domingo, 8 de janeiro de 2023

António Jorge - De onde vem a deificação do mal…



* António Jorge

De onde vem a deificação do mal…

- Os bons e os maus

- O homem e a mulher

- A criação do preconceito étnico

- Como se cria a diabolização na política

- Os ucranianos… os bons e os russos os maus…

Estamos formatados para aceitar tudo isto e muito mais!

- E o novo Patriarca da minha familia… “Ferreira Jorge”, que passou para mim, por falecimento de todos os meus irmãos!

Na história dos mitos e tradições do passado, todos os povos foram e são… influenciados, nomeadamente pelos dogmas e valores das religiões e do obscurantismo a que estão associados obviamente, o peso maior em cada civilização… do poder religioso sob o poder político e do atraso cultural e das crendices no povo.

- Segundo a história, a língua de Cristo, foi o aramaico, e a Bíblia que chegou ao Ocidente, foi traduzida do aramaico para o grego.

Ora… grego é o pai da civilização ocidental e pai do Latim… da qual falamos uma das suas línguas o português.

Falamos o Latim, porque fomos colonizados pelos romanos.

- Tal como em alguns países do Mundo, se fala o português, porque colonizamos na América Latina, em África e até em partes da Ásia… nomeadamente na India.

Da Grécia antiga, veio-nos também a influência cultural… chamada de ocidental, até mesmo a procura da criação de sociedades Democráticas… tentada no passado e no presente… mas não conseguida ainda.

O desenvolvimento e o modo de produção na Europa, fizeram o resto do poder nascido do desenvolvimento e dos vários modos de produção em cada época e contexto, estabelecendo as regras e valores e alienações das sociedades em que vivemos desde há séculos, em função do nível de desenvolvimento de cada país e povos e das suas contradições internas e externas, até chegar-mos ao Mundo moderno actual.

No passado, e em Portugal, o poder era constituído, pelo clero, nobreza e o povo. No topo da sociedade encontrava-se o monarca, o rei ou a rainha.

Quer dizer que o poder político teve sempre uma grande influência no poder religioso e junto do povo, como processo dirigido de assimilação cultural e da formação do nacionalismo e do patriotismo.

- As descobertas marítimas, foram feitas em nome da fé, e do alargamento do império.

Patriarca, originalmente, era uma pessoa que exercia uma autoridade autocrática no papel de pater familias sobre uma família estendida. O sistema de governo de famílias pelo homem mais velho é denominado patriarcado.

“A palavra é derivada do grego e significa "chefe" ou "pai de família", uma composição de pátria ("família") e "governar").

E para demonstrar que tudo isto está relacionado com a Bíblia - Abraão, Isaac e Jacobe, são geralmente chamados de patriarcas do povo de Israel e do período no qual eles viveram, que é chamado de Época Patriarcal. A palavra "patriarca" original adquiriu o seu significado religioso na Septuaginta, (1) na versão grega da Bíblia.

“É difícil rastrear os passos que possibilitaram a liquidação do matriarcado e o triunfo do patriarcado, há 10 mil, 12 mil anos. Mas foram deixados rastos dessa luta de gêneros. A forma como foi relido o pecado de Adão e Eva nos revela o trabalho de desmonte do matriarcado pelo patriarcado. Essa releitura foi apresentada por duas conhecidas teólogas feministas, Riane Eisler e Françoise Gange.

Segundo elas, se realizou um processo de culpabilização das mulheres no esforço de consolidar o domínio patriarcal. Os ritos e símbolos sagrados do matriarcado são diabolizados e retroprojetados às origens na forma de um relato primordial, com a intenção de apagar totalmente os traços do relato feminino anterior.

O atual relato do pecado das origens, acontecido no paraíso terreno, coloca em xeque quatro símbolos fundamentais da religião das grandes deusas-mães.

O primeiro símbolo a ser atacado foi a própria mulher (Gn 3,16), que na cultura matriarcal representava o sexo sagrado, gerador de vida. Como tal, ela simbolizava a Grande Mãe, a Suprema Divindade.

Em segundo lugar, desconstruiu-se o símbolo da serpente, considerado o atributo principal da Deusa Mãe. Ela representava a sabedoria divina que se renovava sempre, como a pele da serpente.

Em terceiro lugar, desfigurou-se a árvore da vida, sempre tida como um dos símbolos principais da vida. Ligando o céu com a terra, a árvore continuamente renova a vida, como fruto melhor da divindade e do universo. Gênesis 3,6 diz explicitamente que “a árvore era boa para se comer, uma alegria para os olhos e desejável para se agir com sabedoria”.

Em quarto lugar, destruiu-se a relação homem-mulher que originariamente constituía o coração da experiência do sagrado. A sexualidade era sagrada, pois possibilitava o acesso ao êxtase e ao saber místico.

Ora, o que fez o atual relato do pecado das origens? Inverteu totalmente o sentido profundo e verdadeiro desses símbolos. Dessacralizou-os, diabolizou-os e os transformou de bênção em maldição.

A mulher será eternamente maldita, feita um ser inferior. O texto bíblico diz explicitamente que “o homem a dominará” (Gen 3,16). O poder da mulher de dar a vida foi transformado numa maldição: “multiplicarei o sofrimento da gravidez” (Gn 3,16). A inversão foi total e de grande perversidade.

A serpente é maldita (Gn 3,14) e feita símbolo do demônio tentador. O símbolo principal da mulher foi transformado em seu inimigo fidagal: “porei inimizade entre ti e a mulher... tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3,15).

A árvore da vida e da sabedoria vem sob o signo do interdito (Gn 3,3,). Antes, na cultura matriarcal, comer da árvore da vida era se imbuir de sabedoria. Agora, comer dela significa um perigo mortal (Gn 3,3), anunciado por Deus mesmo. O cristianismo posterior substituirá a árvore da vida pelo lenho morto da cruz, símbolo do sofrimento redentor de Cristo.

O amor sagrado entre o homem e a mulher vem distorcido: “entre dores darás à luz os filhos; a paixão arrastar-te-á para o marido e ele te dominará” (Gn 3,16). A partir de então se tornou impossível uma leitura positiva da sexualidade, do corpo e da feminilidade.

Aqui se operou uma desconstrução total do relato anterior, feminino e sacral. Apresentou-se outro relato das origens, que vai determinar todas as significações posteriores. Todos somos, bem ou mal, reféns do relato adâmico, antifeminista e culpabilizador.”

- Leonardo Boff

Família, história, cultura social, religiões e tradições

- E de onde vem a exploração e o poder do género… o do homem!

O Patriarcado na familia, na cultura e nos valores das sociedades… do passado e do presente!

- Com o falecimento da minha última irmã, há alguns dias atrás, e que era a última matriarca da nossa familia, antes, já todos os filhos dos meus pais… meus irmãos, tinham falecido, passo eu a ser o último Patriarca da familia “Ferreira Jorge” por ter sido o último filho deste casal e estar ainda em vida.

- Com o meu desaparecimento um dia, esta familia acaba-se, em termos da sua relação com os progenitores, António Jorge, meu pai, e Maria Branca, a minha mãe.

Continuando nos descendentes dos filhos e netos, mas a partir de outro tronco familiar dentro da mesma árvore geneológica.

Pelo que, no Patriarcado familiar, a sucessão é naturalmente tradicional, e sem grande valor ou importância familiar.

Patriarca, originalmente na antiguidade, era uma pessoa que exercia uma autoridade autocrática no papel de “pater familias” sobre uma determinada família extensa e ampliada.

- O sistema de governo de famílias pelo homem mais velho é denominado de Patriarcado, e a sua sucessão ocorre pela sua morte, para o filho mais velho e assim sucessivamente, havendo outros filhos. É uma substituição natural, que se esgota, após a morte do último filho de um determinado casal.

No caso dos familiares directos do casal, António Ferreira Jorge e de Maria Branca Ferreira, acabará o denominado tronco direto familiar, com a morte do último filho, que sou eu, mantendo-se entretanto a linhagem familiar, através das filhas, netos, e bisnetos desta familia nascida dos meus pais, surgida em finais do século XIX, pelo lado do meu pai, e principio do século XX, pela minha mãe.

Septuaginta, é a versão da Bíblia hebraica traduzida em etapas para o grego coiné, entre o século III a.C. e o século I a.C., em Alexandria.

() A sociedade Matriarcal

1 - A mulher é considerada como base da família, segundo certo sistema cultural, sociológico e religioso.

2 - A progenitora

() No Patriarcado

A palavra "patriarcado" traduz-se literalmente como a autoridade do homem representada pela figura do pai.

O termo foi utilizado por muito tempo para descrever um tipo de "família dominada por homens".

O grande agregado familiar patriarcal incluía mulheres, crianças, escravos e servos domésticos, todos sob o domínio de um ou mais homens.

() A diferença entre matriarcado e patriarcado

Existem várias diferenças óbvias entre esses dois sistemas sociais. O matriarcado, por exemplo, é essencialmente uma sociedade orientada para as mulheres, em que toda a liderança e autoridade estão nas mãos delas.

O patriarcado, por outro lado, é um sistema social no qual os homens desfrutam de todos os poderes, controlo e autoridade, e as mulheres são discriminadas e recebem papéis subordinados ao homem.

() A sociedade Matriarcal

1 - A mulher é considerada como base da família, segundo certo sistema cultural, sociológico e religioso.

2 - A progenitora

() O Patriarcado

A palavra "patriarcado" traduz-se literalmente como a autoridade do homem representada pela figura do pai.

O termo foi utilizado por muito tempo para descrever um tipo de "família que é dominada por homens".

O grande agregado familiar patriarcal incluía mulheres, crianças, escravos e servos domésticos, todos sob o domínio de um ou mais homens.

António Jorge - editor

20232 01 08 Porto e Luanda

  


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