domingo, 28 de novembro de 2010

Arte e Poesia em Modus Vivendi

Elisabetta Sirani

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retrato de Beatrice Cenci, também atribuído ao pintor Guido Reni
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Aves sem pouso

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Percorro
o território do teu corpo
e um ninho, um pouso busca a boca cega
salivando saliências e reentrâncias
que dás e negas, tão cheia de graça,
e és tão cheia de ninhos, só que pairas
em páramos que esboças pelo teto
quando descerro as portas que me trancam
o coração, e o coração já voa
também por outros páramos, por onde
como soltos no espaço nós soltamos
essas aves que em vão buscam um pouso.
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Affonso Félix de Sousa
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27 de novembro de 2010

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Jan Victors

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espreitando a vida lá fora
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Acalanto

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Vai amado.
Busca por onde quiseres,
com quem quiseres,
como quiseres,
o prazer.
Até mesmo,
aquele prazer que um dia alguém apelidou de amor.
E,
se por acaso te cansares
e,
do compromisso que um dia nos uniu te lembrares,
se desejares,
volta.
Serei a que conforta.
Não saberás da dor,
da saudade,
das lágrimas sentidas que tua ausência causou.
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Ada Ciocci
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26 de novembro de 2010

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Frank Zappa

(para ti, por estes fabulosos 2191 dias e noites, e outros que hão-de vir)
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I have been in you, baby
And you
Have been in me
And we
Have be
So intimately
Entwined
And it sure was fine
I have been in you, baby
And you
Have been in me
And so you see
We
Have be so together
I thought that we would never
Return from forever
Return from forever
Return from forever . . .
You
Have been in me
And understandably
I have been in 'n'outayou
An' everywhere
You want me to
Yes, you know it's true
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Frank Zappa
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25 de novembro de 2010

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Antonio da Correggio

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um belo olhar do renascimento italiano, pintado no século XVI
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Depois...

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Para onde irão depois as coisas que aprendi?
Por exemplo: aquele cálculo de pi.
Que será feito daqueles restos de saudade,
destes medos antigos sempre novos?
Em que voltas desaparecerão os sonhos
que enfeitaram de flores o quintal antigo?
Por que caminhos irão andar aqueles ágeis pés?
Sobretudo, como se esvaziará de som a velha voz
e onde afundará o último verde daquela flama esguia?
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Abgar Renault
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24 de novembro de 2010

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Albert Edelfelt

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outro perfil oitocentista
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Amanhã é Longe Demais

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Fragmentos
sensíveis
Andam pelo tempo
Marcando o ritmo
Do voo das aves invisíveis
Doces melancolias
Desfazem-se pelos mistérios dos olhares
A beleza navega pelos sete mares
Diluída no brilho dos sonhos
Sombras de movimentos ancestrais
Dançam a beleza da luz imaculada
Por entre os astros do silêncio
Libertando transparências sentimentais.
Na baía das lendas
Abraçando a leveza dos espíritos
Gotas cristalinas de fontes eternas
Escorrem suavemente sonhadoras
Libertam o agora
Das profundezas do sonho da vida
E a sombra misteriosamente adormecida
Diz-nos que chegou a hora.
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Jorge Viegas
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