segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Filipe Chinita - 'urbano.augusto.os poemas do urbano.'

 


urbano.
no teu dia, Urbano, as palavras do amigo que até à morte te acompanhou.
.
urbano
para além desse teu estar sempre
do lado dos humilhados e ofendidos.explorados de todo o mundo
para além dessa tua enorme sensibilidade
para o belo e o feminino
para além dessa tua escrita como quem respira
para além dessa tua tão doce maneira de ser
que te faz o mais terno
e o mais humano
dos homens
o que haverá em ti urbano
que te distingue de todos os demais
humanos.e comunistas
.
humildemente
eu penso ser
essa tua quase total capacidade
para.de te saberes colocar
no lugar do
outro
.
respeitando sempre as diferenças que de ti o distinguem
.
respeitando-o enquanto indivíduo humano
.
e dando-lhe o seu justo valor
.
mesmo quando deles
frontalmente
discordas
.
uma pessoa em que a amizade
um dia solidamente estabelecida
sobreleva sempre uma
qualquer dissensão
política
.
essa tua capacidade.desejo de sempre o outro
com toda a frontalidade.paciência.e ternura
esperares um dia acolher
no nosso
seio
.
porque nós, urbano
o que no fundo, queremos
é tão só caminhar com todos
os demais humanos
irmanados de
livre vontade
a nosso
lado
.
fj
19 de Maio de 2013
.
[...]
urbano.
e foram rubras.quentes.em sangue
e muitas lágrimas
aquelas palmas.
tinham a cor da inteira bandeira
que sobre ti - como pedido -
levavas
.
"muitas lágrimas. eu chorei sim. muito.
eu quis muito estar lá.
num cantinho só
para mim.
ninguém me visse
mas a minha homenagem eu lhe queria ali fazer.
e recordava como, bem doente,
mais de 700 km fiz
para homenagear
pela vez última
o josé.
pela vez última
não.
está cá bem dentro, contigo que és meu amigo, com o urbano também,
com tantos outros, bem dentro de mim,
o leio, o recordo… quem está connosco,
dentro de nós, não morre nunca
– filipe
..."
09agosto2013
poemas - filipe chinita em 'urbano.augusto.os poemas do urbano.'

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