* Domingos Lopes
Confesso que só hoje vi a entrevista à RTP1 no dia 24, devido aos protestos do PCP e de outros comentários.
Na verdade, a RTP 1 não encomendou ao pivô uma entrevista. Encomendou um julgamento, até no plano, tal como num tribunal, o pivô estava numa posição mais alta que o Secretário-Geral do PCP. E esse plano é brutal do ponto de vista psicológico no sentido de diminuir o entrevistado.
José Rodrigues dos Santos, ao longo dos dez minutos, apenas tinha em mente encurralar Paulo Raimundo e foi o que tentou fazer, comportando-se como se fosse o dono da RTP, e quisesse acusar o PCP de blasfémia por não aplaudir os deputados ucranianos. Por muito que P.R. explicasse que não aplaudiu aqueles deputados porque serem também responsáveis pelo facto de na Ucrânia os partidos social-democrata, comunista, e outros, menos os partidos ligados aos nazis – os Banderistas e os nazis do batalhão Azov – bem como os sindicatos estarem ilegalizados.
JRS impediu conscientemente que PR abordasse os temas relacionados com as eleições de 18 de maio. Seguramente não convidaram PR com a informação que a entrevista de 10 minutos seria exclusivamente sobre a Ucrânia.
JRS e os seus donos atraíram PR para uma entrevista sobre as eleições e depois de o “apanharem” nos estúdios enfiaram-lhe um enxerto de “porrada”, o que não conseguiram face ao desempenho do entrevistado. Trata-se de uma covardia sem limites. Como todos os covardes, JRS pretendeu ser forte com a eventual “ fraqueza” do entrevistado face ao tema Ucrânia, onde o pensamento único, o do partido da guerra é dominante e ficam boquiabertos quando alguém ao arredio da bolha dos media se atreve a defender outra solução que não seja a do rearmamento e a da guerra.
Como se convidasse Luís Montenegro, Pedro Nuno dos Santos, e todos os outros dirigentes e, durante o tempo, lhes perguntasse os motivos de defenderem o envio de cada vez mais armamento para a Ucrânia e a razão de os seus partidos aplaudirem deputados de um parlamento onde socialistas, social-democratas, comunistas e partidos de esquerda estão interditos. Ou por que motivo defendem o envio de armas para a Ucrânia e não para a Palestina. E nem mais um segundo sobre o dia 18 de maio.
JRS prestou um péssimo serviço ao pluralismo que deve nortear a informação. Vestiu a farda de capataz e despiu a de jornalista. Foi um pouco mais longe. De cima da sua arrogância comportou-se como um velhaco. Só faltou piscar o olho em direto aos que com ele organizaram semelhante velhacaria.
25 de Março de 2025
https://ochocalho.com/2025/03/25/um-provocador-e-um-provocador/
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