Monday, November 15, 2010
de passagem - A TEMPESTADE (1940)
do «Pórtico»
Nesse tempo, em contraste com o silêncio que nos cercava, ia, no Mundo, grande inquietação, fragor de aspirações a realizar, lutas por uma existência melhor, mais consoante o direito de cada qual a viver. As bestas de Apocalipse não tinham ainda largado, de novo, das suas estrebarias de antanho, o que iria acontecer em breve; mas uma outra ansiedade, rútila esperança que deve ter existido no coração dos deserdados desde que, sobre a terra, medrou a primeira injustiça, envolvia todo o Planeta. Os jornais do Cairo, lidos de manhã, não falavam de outra coisa.
Ferreira de Castro, A Tempestade, 10.ª edição, Lisboa, Guimarães & C.ª, 1980.
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