» Carlos Coutinho
DIZ quem sabe que, na conjuntura atual de equilíbrios políticos instáveis, os noticiários e os comentadores políticos passaram e integrar no seu léxico o termo “terras raras”, sem um conhecimento mínimo do que isso significa e muitas vezes até com dificuldades em pronunciar os nomes desses elementos químicos, olhados como estranhos e “objetos de cobiça”, representando assim “moedas de troca valiosas”
O que é facto é que as terras raras constituem “um conjunto de 17 elementos químicos da Tabela Periódica: os 15 lantanídeos – do lantânio (La) au lutéc io (Lu) –, mais o ítrio e o escândio (Sc), que possuem propriedades químicas semelhantes. (…) A produção mundial de óxidos de terras raras foi aproximadamente 350 mil toneladas métricas em 2023. Apesar do nome, muitas terras raras não são tão raras assim, mas estando os seus depósitos principais e a sua produção mundial concentrados na China, esles são estratégicos para as necessidades tecnológicas mundiais”.
Quem isto diz são os professores universitários José Moura (Coimbra) e Carlos Geraldes (Nova de Lisboa), in “Público” (26.2.2025) que logo explicam:
“As terras raras apresentam vários estados de oxidação e são metais reativos especialmente quando em pó. A maioria tem comportamento químico parecido, o que dificulta a sua separação, e reagem facilmente com oxigénio, formando óxidos estáveis. Muitas aplicações específicas, resultantes das suas propriedades magnéticas e luminescentes, cruciais para a manufatura de muitos produtos para a alta tecnologia, tornam as terras raras muito apetecíveis na química e na indústria, sendo em geral denominadas materiais tecnológicos.
“Enumeramos aqui as aplicações mais relevantes: em materiais supercondutores (neodímio e samário; na preparação de catalisadores químicos usados na indústria automóvel (cério e lantânio): em lasers (neodímio e ítrio); em motores magnéticos usados em turbinas eólicas e componentes de automóveis (neodímio e dispósio, o Dy); em luminóforos (európio e térbio) usados em telas e lâmpadas LED; em ligas metálicas (lítrio e escândio): e no desenvolvimento de materiais resistentes aplicados baterias e dispositivos eletrónicos (disprósio, praseodímio, ou Pr); em fibras óticas (´´erbio, ou Er) e células fotovoltaicas, por exemplo, em painéis solares (itérbio).
“O design a funcionalidade de smartphones, a nitidez dos seus altifalantes, microfones e dispositivos de vibração são possíveis graças à incorporação de150 a 250 miligramas de nove destes elementos, por exemplo, em motores e ímanes pequenos e potentes que são fabricados com neodímio e praseodímio. Deste modo, as terras raras são essenciais para o crescimento de tecnologias verdes, tais como veículos elétricos e conversão de energia solar e eólica, bem como telecomunicações, etiquetas de segurança (códigos QR)m, cirurgia e imagens médicas e na indústria de defesa.”
Tenho de parar aqui na citação, porque se trata de ingredientes indigestos. Basta-me lembrar que são tudo coisas em que a Europa é muito pobre e os EUA também.
Ora, nisto como em tudo, só é cego quem não quer ver, podemos perceber, além do mais, quem inspirou, financiou e mantém a guerra da Ucrânia, com o nosso inefável Costa abraçado a Ursula van der Leyen, generais-chefes da NATO, Netanyahu e Zelensky.
2025 03 07
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