nas artes plásticas e gráficas, teatro e fantoches, música, dança, canto, cinema, circo, apoio literário. Memorável a criação do Movimento Democrático dos Artistas Plásticos, e a produção de cartazes e pinturas murais, como a pintura colectiva, por 48 artistas, de um painel, logo em 10 de Junho de 74. Um lema ficou, do pintor Vespeira: “Revolução aberta, arte liberta”.


Há um texto notável do Chefe da Divisão, Comandante Ramiro Correia, que ajuda a compreender o espírito da missão:

“A tragédia do nosso tempo não é a de todos os tempos. Logo é preciso nomear o tempo. E é o corpo que nomeia o tempo. É o povo que nomeia o tempo. Portugal.1975.Revolução.

A arte não deve estar ao serviço da Revolução.

A arte é, em si própria, Revolução.

E se a arte é, em si própria, Revolução, que lugar existe para dirigismos em Arte?

Onde está o escritor, o escultor, o pintor, o cineasta, que se viu, neste País, impedido de trabalhar a sua obra devido a monolitismos culturais do MFA ou dos organismos governamentais?

Os revolucionários têm medo da Arte?

Mas não é o fenómeno artístico uma contínua procura, uma incessante transformação do mundo?

Não contribui a Arte, essencialmente, para uma nova ordem de valores na sociedade?

Nós, os militares, ao longo do tempo trágico da guerra colonial, encontrámos, nos nossos músicos, escritores, pintores, actores, operários e camponeses, a força e a esperança de uma Pátria de suor e de justiça.

Esse tempo é passado.

É preciso nomear o tempo.

Estamos em Portugal. Em 1975.

Empenhados numa Revolução que pretende construir uma sociedade livre, socialista.

Ultrapassaremos as dificuldades. Corrigiremos os nossos erros. Participaremos na nomeação do tempo. Seremos o corpo da Revolução.

A Revolução viverá!”

As Campanhas de Dinamização transcenderam em muito o âmbito cultural. Ouçamos o Comandante Manuel Begonha, um dos militares que ficaram depois de Agosto até Novembro de 75, e nesse período tentaram ainda prosseguir a sua actividade:

Recuperando espaços sem utilidade…”criaram-se creches, parques infantis, demonstrando-se que são inúmeros os caminhos que se abrem à força de vontade colectiva. Deste facto são exemplo acções como as das comissões de moradores, comissões de aldeia, de bairro, autarquias locais, associações recreativas, dinamizando a abertura de estradas, caminhos, o saneamento básico, o lançamento de pontes, a electrificação rural, a criação de carreiras de camionetas, a abertura de escolas, o levantamento de centros culturais, postos de assistência médica e vacinação, criando centros regionais de emprego e colaborando com os vários organismos estatais”.

Podemos hoje dizer, 50 anos depois, que foram estes os tempos heróicos da Revolução, que o discurso hegemónico da direita e seus aliados de ocasião procurou apagar ou desvalorizar. O tempo do Serviço Cívico Estudantil, do Serviço Médico à Periferia, do SAAL e do CRUARB na habitação, o tempo em que os direitos cívicos e sociais foram conquistados pela luta e inscritos na Constituição, naquele escasso tempo, dois anos apenas, entre Abril de 74 e Abril de 76, em que o povo foi sujeito da História.

Podemos dizer, a terminar, que certamente num tempo disruptivo houve erros e incompreensões, num tempo de necessária e natural radicalidade houve radicalismos nocivos, mas o que é essencial sublinhar é que nunca as Forças Armadas estiveram tão próximas do povo a que pertenciam. Nos meios urbanos ou nos lugares mais distantes, o corpo militar não vinha para ordenar mas para dialogar, não vinha para reprimir mas para ajudar, não vinha armado de violência mas com palavras de paz. Construía-se a democracia, cumpria-se a Revolução.

Jorge Sarabando

Bibliografia principal:

“Varela Gomes”, de António Louçã, Parsifal, Lx 2016

“Revolução e Contra-Revolução em Portugal (1974-1975)”, de Armando Cerqueira, Parsifal, Lx 2015

“O Novembro que Abril não merecia”, de António Avelãs Nunes, ACR, Lx 2022

“5ª Divisão MFA – revolução e cultura”, de Manuel Begonha, Colibri, Lx 2015

“Crónicas de um insubmisso”, de Duran Clemente, Modocromia, 2024

“Vasco Gonçalves – um General na Revolução”, de Manuela Cruzeiro, Notícias, Lx 2002

“Costa Gomes – o último Marechal”, de Manuela Cruzeiro, Notícias, Lx 1998

“A verdade e a mentira na Revolução de Abril”, de Álvaro Cunhal, Avante, Lx 1999

“Alpoim Calvão honra e dever”, de vários, Caminhos Romanos, Porto 2012

“Dossier terrorismo”, Avante, Lx 1977

“A resistência”, de José Gomes Mota, Expresso, Lx 1976

https://www.facebook.com/rui.vazpinto.1


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