terça-feira, 11 de setembro de 2007

Guerra Colonial - Protagonistas


Mapa de Propaganda ao Império Colonial Português
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Centro de Documentação 25 de Abril © 1996
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Quando Salazar, depois de dominar a tentativa de golpe de estado do general Botelho Moniz, pronunciou as palavras “Para Angola e em força”, estava, mais uma vez, a traçar o destino de Portugal e das suas colónias. Com estas palavras e as acções que se lhes seguiram, Salazar fechava as portas, desde o início, a qualquer solução negociada para a questão colonial.
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Impressionados pela exibição das fotografias dos terríveis massacres de Angola, verdadeiras mas de uma só face, os Portugueses responderam, de forma geral, com generosidade ao apelo do ditador, sem poderem formular livre juízo de valor sobre o seu empenhamento. A guerra acabou, aliás, por conduzir a maior dureza dos sistemas repressivos do regime, impedindo qualquer discussão ou abordagem do problema que se tornou o nó górdio da própria ditadura.
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Quando Salazar saiu da cena política, em 1968, deixou ao sucessor um regime desacreditado, com mais de 100 000 homens em armas em três frentes de combates e mais de um terço dos gastos do Estado afectos às despesas militares.
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Amílcar Cabral (1924-1973)
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Amílcar Cabral ocupou um dos mais importantes lugares entre todos os dirigentes nacionalistas das colónias portuguesas. A ele se deve o essencial das doutrinas, das estratégias, da organização de esforços e do estabelecimento de objectivos na luta contra o regime colonial português. Os seus princípios procuraram ser claros tanto quanto à Guiné, como aos povos dos outros territórios portugueses, tendo orientado o seu pensamento e acção por duas ideias fundamentais: a luta nacionalista fazia-se contra o regime português e não contra o povo português, também ele vitíma da ditadura; e a luta contra o regime português era a luta comum dos nacionalistas de todas as colónias portuguesas. A sua morte não afectou a caminhada da Guiné-Bissau para a proclamação da independência, mas viria a pôr em causa aquele que terá sido o seu mais acarinhado sonho – juntar as suas duas pátrias, Guiné e Cabo Verde.
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Spínola (1910-1996)
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Oficial oriundo da arma de cavalaria, começou a construir a imagem de chefe militar que vai onde os seus homens vão desde que, como tenente-coronel, se ofereceu para comandar um batalhão em Angola. Nomeado em 1968 por Salazar para governador e comandante-chefe da Guiné, no primeiro estudo da situação, apresentado por Marcelo Caetano, afirmava ter a guerra a finalidade de "resistir para permanecer"; ligava entre si a sorte de cada território, de modo a evitar as tentações do regime se libertar da ovelha negra que era a Guiné; e caracterizava o PAIGC como o movimento de libertação mais consequente de quantos se opunham ao colonialismo português, classificado por Amílcar Cabral como líder merecedor do maior respeito. A sua acção na Guiné cobre toda a panóplia de manobras politícas e militares, subordinando sempre esta àquelas e tendo por finalidade a conquista das populações. Promove coversações ao mais alto nìvel com Leopoldo Senghor; tentando chegar a Amílcar Cabral, procura cindir o PAIGC, num episódio de que resulta a morte de três majores da sua confiança; lança uma operação contra Conacri para derrubar Sekou Touré, mas realiza também congressos do povo, liberta presos políticos, cria uma força africana. Nunca um governador de provincía ultramarina, e muito menos um general, ousara ir tão longe.
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Em 1973, quando Marcelo Caetano proíbe a continuação dos contactos com o "inimigo", Spínola compreende que deixou de ter lugar no regime e prepara a publicação de Portugal e o Futuro, bomba-relógio que iniciará a sua destruição.
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Agostinho Neto (1922-1979)
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Este médico angolano (Agostinho Neto) formado em Lisboa, fez parte, com Amílcar Cabral e Mário Andrade, entre outros, da geração de estudantes africanos que, tendo ganho consciência nacionalista, viria a desempenhar papel decisivo na independência dos seus países. Preso pela PIDE e deportado para o Tarrafal, foi-lhe fixada residência em Portugal, de onde fugiu para o exílio, assumindo a direcção do MPLA, do qual já era o presidente honorário desde 1962.
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O que caracteriza a acção política deste homem culto, intelectualmente respeitado e poeta de reconhecido mérito, é a dificuldade em afirmar a autoridade no interior do seu movimento e de se impor externamente. A sua hiostória e a história do seu MPLA são uma sucessão de rupturas e dissenções internas: com Viriato da Cruz, com Mário de Andrade, e com os elementos da Revolta Activa, que impedem a congregação à sua volta do apoio inequívoco dos nacionalistas internacionais, de modo a transformar o MPLA em pólo unificador da luta anticolonial, atraindo outros movimetos e formações, como aconteceu, na Guiné, com o PAIGC de Amílcar Cabral, e com a Frelimo da Samora Machel, em Moçambique.
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Costa Gomes (1914- 2001)
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Costa Gomes, oficial do Exército, oriundo da arma de cavalaria, foi o general que maiores efectivos e durante mais tempo comandou tropas em operações durante a guerra.
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A sua figura apagada e pouco carismática escondia um estrategista que conduzia as tropas no terreno com o rigor de jogador de xadrez, preparando antecipadamente as jogadas, e prevendo todas as eventualidades. A sua acção como comandante-chefe em Angola é o culminar de uma carreira que o faz estar presente nos grandes momentos da hisória portuguesa da segunda metade do séc. XX. Costa Gomes é dos oficiais da "geração NATO" que, desde os anos 50, vai introduzir profundas mudanças no aparelho militar português. Foi subsecretário de Estado do Exército do Governo de Salazar, esteve envolvido na tentativa de golpe de Botelho Moniz, foi o segundo-comandante militar em Moçambique e responsável pela montagem do sistema logístico naquele teatro de operações, tão exigente nessa área, e comandante-chefe em Angola, onde, do ponto de vista estritamente militar, esteve prestes a vençer a guerra.
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Para a condução das operações utilizou, com grande mestria, as informações, apoiando-se na DGS, desenvolveu a logística, dotou as suas tropas de grande mobilidade, usando cavalos e helicópetros, e criou forças adaptadas ao ambiente, como os Flechas e os Leais. Costa Gomes coordenou, sem alardes, a acção militar em Angola, descentralizando competências, como fez com a criação das zonas militares, especialmnete a do Leste, e quando saiu de Luanda para ocupar o cargo de chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas o seu drama era saber que, apesar de a situação estar aparentemente estabilizada em Angola, a história não parava.
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Samora Machel (1933-1986)
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Samora Machel era uma força da natureza que libertava energia e tinha um carisma que contagiava e fazia agir.
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Antigo enfermeiro, nascido no Sul de Moçambique, pertence ao primeiro grupo de nacionalistas moçambicanos que rompe com o marasmo da discussão política e decide passar à luta armada. Estará sempre ligado às tarefas da organização militar, porque entende que é através de acções bélicas que tudo o resto virá. E o tudo era não só a independência política formal de Moçambique, mas o estabelecimento de novo poder e de nova sociedade.
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Samora foi, no campo da ideologia, o líder de concepções mais revolucionárias, as quais motivaram cisões e conflitos internos com várias personalidades e grupos com diferentes visões dos caminhos para alcançar a independência, das quais resultaram, entre outros, o afastamento de Uria Simango e de Lázaro Kavandame, que se entregou às autoridades portuguesas. Samora soube reunir à sua volta um grupo coeso, unificador e eficaz para conduzir a manobra político-militar. Ao decidir transferir o esforço da Frelimo do Norte de Moçambique para Tete, centrando a guerra à volta do empreendimento de Cahora Bassa, mesmo à custa de maiores riscos, provocados pela proximidade da África do Sul e da Rodésia, e de menores apoios, pela distância às suas bases na Tanzânia, revela uma leitura da situação que os dirigentes políticos portugueses não tiveram ao decidir a construção da barragem. Samora Machel soube aproveitar da melhor forma a opurtunidade, que lhe foi oferecida de bandeja, de escolher o lugar e o momento da batalha decisiva, e por isso ganhou a guerra.
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Kaúlza de Arriaga (1915- 2004)
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No início dos anos 50, jovem capitão de engenharia em Tancos, cria uma unidade de sapadores de assalto e apaixona-se pela aviaçâo, que se instalava na Base Aérea 3. A atracção pelas unidades especiais e pela aeronáutica vai marcar a sua vida. Como major, é nomeado subsecretário de Estado daquele novo ramo das Forças Armadas e, neste cargo, aproveita as hesitações do Exército para criar os pára-quedistas. De major a general não mais abandonará os corredores do poder e da teorização de problemas de estratégia.
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Sem qualquer experiência anterior de comando em operações ao ser nomeado por Marcelo Caetano para comandante militar em Moçambique, Kaúlza de Arriaga leva consigo uma estratégia definida, idêntica à que dera maus resultados no Vietname: atacar o que se julgava ser o coração do inimigo, o planalto dos Macondes - operação Nó Górdio; cortar-lhe as linhas de reabestecimento, objectivo da operação Fronteira, e isolá-lo da população, desenvolvendo a política de aldeamentos estratégicos; e aproveitar a albufeira de Cahora Bassa para impedir a progressão da Frelimo, para sul.
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Quando, em Julho de 1973, Marcelo Caetano lhe dá por finda a comissão substituindo-o por "outra pessoa que possa rever os conceitos e táticas", deixa como herança uma guerra que aumentara de intensidade no Norte, após a operação Nó Górdio, e alastrara de Tete em direcção ao sul e à Beira, com acções da Frelimo já a 400 quilómetros de Cahora Bassa, um conjunto de escandâlos provocados por massacres contra populações civis, as relações com a Igreja Católica deterioradas ao seu mais baixo nível e, por último, como prova do seu fracasso, o eng. Jardim, com quem Kaúlza dividiu o poder militar sem nunca entender o verdadeiro papel representado por esse homem de acção, procurando outras soluções em Lusaca.
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Marcelo Caetano (1906-1980)
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A subida de Marcelo Caetano ao poder, em Portugal, em 1983, gerou em todo o mundo, em especial nos círculos ligados a África, enorme expectativa. Para a maioria dos intervenientes no processo colonial, era a última oportunidade de dar ao problema solução razoável. Houve, por isso, da parte das Nações Unidas, dos movimentos de libertação e da oposição portuguesa uma pausa, apesar de tudo, carregada de cepticismo, até se perceber o que significavam as "reformas necessárias" que Marcelo Caetano prometia no seu discurso.
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Pouco tempo durou a expectativa. Sem capacidade para romper o círculo vicioso que herdara, Marcelo Caetano depressa reafirmou a política colonial anterior, optando pela continuidade da guerra e assumindo a responsabilidade histórica de encaminhar o seu regime para um beco sem saída.
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Holden Roberto (1924- 2007)
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Dirigente nacionalista angolano, com um percurso atribulado no seio dos movimentos anticoloniais. Iniciou a sua actividade em 1954, com a fundação da União dos Povos do Norte de Angola (UPNA), uma organização de povos bacongos, mais tarde designada UPA para lhe retirar o carácter tribal. Em 1960, assinou um acordo com o MPLA, que rompe passado seis meses, decidindo assumir por si só a liderança da luta contra o colonialismo português. A sua grande acção teve início no dia 15 de Março, no Norte de Angola, com o assalto às fazendas do café e a morte indiscriminada de colonos brancos e trabalhadores negros bailundos. A brutalidade e a ausência de finalidade desta acção, em que os objectivos políticos e militares nunca foram esclarecidos, mancharam toda a subsequente luta anticolonial e forneceram ao regime português as imagens de horror e barbárie que lhe permitiram apelar à mobilização para a guerra. Em 1962, criou a Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), da qual se tornou presidente. Esta organização constituiu o Governo Revolucionário de Angola no Exílio (GRAE), onde Jonas Savimbi surge como ministro dos Negócios Estrangeiros.
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Holden Roberto manteve sempre uma estreita ligação com Mobutu, presidente do Zaire, país em que se instalaram as bases do movimento. Embora tenha recebido armas dos países de Leste, a sua ligação privilegiada foi sempre com os EUA, que lhe pagam uma avença anual e fornecem conselho técnico, inclusive com a presença de agentes nas suas bases.
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Mário de Andrade (1928-1990)
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Dirigente nacionalista angolano, foi um dos primeiros e mais destacados líderes do MPLA, juntamente com Viriato da Cruz. Pertencia a uma família de angolanos nacionalistas, sendo o seu pai fundador, em 1928, da Liga Nacional Africana. Em 1948, juntamente com o seu irmão Joaquim, iniciou estudos de Filologia Clássica na Universidade de Lisboa. Aqui, os irmão Pinto de Andrade relacionaram-se com estudantes das colónias, participando, com Agostinho Neto e outros, na criação do Centro de Estudos Africanos. Perseguido pela PIDE, refugiou-se em Paris, formando-se em Sociologia pela Sorbonne. Mário de Andrade vai distinguir-se por sempre ter lutado pela unidade entre todos os movimentos de libertação contra o colonialismo português, sendo muito próximo de Amílcar Cabral, Marcelino dos Santos e Aquino de Bragança, com os quais fundou o MAC, Movimento AntiColonial. Afastar-se-ia progressivamente do MPLA, tendo trabalhado no final da sua vida em Moçambique e na Guiné-Bissau.
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Jonas Savimbi (1934-2002)
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Político angolano, fundador da UNITA. Frequentou o sétimo ano do liceu em Lisboa, de onde saiu em 1961 apoiado por uma organização protestante americana, que dirigia jovens estudantes para o escritório da UPA em Paris.
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Foi funcionário da UPA, tendo sido representante de Holden Roberto na Europa no início dos acontecimentos desencadeados por aquele movimento no Norte de Angola, em Março de 1961, e secretário-geral e ministro dos Negócios Estrangeiros aquando da fundação da FNLA e da constituição do GRAE.
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Desde o início da sua actividade política, Savimbi manteve contactos privilegiados com organizações políticas e religiosas conotadas com a CIA americana e promoveu repetidamente tendências fraccionastes de raiz étnica.
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Em 1964, demitiu-se de ministro do GRAE e de secretário-geral da FNLA e publicou um documento intitulado Amangola, propondo a luta armada como solução contra o colonialismo português. Aproximou-se do MPLA enquanto esteve em Brazzaville, de onde se deslocou para Lusaca, capital da Zâmbia, estabelecendo relações com as embaixadas da República Popular da China e dos EUA. .
Depois de uma visita aos Estados Unidos, em Janeiro de 1966, um pequeno grupo armado atacou a povoação de Teixeira de Sousa, em 6 de Fevereiro, naquela que é a primeira acção reivindicada pela UNITA, que contava com quadros militares formados na China e políticos ligados aos EUA, com Jeremias Chitunda. Desde 1969 são referenciados contactos seus com as autoridades coloniais portuguesas, nomeadamente com a DGS, os quais vieram a culminar na Operação Madeira.
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Esta acção traduziu-se num protocolo de colaboração de Savimbi com as forças portuguesas, em que este se comprometeu combater o MPLA no Leste de Angola, em troca do apoio dos militares à acção da UNITA junto das populações controladas por este movimento.
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Nino Vieira (1939- )
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João Bernardo Vieira, conhecido por Nino ou Nino Vieira, é o exemplo mais marcante do guerrilheiro que se transformou em lenda viva.
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Nasceu em Bissau, em 1939, e pertenceu ao primeiro grupo de militantes do PAIGC que frequentou a Academia Militar de Pequim, na China, logo em 1960. No regresso à Guiné dedicou-se à organização militar da guerrilha no Sul do território. Em 1964, durante a grande Operação Tridente, em que as forças portuguesas reocuparam a ilha de Como, numa acção que durou 60 dias, Nino era já, com apenas 25 anos, o comandante militar da zona sul, que abrangia a região de Catió até à fronteira com a Guiné-Conacri.
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Será quase sempre no Sul que Nino actuará, transformando esta zona, que abrangia o Cantanhez e o Quitafine, num dos mais duros, senão o mais duro, de todos os teatros de operações em que as forças portuguesas estiveram empenhadas e do qual ainda restam nomes míticos de Guileje, que ele veio a ocupar em 1973, Gadamael, Gandembel, Cacine, Catió, Cufar, Cadique, Bedanda e tantos outros. .
Além da indesmentível coragem, Nino teve também pelo seu lado a sorte que faz os heróis sobreviverem, e foi essa sorte que lhe permitiu escapar por várias vezes a emboscadas montadas pelas forças portuguesas, sendo o caso mais conhecido o da Operação Jove, em que foi feito prisioneiro o capitão cubano Pedro Peralta. .
Embora se tenha dedicado principalmente à actividade militar, como comandante de unidades de guerrilheiros, Nino Vieira ocupou os mais altos cargos na estrutura do PAIGC, sendo membro eleito do bureau político do seu Comité Central desde 1964, vice-presidente do Conselho de Guerra presidido por Amílcar Cabral em 1965, acumulando com o comando da Frente Sul, e ainda comandante militar de operações, a nível nacional, a partir de 1970. Em 1973, foi eleito deputado e, posteriormente, presidente da Assembleia Nacional Popular, que proclamou a República da Guiné-Bissau, em 24 de Setembro de 1973.
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Aristides Pereira (1923- )
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Político cabo-verdiano foi, juntamente com Amílcar Cabral, um dos fundadores do PAIGC, integrando a comissão política do Comité Central desde 1956, onde exerceu o cargo de secretário-geral adjunto. Depois do assassínio de Amílcar Cabral, em Conacri, acção em que ele próprio foi preso pelos criminosos e embarcado numa lancha que se dirigia para a Guiné-Bissau, assumiu as funções de secretário-geral.
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Foi o primeiro Presidente da República da Guiné, gerindo conflitos de interesses entre cabo-verdeanos e guineenses, até à ruptura que ocorreu e separou a Guiné de Cabo Verde.
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Eduardo Mondlane (1920-1969)
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Dirigente nacionalista moçambicano, foi o primeiro presidente da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e, antes de mais, o líder unificador dos vários movimentos e organizações que deram origem àquela frente. Homem do Sul, culto, professor universitário nos EUA, casado com uma cidadã americana e funcionário das Nações Unidas, Mondlane dedicará o melhor dos seus esforços a manter unidas as tendências dos grupos e a promover, pela educação, a preparação de quadros paro o futuro Moçambique independente, dentro de uma linha anglo-saxónica de acesso à independência das colónias, que passava pela formação de uma esclarecida consciência nacional anti-racista e antitribal.
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Foi morto pelo rebentamento de um livro armadilhado, em 3 de Fevereiro de 1969, em Dar-es-Salam, numa acção a que têm sido associados a PIDE/DGS e o antigo dirigente maconde Lázaro Kavandame, que se entregara às autoridades portuguesas.




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Colaboração do CD25A e do IHTI coordenada por Natércia Coimbra e Joaquim Ramos de Carvalho
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1 comentário:

De Amor e de Terra disse...

Realmente, sempre venho aprender;
já estava tudo tão esquecido, que este texto fez ressurgir (e nalguns casos sugir)os nomes e as figuras deixadas lá atrás.

Bj

Maria Mamede